Caratinguenses que fazem intercâmbio falam sobre experiências e expectativas
CARATINGA – Muitos estudantes têm a oportunidade de ter contato com o ensino no exterior através do Programa Ciência Sem Fronteiras, que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional.
A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.
O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.
Caratinguenses, estudantes de Engenharia Civil, têm se destacado e alcançado vagas para estudar em universidades do exterior. Eles conversaram com o DIÁRIO DE CARATINGA e falaram sobre suas experiências e sobre o ensino no exterior.

Letícia Ferreira Magalhães, 23 anos, estudou na Universidade de Missouri – Kansas City (UMKC – University of Missouri – Kansas City) por 11 meses e já está de volta.
EXPERIÊNCIA ÚNICA
Sâmequi Paiva, 23 anos de idade, estuda na The University of Kansas há nove meses. Ele afirma que foi o foco no futuro e o anseio pela busca de conhecimento que lhe fizeram tentar uma vaga no Ciência Sem Fronteiras. “Precisei me preparar para fazer o teste de proficiência exigido pela universidade americana e pelo programa. Fiz um curso intensivo preparatório de inglês, antes disso nunca tinha feito curso. Sempre fui curioso e aprendi boa parte do idioma sozinho”.
Ele afirma que foi nos Estados Unidos que teve a oportunidade de ainda aperfeiçoar o idioma. “Mas, sou grato aos meus professores de inglês do Brasil, por terem me dado apoio. O ensino aqui é interessante, voltado para o âmbito de pesquisa científica, é uma experiência única”.

Izaque Júnior, 21 anos, vai estudar na University of Kentucky, situada na cidade de Lexington, Kentucky, EUA, a partir do dia 18 de junho
“CHOQUE CULTURAL”
Letícia Ferreira Magalhães, 23 anos, estudou na Universidade de Missouri – Kansas City (UMKC – University of Missouri – Kansas City) por 11 meses e já está de volta.
A jovem afirma que sempre gostou de desafios e que a experiência de estudar fora do país seria um grande marco em sua vida pessoal e profissional. “E realmente foi. No começo não estava acreditando que realmente iria dar certo, mas quando fui passando pelas etapas e chegando mais perto de ir, tive a certeza que fiz a escolha certa”.
Para Letícia, o inglês não foi uma barreira, por ter familiares que moram nos Estados Unidos, com os quais mantém contato. “Sempre escutei músicas e vi filmes em inglês, vendo as traduções e legendas, acho que isso me ajudou bastante. Também fiz um curso de idiomas (Flow) que me ajudou muito na conversação e prática e para o teste estudei em um programa que simulava o TOEFL (teste de inglês requerido para o programa), juntamente com meus professores no curso de idiomas e em casa”.
Para Letícia, o intercâmbio foi uma experiência “incrível”, apesar de no início ter lidado com um “choque cultural”. “Seria impossível resumir em palavras. No começo tive que lidar com o choque cultural, um método de ensino diferente e ao mesmo tempo superando as dificuldades como morar sozinha pela primeira vez, ficar longe da família e amigos. Profissionalmente, acredito que devido à diferença do método de ensino nos EUA, pude aprimorar minhas técnicas de estudos e também fazer matérias diferentes das que eu teria no Brasil, tendo uma visão diferente da Engenharia Civil, o que foi muito produtivo para mim. Aconselho a todos que tiverem a oportunidade que encarem esse desafio e que cresçam em todas as áreas de sua vida”.
CRESCIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL
Já Izaque Júnior, 21 anos, está se preparando para a experiência. Ele vai estudar na University of Kentucky, situada na cidade de Lexington, Kentucky, EUA, a partir do dia 18 de junho. O jovem explica como se preparou para o temido teste de proficiência exigido pelo Programa. “Realizando exercícios semelhantes aos do teste requerido. Fiz algo em torno de seis meses de curso”.
Izaque afirma que uma palavra resume perfeitamente o seu interesse em tentar uma vaga no Ciência Sem Fronteiras: o desafio. “A busca por um complemento acadêmico e cultural. A oportunidade de estudar em uma Universidade de alto nível e o aperfeiçoamento da língua inglesa”.
A poucos dias do início do intercâmbio, Izaque alimenta expectativas e espera trazer boas experiências que acrescentem em sua carreira profissional. “Aproveitar a oportunidade de estar inserido numa nova cultura, adquirir fluência no idioma, conhecer pessoas do mundo todo. Por fim, crescimento pessoal e profissional”.