CARATINGA- Ex-funcionários do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA), demitidos no ano passado, reclamam não ter recebido parcelas de acordo judicial. Em um dos casos, o hospital deveria pagar a importância líquida de R$ 12.000 em quatro parcelas de R$ 3.000, nas datas de 28 de julho de 2017, 28 de agosto de 2017, 28 de setembro de 2017 e 30 de outubro de 2017.
Sebastião Camilo Sobrinho é esposo da Maria Aparecida Soares Camilo, que trabalhou como cozinheira do hospital durante 13 anos e foi demitida em setembro de 2017. Ele reivindica o pagamento acordo e declara ser um “direito”. “A pessoa trabalhar o tempo que trabalhou, sair com problemas de saúde e agora ter que esperar a vontade de quando vai receber, passando dificuldade, não só ela mas outras pessoas que estão nessa situação e a administração do hospital não dá um parecer. Já procuramos o juiz que falou que tem que esperar juntar dinheiro. Então se eles nunca juntarem dinheiro nunca vamos receber e quem deve como vai pagar as dívidas? Como fica essa situação? Queremos um parecer do senhor bispo, que é o presidente da mesa diretora do hospital, na qual o estado veio a intervir. Mandou todo mundo embora, agora o bispo tem que procurar o estado então para dar um parecer ao povo. Isso é obrigação do estado, do senhor bispo e da diretoria do hospital, que pra mim é péssima”.
Ele afirma que já tentou diálogo com a administração do HNSA, mas não recebeu respostas sobre o assunto. “O hospital a cada dia que passa vai ficando só no fundo do poço, uma entidade antiga, filantrópica, que todo mundo utiliza e chegar nessa situação. Tem muita gente ganhando dinheiro em cima disso e que trabalhou mesmo está passando dificuldade. E eles não nos recebem. No dia que minha esposa foi mandada embora, tentei conversar mas não quiseram nem assunto, eles mesmo assinaram o aviso para ela. E hoje está passando falta das coisas, só Deus que sabe quando vai receber. Vários não conseguiram outro emprego, lá em casa eu trabalhava aqui também, estou encostado e estou mantendo as despesas, mas o salário é muito pouco, ainda mais em caso de saúde. Se aqui é para cuidar de saúde, porque demitem uma pessoa com problema de saúde e não tem compromisso de pagar a gente?”.
Sebastião fez questão de ressaltar que não é contra o hospital, mas acredita que o acordo deve ser cumprido com os trabalhadores que foram demitidos. “Queremos que o hospital atenda a classe pobre, que depende do SUS. Mas, a administração tem que ter mais compromisso e responsabilidade com o povo. Ninguém quer mais que o seu direito. E não houve pedido de demissão voluntária, o hospital que demitiu todo mundo, já mandou direto para a Justiça. Com a minha esposa foi pago uma parcela em abril e agora não tem previsão de pagar o resto”.
Francisco Paulo trabalhou por cinco anos como recepcionista no HNSA e foi demitido em 31 de março de 2017. Ele destaca que o acordo judicial não foi cumprido. “Atualmente só foi cumprido num pacote de R$ 2.800, o ressarcimento meu da dívida da trabalhista seria de R$ 12.000, que dividi em quatro parcelas, não foi cumprida nenhuma. Não sei como funciona a Justiça nesse caso, mas gostaria de uma manifestação do senhor bispo, já que a diocese é mantenedora do hospital e essa dívida vem se arrastando a mais de um ano. Os servidores estão passando até por dificuldades, pedindo cestas básicas, alguns não conseguiram emprego até hoje. Passei por isso também, atualmente não estou passando. O hospital não pode fechar as portas, mas também não podemos ficar sem receber nossos direitos, regidos por lei, nada a mais que isso”.
E finaliza classificando a situação como “uma vergonha para uma unidade centenária”. “Tudo isso por péssima administração. Somos a favor da unidade permanecer de pé, funcionando, mas estamos reivindicando nossos direitos”.
O DIÁRIO DE CARATINGA procurou o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora para falar sobre este assunto, no entanto, até o fechamento desta edição não houve resposta.