Diretora geral do CASU viaja para realizar a primeira etapa do projeto com o objetivo de conhecer melhor a realidade da saúde em Guiné-Bissau
CARATINGA – O Centro de Assistência à Saúde (CASU) está prestes a dar um grande salto e chegar até Guiné-Bissau, na África onde a diretora geral do CASU, a médica Daniela Fonseca Genelhu Soares estará realizando a primeira etapa do projeto CASU SEM FRONTEIRAS.
“A mala está feita: cheia de esperanças, muito amor e medicina para distribuir”, explica a médica. “O objetivo dessa viagem internacional da representante da Funec-Casu é conhecer melhor a realidade da saúde junto a comunidades africanas. Sabemos que Guiné-Bissau é um território com mais de 36 mil quilômetros quadrados de área e com uma população estimada de 1,6 milhão de pessoas, a maioria carente. Conhecemos parte dessa realidade por vídeos e fotos, mas é preciso ir e ver de perto, sentir o que é de fato a vida dessas pessoas para saber o que podemos fazer por elas”.
De acordo com a diretora do CASU, após a viagem o projeto deverá ser ampliado. “Poderemos levar médicos e estudantes dos cursos de Saúde do UNEC (Centro Universitário de Caratinga) fomentando o ‘Ensino/Pesquisa/Saúde’. Estaremos prontos para oferecer toda a ajuda que conseguirmos levar a diversos países. Lembramos que este é um projeto em longo prazo”.
A ideia do CASU SEM FRONTEIRAS é motivada por um sonho pessoal, mas que ganha peso a partir de experiências exitosas em projetos semelhantes que já foram realizados no Brasil, como a participação de Daniela Genelhu na Missão Rio Puros, sul do Amazonas, em 2016. “Não podemos deixar de dizer que a Funec-Casu plantou essa semente aqui em Caratinga, onde mantém funcionando duas unidades de assistência a famílias carentes nos Institutos Casu Social I e II”, ressalta a médica.
O PROJETO ÁFRICA DOS MEUS SONHOS
Questionada sobre o despertar para a realização do projeto, a médica lembra que tudo começou quando ela assistiu ‘África dos meus sonhos’. “Esse emocionante filme dá nome ao site que criamos (https://africadosmeussonhos.com) como canal de divulgação e me inspirou a criar esse projeto de viagens, o CASU SEM FRONTEIRAS para descobertas e para prestar apoio aos médicos que vão além-fronteiras levando ajuda humanitária”, explica.
Em 2000, Daniela Genelhu cursava faculdade de Medicina e, como todos os estudantes, tinha vários planos, mas ainda muitas incertezas. “Eu não tinha ideia daquilo que queria fazer da minha vida. Comecei então a pensar na ‘Medicina sem fronteiras’ como uma possibilidade. Meu fascínio pelo continente africano começou a germinar naquele momento. O tempo passou, entrei na residência de pediatria e deixei a vida me empurrar pra aquilo que era mais cômodo como a maioria das pessoas fazem a cada dia”.
Regressando a Caratinga, a médica Daniela começou a trabalhar com pediatria e a atuar como professora de curso de Medicina do UNEC – Centro Universitário de Caratinga. “Cursando o Mestrado, participando de vários cursos em administração surgiu a oportunidade de assumir cargos de gestão hospitalar e acadêmicos, UTI neonatal e emergências pediátricas na parte clínica. O tempo foi passando e sempre sentindo que faltava algo. Um sentimento de não estar no lugar certo, de ter deixado algo passar sempre dominou meus pensamentos, apesar de todo sucesso profissional”, conta.
“Agora o Projeto CASU SEM FRONTEIRAS vem responder a esse anseio. As portas do Continente Africano estão se abrindo. Com o apoio de amigos brasileiros instalados em Guiné-Bissau poderemos levar o nosso Projeto e oferecer a nossa contribuição. Apoio-me na experiência em medicina, nos conhecimentos em administração e no mais importante, num amadurecimento pessoal que, com certeza, irá colaborar muito nesse grande desafio”.