#EUACREDITONOLEO teve início nas redes sociais. Neste domingo (5) um culto foi realizado por membros da Igreja Presbiteriana
CARATINGA – Amigos de Leonardo Machado Figueiredo, conhecido como ‘Léo’, (funcionário público efetivo da Prefeitura de Caratinga, detido no último dia 1º de junho durante a “Operação Império”) e membros da Igreja Presbiteriana se reuniram no final da tarde deste domingo (5), na estrada de acesso à Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), nas proximidades do presídio, no Córrego dos Bias.
Desde a prisão de Leonardo, quando também foram detidos o ex-prefeito de Caratinga, João Bosco Pessine; a ex-secretária de Fazenda Angelita Lelis e o advogado Fernando Maia; o movimento #euacreditonoleo ganhou as redes sociais. Durante o culto realizado, o objetivo foi levar uma palavra de solidariedade a Léo e de evangelização e transformação aos demais presos da unidade. Pelo menos 120 pessoas participaram e se emocionaram.
Jakstone Carvalho Braga, pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Caratinga explica como nasceu o movimento. “Sou pastor dessa igreja há 10 anos, então convivo com o Léo a esse período. É um moço honesto, que tudo mundo acredita, cuida dos nossos filhos na igreja, é presbítero e quando isso aconteceu foi um choque para todos nós. Estava de viagem para Salvador (BA), voltei de imediato quando vi essa notícia, não acreditei. É alguém que tem apenas o que o trabalho dele e da esposa proporcionou, mas infelizmente trabalhou em um
lugar que agora o coloca atrás das grades. Não somos contra as atitudes da Justiça em limpar nossa cidade da corrupção, mas entendemos que está havendo um excesso com o Léo, fruto disso nasceu esse movimento. Esse culto é resultado desse movimento e de pensarmos em levar consolo para ele, neste primeiro final de semana que passa preso”.
O professor Paulo Eustáquio dos Santos também conhece Leonardo e afirma que fez questão de fazer parte desta corrente. “Pelo caráter dele, pela confiança que tenho na idoneidade dele. No dia que fiquei sabendo consegui um jeito de conversar com a esposa dele e o que confirma esse caráter foi que a última mensagem que ele transmitiu para ela, através do advogado, era de que ela podia ficar com a cabeça erguida, não tinha do que se envergonhar, porque ele tinha a
consciência limpa que a integridade dele está intacta. Como amigo, não queria que ele estivesse aqui, a cada nova manhã, a nova esperança dele sair e estar no nosso convívio de novo”.
Antônio Corrêa também esteve na porta do presídio para prestar sua solidariedade. “A gente sente essa comoção muito grande por tudo que o Léo já fez por nós. Pela honestidade, passado de caráter e hoje a gente tem certeza da inocência do Léo sobre o que ele está sendo acusado. A Justiça não comete erros, mas não é só alguém que está pagando por algo que não cometeu, pelo passado que ele tem isso é uma covardia. Por tudo que ele construiu, pelo nome que ele tem, por ter convivido em lugares onde estava exposto a todo tipo de corrupção e ter passado ileso, elogiado por todos. Agora, está longe da família, temos vontade de dar um abraço nele e pedir para que não abaixe a cabeça. Estamos torcendo por ele, esperando ele aqui fora e pedindo que a Justiça resolva o mais rápido possível, uma injustiça dessa não pode durar muito tempo”.
Rodrigo Freitas, que convive com Leonardo há 20 anos, destaca que confia no amigo e acredita que o caso será esclarecido. “Somos a família espiritual do Léo. Posso dar testemunho do caráter que vejo dele, da conduta, pessoa solidária, justa e honesta que sempre deu provas para a gente. É um movimento pacífico para dizer que nós acreditamos na inocência do Léo e que em um determinado momento isso vai ficar provado, quando tudo vier à tona, porque ele não tem um patrimônio que justifique que ele tenha pegado um centavo desse dinheiro que teria sido desviado da Prefeitura. Ele tem o carro dele, fruto do trabalho; o apartamento que o pai ajudou a comprar. É uma pessoa normal, privada de bens e que se envolveu nesse problema, em função do serviço que exerceu. Talvez possa ter entrado em uma armadilha, em relação a documentos”.
Flávio Augusto dos Santos, que é presbítero da igreja, acredita que o culto realizado trouxe também um momento de reflexão aos demais presidiários. “O objetivo é cultuar com nosso irmão, que não pode estar conosco hoje na igreja e trazer também uma palavra de alento ao coração dos outros detentos, de todos eles, porque cremos em um evangelho que tem poder para salvar e libertar todos. Essa palavra é não só em apoio ao Léo, esse é o motivo principal, mas também trazer essa palavra viva e real”.