BOM JESUS DO GALHO – No último fim de semana, familiares e amigos lotaram a Igreja Nossa Senhora do Rosário para a missa de sétimo dia de Rafael Souza de Oliveira, 20 anos, assassinado a tiros na porta da oficina mecânica onde trabalhava. O crime foi registrado na manhã do sábado (28/12).
A indignação da família vai além da violência do crime, que segue sem solução. Ela reclama precariedade no atendimento médico emergencial e a demora no socorro. “A dor da perda é grande, mas a revolta é ainda maior. Perdemos o Rafa duas vezes: uma pelas mãos do criminoso e outra pela falta de socorro digno”, desabafou a mãe Elizabete de Souza Silva.
A madrasta Wedina Aparecida Paula, que acompanhou os últimos momentos de Rafael, e o pai do jovem, Raimundo Jacob de Oliveira, foram os primeiros a chegar ao local do crime e precisaram esperar um período até a chegada da ambulância. Segundo testemunhas, o veículo estava completamente despreparado. “A ambulância não tinha oxigênio, nem um médico ou enfermeiro, nenhum profissional qualificado para prestar socorro. Nenhum equipamento para estabilizar o paciente. Ele foi deitado na maca do mesmo jeito que o tiramos do chão e jogado na ambulância. O Rafa foi agonizando, tentando, buscando força para respirar por 25 km até Caratinga, além do tempo que ficou caído no chão. Meu enteado, que estava mais para filho, olhava para mim como quem pedia socorro. A voz não saía; ele estava ofegante. Não havia ninguém para ajudar, apenas o motorista e eu tentando como podíamos”
O CRIME
O assassinato ocorreu em plena luz do dia e foi registrado por câmeras de segurança. Rafael, descrito como um rapaz carinhoso e respeitoso, foi alvejado sem chance de defesa. O homicídio foi registrado na rua José Bonfá, bairro da Estação, em Bom Jesus do Galho. A motivação e autoria do crime ainda estão sob investigação.
“É uma dor inimaginável saber que tiraram a vida dele de forma tão cruel. Queremos respostas sobre a motivação e os responsáveis pelo crime” disse o pai, clamando pela elucidação do caso.
CLAMOR POR JUSTIÇA
A mãe de Rafael, visivelmente abalada, também expressou o desejo de que a justiça seja feita. “Arrancaram de mim a minha vida, o meu amigo, o meu coração. O crime destruiu nossa família. Queremos justiça e respostas. Não há palavras para descrever a dor que estamos sentindo,” desabafou.