CARATINGA- Os acidentes de trânsito representam uma preocupação global de saúde pública, afetando cidades em todo o mundo, incluindo Caratinga. Com uma população em crescimento e uma infraestrutura viária em constante evolução, o município não está imune aos desafios relacionados à segurança no trânsito.
A partir das análises dos dados retirados dos Registros de Eventos de Defesa Social (REDS), fornecidos pela Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, através do 62º Batalhão de Polícia Militar, a Superintendência em Vigilância em Saúde elaborou um Boletim Epidemiológico que tem como finalidade determinar estratégias de controle dos acidentes de trânsito.
“Os acidentes de trânsito em Caratinga não são apenas estatísticas frias; eles têm um impacto significativo na vida das pessoas. Eles resultam em lesões, perda de vidas humanas e danos materiais, afetando não apenas as vítimas diretas, mas também suas famílias e a comunidade em geral. Além disso, esses incidentes têm um custo econômico substancial, sobrecarregando o sistema de saúde e a infraestrutura rodoviária”, cita o documento.
Os dados do estudo foram obtidos através dos Registros de Eventos de Defesa Social (REDS) fornecidos pela Polícia Militar do Estado de Minas Gerais no período de 2018 a 2022 em residentes de Caratinga.
No período, Caratinga registrou um total de 8.612 acidentes de trânsito. Os meses de maio e junho apresentaram os maiores números de acidentes, com 758 e 771 casos, respectivamente.
A maioria dos acidentes ocorreu na zona urbana (5.844) e envolveu, principalmente, motoristas do sexo masculino (6.554). A faixa etária mais afetada foi a de 20 a 34 anos, com 3.310 acidentes. A falta de atenção foi a causa mais comum, totalizando 3.428 casos, seguida por outras causas relacionadas ao trânsito, com 2.265 casos. A maior parte dos acidentes resultou em lesões leves (1.247), seguidas por acidentes sem lesões aparentes (4.266).
“Essa análise nos fornecem uma visão abrangente dos acidentes de trânsito em Caratinga nos anos de 2018 a 2022, incluindo informações sobre sua frequência, distribuição ao longo do ano, localização, envolvidos, causas presumidas, lesões e dia da semana. Esses dados podem ser úteis para planejar medidas de segurança viária e campanhas de conscientização”, enfatiza o Departamento.
O PERFIL DOS ACIDENTES
O estudo ainda observou que o número de acidentes de trânsito vem diminuindo, gradualmente, ao longo desses anos. “Isso é um indicativo positivo, pois sugere que as medidas de segurança no trânsito e a conscientização podem estar surtindo efeito”.
Os anos de 2018 e 2019 tiveram números de acidentes próximos, com 1.797 e 1.760, respectivamente. Isso indica uma estabilidade nesses dois anos. Em 2020, o número de acidentes caiu para 1.749. “Esse declínio pode ser atribuído, em parte, às restrições de movimento impostas devido à pandemia da COVID-19. Menos pessoas nas estradas/ruas o que provavelmente resultaram em menos acidentes”, frisa o documento.
Os anos de 2021 e 2022 continuaram a mostrar uma tendência de redução, com 1.674 e 1.632 acidentes, respectivamente. Essa queda pode sugerir que a conscientização sobre segurança no trânsito está se mantendo ou melhorando.
Já os meses de dezembro (9,16%), junho (8,95%) e maio (8,80%) se apresentam com maior ocorrência de acidentes de trânsito, enquanto março (7,26%) e novembro (7,49) registram os meses de menor ocorrência.
A maioria dos acidentes ocorre na zona urbana (5.844 acidentes), enquanto a zona rural tem um número significativamente menor de acidentes (276 acidentes). Um número considerável de casos também é registrado como “ignorado” (2.492 acidentes), o que prejudica uma melhor avalição da zona de ocorrência do acidente de trânsito.
O estudo ainda aponta que a maior parte dos acidentes de trânsito envolve condutores do sexo masculino (76,10%), enquanto os condutores do sexo feminino estão envolvidos em um número menor de acidentes (23,78%). Além disso, há um pequeno número de casos em que o sexo do envolvido é “ignorado” (0,12%).
A faixa etária mais afetada por acidentes de trânsito é a de 20 a 34 anos, com 38,43% dos acidentes de trânsito registrados. Em seguida, a faixa de 35 a 49 anos também apresenta um número significativo de acidentes com 33,42%. As faixas etárias mais jovens e mais idosas têm números menores de acidentes.
Em relação ao horário de ocorrência, a maioria dos registros foi durante o período das 12h às 17h59 (36,25%), seguido pelo período das 18h às 23h59 (29,69%). Os períodos noturnos (00h às 05h59) e matinais (06h00 às 11h59) registram os menores índices de acidentes.
Os sábados e domingos são os dias da semana com os números mais elevados de acidentes (1.448 e 1.277 casos, respectivamente). Às terças-feiras e quartas-feiras têm os números mais baixos (1.113 e 1.075 casos, respectivamente).
A principal causa presumida de acidentes de trânsito é a “Falta de Atenção”, com 39,80% das ocorrências. Outras causas significativas incluem “Outras Causas Relacionadas ao Trânsito” com 26,30%, “Dirigir Embriagado/Alcoolizado” (6,05%) e “Derrapagem” (4,38%).
Por grau de lesão, a maioria dos acidentes resulta em “Sem Lesões Aparentes” (49,54%), seguido pelo preenchimento opcional (29,35%) e lesões leves (14,48%). Há um número menor de casos graves ou fatais.