CARATINGA- Até a última sexta-feira (13), a Secretaria de Estado de Saúde contabilizou 133 casos notificados suspeitos de Febre Amarela no Estado, sendo que desses, 20 são casos prováveis, cujos pacientes apresentaram quadro clínico suspeito e exame laboratorial preliminar reagente.
Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais
grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
Oito pacientes com suspeita da doença estão internados no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA), em Caratinga, ambos moradores de áreas rurais. O DIÁRIO DE CARATINGA esteve no hospital e conversou com alguns deles, que seguem internados, mas não têm um quadro considerado grave.
É o caso do lavrador Heraldo Mesquita Ferreira, 34 anos, morador do Córrego São Silvestre. Ele segue internado desde terça-feira (10), mas já está se recuperando e afirma que agora está atento ao Calendário de Vacinação. “Agora estou bem, só fazendo acompanhamento dos exames, mas estou bem, graças a Deus. O susto foi grande. Passei muito mal, sábado (7) tive aqui fiz os exames, deu normal, fui para a casa. Nesse intervalo passei bem, mas, depois senti mal de novo, voltei e me internaram. Vacinei na segunda-feira (9) e agora é ficar de olho no cartão de vacina. Não pode esquecer, apanhar é uma vez só (risos)”.
O pedreiro José Geraldo Vieira Bramusse, morador da Barra do Batatal, em Ubaporanga, está internado há três dias, não esteve diretamente na mata, local propício para a febre amarela silvestre, mas como reside em área rural, reforçará a atenção. “Senti dor de cabeça e comecei a fazer vômito, febre muito alta, não baixava. Eu trabalho dentro de casa, mas, moramos na roça, é o lugar deles. A gente fica com medo, quem não fica? Tomei a vacina na segunda-feira e na quarta-feira senti essa dor. Mas, o tratamento foi bom e eles (médicos) deram atenção”.
Quando a reportagem esteve no hospital, às 9h45, Jandir Severino, do distrito de Santo Antônio do Manhuaçu, que pertence a Caratinga, estava ganhando alta médica. “Alívio depois de um susto. Cheguei sentindo dor de cabeça, febre, vômito, dor pelo corpo, há uns oito dias. Estou voltando para casa, aliviado, e correr para o posto tomar a vacina”, ressaltou.
A maior frequência da Febre Amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor, o que coincide ainda com maior atividade agrícola.
Em área rural ou silvestre, a infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela, ou tomado a vacina contra a doença, circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado, o Haemagogus e o Sabethes. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti – o mesmo da Dengue, Zika e Chikungunya – no meio urbano. No entanto, desde 1942, a febre amarela urbana não é registrada no país. A medida mais importante para prevenção e controle da febre amarela é a vacinação.