Idosos mostram que a idade não é problema para quem quer cuidar da saúde
CARATINGA – Há muito tempo, velhice era praticamente uma certeza de doença. Para não dizer uma sentença de morte. A chegada dos 70 anos assustava a todos e deixava a sensação de que nada poderia reverter o mau funcionamento do organismo e do cérebro. Era como se fosse o anúncio de que nada mais teria o mesmo prazer de antes.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030, o número de pessoas acima dos 60 anos vai ultrapassar o total de crianças com até 14 anos. Em 2055, os idosos vão ser mais numerosos também que o grupo de pessoas com até 29 anos. É necessário encarar o envelhecimento como um processo natural da vida. Mas será que é possível atrasar o relógio?
Um exemplo de quem encara a velhice sem frescura é mostrado no trabalho do russo Vladimir Yakovlev, que faz o projeto ‘The Age of Happiness’ desde 2011. O fotógrafo documenta em todo o mundo, histórias de pessoas que desafiaram as expectativas que o processo de envelhecimento impõe. Tudo o que viu está registrado no livro e na página que levam o mesmo nome do projeto e as histórias foram parar no livro “How would I like to be when I am 70?” (Como você gostaria de estar quando tiver 70?).
E no Brasil, muita gente também acredita que o envelhecimento não é sinônimo de desânimo. Ao contrário, é hora da mente manter-se em movimento. O corpo pede uma atenção maior e é necessário buscar alternativas de se sentir bem e a uma das principais é se exercitar.
A Reportagem conversou com dois idosos, adeptos das práticas da caminhada e da academia. Eles têm em comum a certeza de que a prática de atividades físicas é fundamental para a saúde.
Geraldo Emery tem 70 anos. Aderiu à caminhada na Avenida Dário Grossi há seis meses, mas faz questão de destacar que já fazia pequenos percursos no dia a dia, o que já considerava uma caminhada também. “Trabalhava na fazenda experimental, lá em baixo e todo dia eu caminhava, pelo menos um pouco. Não era uma caminhada de uma hora ou quase uma hora, era menos, mas sempre caminhava um pouquinho. Eu sempre gostei de andar”.
Para Geraldo, os benefícios são visíveis. Ele sente os efeitos positivos e já encara a caminhada como parte de sua vida. “Melhora muito, em todos os sentidos. Ficamos mais dispostos e até a capacidade respiratória sinto que melhora. Eu tenho a consciência que não devo ficar mais sem caminhar. Preciso caminhar porque é muito bom para a saúde”.
Para quem ainda não caiu nas graças dos exercícios físicos, Geraldo aconselha: “Se tiverem a noção exata do beneficio que isso pode trazer para a saúde, estariam todos caminhando, sem dúvida alguma. Aconselho a fazer exercícios físicos, só faz bem”.
Outra atividade que também faz bem à saúde é defendida por Maria da Consolação, de 63 anos. Consola, como gosta de ser chamada, faz atividade física há oito anos. Iniciou com a caminhada e agora é adepta da malhação. “Caminhava bastante e depois vim para a academia. Minha vida está muito melhor. Atividade física te revigora, faz sentir bem, melhora o seu astral. Você se sente tranquilo depois que sai daqui e vai para a casa, trabalha tranquilamente”.
Para os jovens que ainda não descobriram os benefícios de uma vida saudável, a recomendação é não esperar que a saúde seja prejudicada. “O sedentarismo provoca doenças como diabetes, hipertensão e para evitar isso eles têm que deixar o sedentarismo, a preguiça e vir para a academia ou fazer caminhada. Tem que praticar atividade física”.
Além dos benefícios para a saúde, quem valoriza também o lado estético pode procurar as academias sem medo. Consola dá uma dica. “Além de se sentir bem, o seu corpo também fica melhor. Consegue retardar um pouco o tempo, que é bastante cruel”.
Mas sempre é bom lembrar, antes de iniciar em uma atividade física, deve-se procurar um médico, como é o caso dos entrevistados.