Uma entrevista com o professor Humberto Luiz Salustiano Costa Júnior
CARATINGA – Escolhido pelo DIÁRIO como destaque na área de Educação de 2017, o advogado e professor Humberto Luiz Salustiano Costa Junior, ou simplesmente ‘Humbertinho’, é conhecido pelo seu carisma e por sua didática, pois sabe transmitir conhecimento, que é facilmente assimilado por alunos e alunas que cursam Direito na Doctum. Suas aulas não são maçantes.
Humberto é mestre em Ciências Jurídicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; especialista em Direito Público pela Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce; advogado; bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce. Com ele, uma aula não é apenas mais uma aula, é uma lição para toda vida.
– O que lhe motivou a ser professor?
O que me motiva a lecionar é o contato direto com pessoas que desejam crescer na vida, que desejam ser melhores, que almejam, através do conhecimento, melhorar a qualidade de vida dos seus e da sociedade. Me motiva muito também o fato de estar sempre atualizado com a vanguarda do Direito. Isso é muito importante para quem lida na área.
– Hoje o senhor se considera mais advogado ou professor?
Quanto ao fato de eu me entender ou mais advogado ou mais professor, creio que eu me defina como uma pessoa cujas duas funções são interdependentes. O magistério me mantém atualizado com o que há de mais novo no Direito e isso me faz um advogado melhor, na mesma proporção que os 19 anos da minha advocacia me proporcionam experiência e inúmeros casos concretos que levo à dá-la de aula para ilustrar, na prática, aquele conhecimento necessário à formação do aluno. Ou seja: uma profissão complementa a outra e, as duas, acabam por me proporcionar uma formação bilateral mais coesa. Não consigo me ver afastado de nenhuma delas.
– Como é sua relação com seus alunos e alunas? Pois eles sempre elogiam sua maneira de ensinar. Quais recursos o senhor usa para deixar a aula mais atrativa?
Acredito que a minha boa relação com as alunas e os alunos se dê em razão de um tripé: respeito, alegria e entendimento do outro.
Muito embora as salas de aula estejam sempre cheias, respeito e busco compreender cada um e cada uma individualmente. Faço questão, inclusive, já no primeiro dia de aula, de fornecer o meu telefone pessoal e me colocar à disposição para o que precisarem a qualquer momento. Isso faz diferença. E muita. Eles e elas se sentem verdadeiramente valorizados e valorizadas, e isso é importantíssimo para o processo de aprendizagem. Por fim, a alegria! É para mim um enorme prazer estar em sala de aula! Creio que alegria contagia! E nesse mundo de hoje, cheio de medos e insegurança, chegar no fim do dia e encontrar alguém alegre e motivado acaba por gerar uma empatia natural! Isso acarreta uma proximidade entre o professor e o aluno que acaba por fazer toda a diferença!
– Quais são as habilidades necessárias, ou indicadas, para o exercício da profissão de advogado?
Quanto ao perfil do aluno de Direito, creio que todas as pessoas que possuem fome e sede de justiça precisem passar pelo curso jurídico. Costumo dizer já para a turma do primeiro período e no primeiro dia de aula que o Direito é o manual de instruções da vida em sociedade. Sabendo ou não sabendo o Direito, vivemos todos em sociedade. Logo, quem entende as regras acaba levando vantagem sobre quem não as conhece. Figurar entre os que sabem faz muita diferença na qualidade de vida! Por isso, para ser aluno ou aluna de Direito, basta querer aprender sobre as regras que nos norteiam a todos!
Demais disso, o curso de Direito abre um enorme leque de opções para empregabilidade. São inúmeras as carreiras profissionais que demandam o curso de Direito. Isso também justifica a enorme procura pela formação jurídica no país.
– Outro detalhe é que o senhor é bem participativo nas mídias sociais. É complicado ter opinião nos dias de hoje?
De fato sou um ativista nas redes sociais. Acredito que possamos viver em uma sociedade mais justa e com mais igualdade de oportunidades, onde as pessoas não sejam julgadas pelo dinheiro que tenham ou não tenham, pela cor de sua pele, pelo local onde mora, pela religião que processa ou não professa, pela sua opção sexual e etc. Desejo uma sociedade na qual poder humano seja respeitado simplesmente por ser humano. E faço das redes sociais um instrumento para que esse recado seja dado. Não é difícil para mim defender essas opiniões porque nelas eu acredito e delas faço o meu ideal de vida em sociedade. Talvez seja difícil para outras pessoas lerem o que eu escrevo, por não concordarem. Mas isso é um bom sinal! Se o discurso de Justiça Sofia incomoda é porque alguém está precisando se tornar mais justo! E se o meu ativismo proporciona esse incômodo, é sinal de que estamos no caminho certo! Ruim seria se o discurso fosse estéril!
– Depois da conclusão do curso de Direito, vem o exame da OAB. Essa prova é realmente um ‘bicho de sete cabeças’?
Quanto à prova da OAB, acredito que seja a avaliação mais fácil à qual uma pessoa possa se submeter na vida! Ela fica 5 anos se preparando para isso. Ao fim, precisa acertar 50% de uma prova de marcar X e, depois, 60% de uma prova dissertativa quando se pode consultar a legislação. Basta encarar com seriedade e responsabilidade os 5 anos de faculdade que a pessoa tira de letra! Costumo dizer aos alunos e às alunas que quem é reprovado na OAB perdeu para si mesmo, pois é uma concurso cujo único concorrente é você. Logo, encarar a vida e os estudos com responsabilidade é o que determina quem vai e quem fica.
– O que mais lhe atrai no Direito?
Por fim, o que me mantém vivo e alegre nas duas profissões jurídicas que abracei é a possibilidade de, a cada dia, contribuir para uma sociedade mais justa, livre e solidária. Isso só o Direito e o magistério podem proporcionar!