CARATINGA – Pensando em oferecer mais uma opção para as mulheres ficarem livres da violência doméstica, a Polícia Civil lançou em Caratinga, a Frida, uma atendente virtual.
A delegada Nayára Travassos, explicou que a “Frida” é uma forma das vítimas de violência doméstica ter um contato direto com a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher). Segundo a delegada, a “Frida” foi criada por Ana Rosa Campos, uma escrivã de Polícia Civil lotada em Manhuaçu, que é natural de Caratinga. “A Ana Rosa durante a pandemia percebeu que havia uma dificuldade devido à proliferação do vírus covid-19, das vítimas comparecerem aos órgãos públicos, principalmente, à delegacia. Para criar um contato direto para que a vítima não precisasse de imediato sair de casa, ela pensou no WhatsApp, aplicativo muito conhecido, mais que isso ela criou um personagem que é a Frida, que é atendente virtual, e foi criado um “bot” que dispara mensagens automáticas, hoje muito utilizado por consultórios médicos, odontológicos, farmácias e comércios. No caso da Frida, as mensagens vão direcionando a pessoa a dar respostas dos primeiros atendimentos, das primeiras perguntas que fazemos habitualmente na delegacia”, afirmou o Nayára Travassos.
COMO FUNCIONA
A delegada explica que existe um número de WhatsApp, que é o (31) 97595 – 4443, onde a vítima que sofreu violência doméstica faz um contato. “A vítima pode mandar um “oi”, por exemplo, para a Frida, que dispara uma mensagem automática dela se apresentando, dizendo quem ela é, acolhendo aquela pessoa, e fazendo as perguntas que fazemos habitualmente como: você já registrou a ocorrência, gostaria de registrar de forma virtual ou pessoal? E aí ela vai pedindo que a vítima responda ‘sim’ ou ‘não’, e a partir das respostas as mensagens automáticas vão fluindo até que chegue o momento que ela pede à vítima que espere, pois um policial fará contato com ela, marcar um horário para que ela compareça à delegacia para solicitar medidas protetivas, ou para tirar dúvidas sobre violência doméstica”.
A delegada esclarece ainda que a Frida é um canal democrático, acessível, e sem intermediários, onde a vítima conversará diretamente com um policial da Deam. “É uma inovação muito importante que nós sentimos que poderá ajudar o atendimento da Deam, ajudar às vítimas, já que nesse momento de pandemia que ainda persiste, está acontecendo um aumento da violência doméstica, porque os autores estão em casa com as vítimas, com as crianças, então é mais um instrumento para humanizar o atendimento da vítima de violência doméstica”, informou Nayára.
A delegada ressalta que o trabalho da Polícia Militar não será substituído pela Frida, pois são funções diferentes. A PC E a PM tem funções diferentes. “A Frida em nada exclui o atendimento da Polícia Militar, que é de extrema importância, pois é a polícia repressiva e preventiva, age quando o crime está acontecendo. Cabe à vítima acionar a PM através do 190, a própria Frida explica isso pra vítima, ‘se você está sofrendo violência, faça um contato urgente com o 190, que uma viatura da PM vai auxiliá-la.’ Temos que ter essa responsabilidade de estar informando isso às pessoas, porque esse atendimento no momento do crime feito pela Polícia Militar é de extrema importância e pode salvar vidas. A Polícia Militar indo ao local, verificando a situação, talvez fazendo uma prisão em flagrante, ela sim encaminhará a vítima, o autor e as testemunhas para delegacia de Polícia Civil de plantão, que não é da delegacia de mulheres, para formalizar ou não um auto de prisão em flagrante, solicitar as medidas protetivas urgentes”, explicou.
O acompanhamento pela Frida será de segunda a sexta no horário de expediente, e será feito por escrivães, investigadores e a delegada Nayára Travassos.