Walber Gonçalves de Souza
Segundo os conhecimentos históricos a escrita foi criada por volta de quatro mil anos antes de Cristo pelos povos sumérios. Estes povos utilizavam placas de barro para cunharem os primeiros registros gráficos. Entre os povos egípcios, também neste mesmo período, encontramos sinais de uso da escrita.
Desde então o ato de registrar as coisas que envolviam a vida e o pensamento humano só foi se desenvolvendo cada vez mais. As placas de barro deram lugar aos pergaminhos, que se transformaram em livros que convivem, a partir do século XX, com os e-books (formato digital dos livros). Com o tempo notamos que a leitura tornou-se um aspecto importante da vida humana.
Para comprovar tal argumento basta uma simples análise das condições socioeconômicas dos países das diversas partes do mundo. Os países considerados desenvolvidos são os países que possuem os melhores índices educacionais, portanto, aqueles que possuem proporcionalmente o maior número de leitores, onde as editoras registram um significativo número de vendas de livro. Na inversão dos valores, os países que apresentam indicadores socioeconômicos baixos, apresentam também um povo que ainda não é amante da leitura, que ainda não acredita no papel fundamental da educação.
Podemos então chegar a uma simples conclusão: mais leitores mais desenvolvimento, menos leitores menos desenvolvimento.
Esta simples conclusão esbarra naquelas máximas que todos nós também já sabemos: a importância da educação; que povo mal educado torna-se massa de manobra; que pela educação podemos salvar qualquer nação; que a educação é a base de tudo. Mas que ainda não demos a elas a devida atenção, pois continuamos agindo da mesma forma como se ela não fosse importante. Somos uma sociedade que não acredita na escola, na educação e por consequência não formamos leitores, perpetuando assim o subdesenvolvimento humano no qual insistimos em permanecer. Haja vista o retrato da nossa sociedade.
Entretanto, não podemos perder as esperanças, sempre haverá alguém que acredita, que como diria o ditado popular “nada contra a maré”. Sempre haverá alguém que de alguma forma tentará contribuir para as mudanças que tanto sonhamos. Neste sentido, parafraseando a famosa frase de um ex-presidente, nunca na história desta cidade ela foi tão contemplada, no mês do seu aniversário, com o lançamento de tantas obras literárias. Maneiras de incentivar a leitura, de colaborar com a formação das pessoas, de crer em dias melhores.
Começamos o mês de junho com o lançamento do livro “Padre José: Deus os seus reconhece”, escrito pelo nosso querido Professor Hélio Amaral, homem que luta incansavelmente pela cultura. Depois a renomada Marilene Godinho ofertou a todos o seu livro em homenagem ao Padre Boreli, intitulado, “O bom semeador”. Em seguida foi a vez do lançamento do livro “Primeiros textos” no NUDOC, que contou com a participação de vários autores, sendo eles alunos do curso de Psicologia do UNEC e organizado por este escriba e pelo Prof. Marco Antônio Gomes. Na mesma semana, o caratinguense Flávio Anselmo lança seu livro no Casarão das Artes. E para finalizar esta festa literária em homenagem aos 168 anos de Caratinga, o prestigiado Professor e escritor Eugênio Maria Gomes estará lançando mais três livros, sendo eles: “Sem data de validade”, “Marketing Simplificado: o ABC do marketing” e “As melhores amigas da menina da perna engessada” voltado para o público infantil.
Todos estes eventos foram marcados pela expressiva presença de pessoas, alertando, quem sabe, para a “fome de saber” que se manifesta em cada um de nós, mas que até então não fora estimulada.
Acreditar na leitura, estimular novos escritores e leitores é um caminho que podemos e devemos trilhar se queremos realmente transformar o nosso país em uma nação séria, de pessoas culturalmente equilibradas. Uma nação pobre literariamente nunca deixará para trás as suas mazelas sociais. Uma nação sem livros nunca deixará de ser uma nação de miseráveis em todos os sentidos possíveis em que esta palavra pode ser aplicada.
Acreditemos no poder da leitura, ela tem o poder de transformar o Brasil.
Walber Gonçalves de Souza é professor.