DA REDAÇÃO- A presença de macacos mortos e/ou doentes é um indicativo de que o vírus da febre amarela silvestre pode estar presente no local onde foram encontrados. Por este motivo, a comprovação do evento sentinela auxilia na delimitação das áreas de transmissão da doença. E foi exatamente este fator que chamou atenção para a circulação do vírus na microrregião de Caratinga.
Para ambientalistas, a situação é considerada alarmante. Na região, há rumores de epizootias em primatas de Bom Jesus do Galho, Entre Folhas, Imbé de Minas, Inhapim, Piedade de Caratinga, Santa Rita de Minas, São Domingos das Dores, Ubaporanga, Vargem Alegre e Ipanema. E a confirmação no município de Caratinga.
A maioriados macacos infectados éo barbado (Alouatta); por passar a maior parte do tempo na copa das árvores, onde se torna alvo fácil do mosquito transmissor. O gestor ambiental Antônio Bragança classifica a situação como “catástrofe ambiental” e avalia que há o risco de se perder pelo menos 80% dessa espécie.
O sagui-da-serra-claro ou sagui-taquara (Callithrix flaviceps), considerado um dos mais ameaçados dessa família também já foi atingido pela doença. De uma família de 14 indivíduos que habitavam a mata do produtor rural e ambientalista Assoir Rocha, próximo a Ipanema; restam apenas dois animais doentes. Na última quinta-feira (26), Bragança registrou a morte de uma fêmea, com sete anos de idade. “A mata atlântica continua em luto”, lamentou.
O macaco sauá-de-cara-preta (Callicebus Personatus), também já foi encontrado morto na região. Estudos de especialistas nos anteriores já sugeriam que esta espécie tem se tornado cada vez mais rara e de difícil observação
Em dezembro de 2014 foi publicada portaria de reconhecimento de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, constantes na “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção”- classificadas nas categorias Extintas na Natureza (EW), Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU).
Nesta classificação, o sagui-da-serra claro foi classificado como em perigo e o sauá de cara preta; como vulnerável.