Estimativa
A produção cafeeira do Brasil em 2023/2024, ciclo de bienalidade negativa, deve somar 54,9 milhões de sacas, segundo o primeiro levantamento feito pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado na última quinta-feira (19). O número representa um aumento de 7,9% em comparação à safra 2022, que mesmo sendo de bienalidade positiva, sofreu com adversidades climáticas como a falta de chuva e geadas.
Estimativa II
A produção de café arábica foi estimada em 37,4 milhões de sacas, um acréscimo de 14% em comparação à safra anterior. A produtividade do arábica foi calculada em 24,8 sacas por hectare, com elevação de 10,2%. No caso do conilon, depois do recorde de colheita em 2022/23, a estimativa é de queda de 3,8%, com 17,5 milhões de sacas, e produtividade 5,1% menor, com 44,4 sacas por hectare.
Chuvas
Continua pesando sobre o mercado o sentimento, entre os operadores na ICE, de que as chuvas, que caem em bom volume sobre os cafezais brasileiros, devem levar a uma safra de café maior em 2023, do que era previsto antes do início deste ciclo de chuvas, e a uma produção brasileira de café ainda maior em 2024.
Chuvas II
As chuvas que estão caindo sobre os cafezais brasileiros são boas e necessárias, mas não levam a novas floradas para a próxima safra 2023. Farão com que os frutos fiquem mais graúdos, mas, em regiões com chuvas mais fortes e acima da média, também provocam a queda de frutos em uma proporção maior, devido aos cafezais enfraquecidos após dois anos de secas e geadas em junho passado.
Bolsa NY
Os contratos de café em Nova Iorque oscilaram na sexta-feira (20) entre pequenas altas e baixas. Os contratos para março próximo bateram em US$ 1,5540 na máxima do dia e fecharam em alta de 20 pontos, a US$ 1,5480 por libra peso. Quinta-feira (19) fecharam com perdas de 40 pontos. Quarta-feira (18) subiram 390 pontos. Na terça-feira (17) caíram 60 pontos. Na segunda-feira (16), com o feriado do “Dia de Martin Luther King” nos EUA, a ICE não abriu. No balanço da semana somaram alta de 310 pontos. Na sexta-feira anterior (13), esses contratos fecharam em alta de 230 pontos a US$ 1,5170 por libra peso.
Mercado
O mercado físico brasileiro de café arábica apresentou-se calmo por toda a última semana. As ofertas melhoraram no decorrer dos dias, mas não o suficiente para aumentar o número de negócios fechados, que foram poucos em face do tamanho do mercado brasileiro. Impressiona a resistência dos cafeicultores. O mercado é comprador, mas os cafeicultores não vendem o que resta de seus estoques nas bases de preços oferecidas pelos compradores. Os custos de produção subiram forte e estão preocupados com os desdobramentos da nova política econômica, taxas de juros e índices de inflação. Consideram que as bases de preços oferecidas não refletem a falta de estoques, a quebra das safras 2021 e 2022 e a alta dos custos de produção. Para eles, vender nas bases oferecidas é aumentar os prejuízos já acumulados.
Estoques
A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.377.851 em 31 de dezembro de 2022. Uma baixa de 12.573 sacas em relação às 6.390.424 sacas existentes em 30 de novembro de 2022. Os estoques de café certificado na ICE Futures US, em Nova Iorque, caíram na sexta-feira (20) 7.939 sacas. Estão em 851.625 sacas. Há um ano eram de 1.374.344 sacas, caindo neste período 522.719 sacas.
Embarques
Até dia 20, os embarques de janeiro estavam em 1.382.812 sacas de café arábica, 30.517 sacas de café conilon, mais 155.412 sacas de café solúvel, totalizando. 1.566.741 sacas embarcadas, contra 1.416.634 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 20 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 2.078.845 sacas, contra 2.071.891 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Agro mineiro
As exportações do agronegócio mineiro alcançaram o valor recorde de US$ 15,3 bilhões em 2022, confirmando o bom desempenho dos meses anteriores e fechando o ano com o melhor resultado das vendas externas de toda a série histórica. Além do valor, o volume, de 13,6 milhões de toneladas, também se destaca como o maior já comercializado.
Agro mineiro
A respeito das exportações do agro mineiro, assim ficou a distribuição:
-Café: US$ 6,9 bilhões (45% do valor exportado pelo agro mineiro)
-Complexo Soja: US$ 3,6 bilhões (23%)
-Carnes: US$ 1,7 bilhão (11%)
-Complexo sucroalcooleiro: US$ 1,4 bilhão (9%)