(Noé Neto)
Em uma semana em que esteve em pauta no cenário político nacional as estruturas familiares onde a mulher, seja ela mãe ou avó, são os alicerces principais, não poderia perder a oportunidade de assumir publicamente por meio desta coluna que sou, com grande orgulho, um filho da vó.
Segundo a revista Época Negócios, em 2015 quase 30 milhões de lares eram comandados por elas. O número representa um aumento de 105% em 15 anos. Outro dado importante apresentado pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo o censo de 2010, é que 37,3% das famílias brasileiras eram chefiadas por mulheres naquele ano, número que evidentemente cresceu até os dias atuais.
Os números refletem diversos fatores: a morte prematura dos homens que se preocupam menos com a saúde e que morrem em maiores números em situações violentas, o abandono do lar, o crescente número de divórcios, etc. Mas reflete também outros fatores como: o empoderamento feminino, a “abertura” do mercado de trabalho para as mulheres, as leis de amparo e proteção à mulher. Esses últimos, deram condições para que as mulheres conseguissem manter suas famílias erguidas em meio às tempestades proporcionadas pelos primeiros.
Faço-me saudoso nas linhas deste texto ao lembrar de minha querida vó Geralda, sem escolaridade alguma, vinda do trabalho árduo do campo, viúva muito jovem, obrigada a sobrevier como pensionista previdenciária recebendo um salário mínimo. Mas como mulher desta “brava gente brasileira”, buscou força, coragem e determinação para conduzir seu caminho e de seus filhos, entre os quais eu tenho orgulho de dizer que sou um deles, pelos caminhos da retidão, da honestidade e do trabalho.
Quantos milhões de Geraldas se fazem presentes por esse país? Quantas mães devotadas, irmãs dedicadas, avós guerreiras enchem os caminhos de seus filhos de luz e as vezes dos filhos dos outros também, pois em diversas oportunidades elas são o mais puro exemplo de mãe que os patrõezinhos conhecem. Se podemos falar por constatação, eu tenho orgulho de verificar na vida de minha família, na vida dos meus amigos, em minha vida, o impacto dessas mulheres.
É muito bom ter um pai que te orienta, ampara, acolhe e dá carinho. É incalculável o amor e desprendimento de uma mãe que cuida, educa e encaminha. Quando atrelados, os filhos são ricos de conhecimento, educação e dignidade. Mas, se há ausência de uma das figuras, seja do pai ou da mãe, não é essa falta justificativa para taxação, julgamentos ou apontamentos, pois esses lares costumam suprir a ausência com muito amor e dedicação.
Claro que não se pode generalizar, existem lares em que a falta de um adulto, seja do pai ou da mãe, realmente faz toda diferença na formação dos filhos, mas também existem aqueles em que a presença deles, não faz nenhuma diferença. Generalizar é sempre marginalizar, colocar exposto aos julgamentos prévios desmedidos. Devemos integrar, acolher, incluir o que há de melhor: o amor.
O que não podemos deixar de refletir é quão guerreira é a mulher, viúva, divorciada, abandonada, que se dispõe a ser base de sustentação da família e consequentemente da humanidade. Afinal esse é o grande desafio da atualidade, ser humano.
Me orgulho de ser filho do Sr. Welington, de ter a Aparecida como uma maravilhosa mãe, mas nunca me esquecerei que fui educado por minha vó. A cada conquista em minha vida, e graças a Deus não tem sido poucas, encho o peito para dizer que sou um grande filho da vó, como milhões de brasileiros que merecem todo nosso carinho e respeito.
Prof. Msc Noé Comemorável.
Escola “Prof. Jairo Grossi”
Escola Estadual Princesa Isabel