Em atendimento ao Ministério do Trabalho, carga horária de curso de aprendizagem será estendida; os jovens ainda deixarão de usar adereço que faz referência militar
CARATINGA- A pedido do Ministério do Trabalho, os jovens assistidos pela Fundação Cidade dos Meninos (Funcime) que atuam em empresas de Caratinga terão a carga horária do Curso Técnico Profissional estendida para 552 horas de aulas teóricas, distribuídas em 23 meses de aprendizagem. No total, entre aulas teóricas e práticas, serão 1280 horas de aprendizagem.
As mudanças (que já valem para o segundo semestre) foram apresentadas durante reunião realizada na última quarta-feira (26), na sede da Funcime, com representantes de empresas parceiras do Programa de Trabalho Aprendiz (PTA). Ontem à noite foi a vez dos pais e dos adolescentes serem informados sobre as medidas.
Segundo a diretora da Funcime, Selma Bittencourt, a mudança não afetará o trabalho dos jovens aprendizes nas empresas contratantes e ainda ressaltou que os jovens terão formação nas áreas de auxiliar de comércio e auxiliar de escritório. “A carga horária vai aumentar do curso. Continua a mesma carga horária do contrato (com as empresas) que já existe. Vai aumentar a formação profissional deles, que é o curso teórico, que é um curso técnico profissional”.
O presidente da Funcime, Noé de Souza Batista, citou que o tradicional uniforme azul da chamada ‘Guarda Mirim’ também sofrerá algumas mudanças. Em atendimento às exigências do Ministério do Trabalho, os jovens que trabalham nas empresas deixarão de usar o quepe, adereço que faz referência militar. O distintivo no peito, da “Guarda Mirim” dará lugar ao PTA. A direção afirma que os princípios da instituição de disciplina e de valores não sofrerão mudanças.
Cristiane de Fátima Peixoto, diretora do Departamento de Pessoal de uma empresa distribuidora de medicamentos e cosméticos, disse, durante o encontro entre a Funcime e as empresas parceiras, que vê no jovem aprendiz uma oportunidade de formação de futuros funcionários para a empresa. “Quando o aprendiz chega a empresa nós buscamos capacitá-lo, treiná-lo. Como a parte teórica ele aprende na Funcime, a parte prática nós desenvolvemos e acompanhamos para que ele se torne um funcionário da empresa. Na verdade 98% dos aprendizes que vão para nossa empresa se tornam funcionários”.
A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Sônia Gomes de Freitas, disse que com o aumento da carga horária do Programa de Trabalho Aprendiz, os participantes passarão maior tempo dentro da instituição. Ela acredita que a Funcime representa um ganho social na vida dos jovens e famílias envolvidas. “São vários adolescentes que estão saindo da condição muitas vezes sub-humana e que muitos deles são arrimos de família. Foi bem dito aqui hoje, que muitos hoje, em sua grande maioria, uma estatística que foi levantada pelo serviço social aqui da Instituição (Funcime), que em sua grande maioria, o único que tem carteira assinada dentro da família muitas das vezes é o adolescente que por aqui passa”.
Sônia lembrou que o jovem que apresenta bom rendimento dentro da empresa contratante do trabalho aprendiz, no final do período de experiência, acaba sendo efetivado no serviço e no quadro de funcionários.