Independentemente do que acontecer após o apito final do dia 23 de novembro, o Flamengo já deu um passo muito importante para o que almejou há alguns anos: a hegemonia continental. Este desejo passa por uma série de fatores, principalmente o sucesso em seu país. E o Flamengo também caminha a passos largos para garantir o título brasileiro. Mas, além de fazer um ano vencedor, o clube precisa manter e não fazer deste ano uma obra do acaso.
Desde 2013, ano do último título, o objetivo era reduzir as dívidas para que o clube tivesse saúde financeira para sair do buraco. E saiu. A arrecadação é grande, os estádios estão lotados e o time corresponde. Os primeiros passos foram dados e agora vem a parte mais difícil, que é manter no topo. Diretoria vem trabalhando para que o clube fique cada vez mais forte dentro e fora de campo.
A chegada de um treinador europeu, jogadores de sucesso na Europa e craques sul-americanos elevou o patamar da equipe, que já tinha em seu plantel ótimos jogadores. O que precisava mudar era a mentalidade vencedora. Nos últimos dois anos, o Flamengo perdeu o título brasileiro por conta de vacilos do time, que deixaram o Palmeiras numa situação tranquila para se sagrar campeão. Neste ano, a situação foi diferente. O Palmeiras, antes da Copa América, era o líder com oito pontos de vantagem. Na volta, o Flamengo de Jorge Jesus assumiu a ponta e atualmente está a dez do clube paulista. O momento do Palmeiras já não era bom com Felipão, e com a chegada de Mano Menezes o clube até voltou a vencer, mas a derrota para o Santos deixou todos em alerta.
No Flamengo, o clima era mais tranquilo após a saída de Abel Braga e o clube aproveitou. A equipe sofreu com lesões sérias e teve que aproveitar os garotos da base. Para o ano que vem, é de grande importância reforçar o grupo tendo em vista as convocações e eventuais lesões. A expectativa é que o orçamento para transferências seja maior que o deste ano. Rumores já existem, mas o clube não vai se mexer até a final da Libertadores.
Hoje o Flamengo é um exemplo de boa administração. Em menos de uma década, passou por vários processos até se tornar novamente uma grande força do futebol brasileiro. E serve de exemplo para os outros clubes. Enquanto não existir punições severas para quem atrasar salários e não pagar dívidas, clubes seguirão fazendo loucuras.
Matheus Soares