Conto escrito pela aluna Sophia Elize
Ensaio sobre incertos pensamentos
Foi mais sexta uma cansativa. O relógio marca meia noite e cinquenta e dois, já é sábado; e me encontro em meu quarto pensativa, como de costume. Não consigo me desligar de meus pensamentos, parece que me perseguem na hora em que quero esquecê-los e isso tem me tirado o sono todos os dias.
Começo a refletir sobre o que tenho feito e a resposta é algo que veio de imediato: não sei! Não sei o que ando fazendo, o que ando falando. Parece estranho dizer isso, se o que o homem faz é premeditado por seus pensamentos (pelo menos na maioria das vezes). Me pergunto o que tenho sentido e não consigo centralizar minha mente sem que veja a imagem de seu rosto ao fechar os olhos. É inevitável não admirar os traços que vêm em minha memória; são de uma pessoa que deixa meu inconsciente consciente daquilo que vejo, desperta em mim algo que ainda não sei se posso chamar de amor.
Não sei como pude me desligar de um todo e começar a observar um único ponto: Você! É estranho dizer isso, sentir isso, mas, ao mesmo tempo me traz um alívio e faz fluir de mim coisas que nem imaginaria que poderiam surgir. Poesias e mais poesias, músicas e mais músicas – a pura demonstração daquilo que está dentro de mim, escondido a sete chaves.
Vejo as horas no celular e percebo que fiquei muito tempo tentando achar as respostas para minhas próprias perguntas. Começo a rir pois percebo que foi uma tentativa em vão, por não chegar à conclusão nenhuma, somente refleti sobre aquele ponto que parei para observar.
Mais uma vez a noite é arruinada pela inquietação de minhas filosofias, se é que posso chamar assim. Penso em dormir, mas vejo que ainda não me veio o sono. Penso em dormir, mas vejo que ainda não me veio o sono. Não consigo mais tirar uma resposta a não ser essa: a minha solidão! Me sinto confortada em saber que já me acostumei com isso.
Um barulho lá fora me desconstrói a atenção mas, rapidamente, volto ao ponto onde não queria deixar de pensar. Sei que nunca vou ter espaço naquele coração, sei que nunca vou ter algo correspondido, o que para muitas pessoas é difícil a aceitação. Sei de várias coisas que não vão me acontecer, mas isso não me entristece, o seu amor é algo que quero mas sei que a mim ele não se dirigirá. A única coisa que me restou foi ficar calada, como se fosse muda em relação a isso, escondendo algo que adoraria mostrar, tendo que me burlar para não deixar que isso fique estampado em meu rosto. Tendo que fechar meus olhos para que não visse o que eles escondem.
Nunca pensei que eu mesma tentaria me esconder de coisas assim. Algum dia espero não me arrepender do que fiz, do que me propus a fazer para encobrir a única verdade que eu tenho certeza de sua autenticidade.
Enfim, o esperado sono chega com cara de atrasado. Ainda continuo a pensar sobre aqueles olhos que me encantaram. Minha incapacidade de fazer algo nesse sentido me impressiona, e volto a me perguntar o que tenho sentido.
Dessa vez a resposta bate à porta me trazendo medo: Amor! Somente isso que sinto, não consigo descrever nada. E isso sempre continuará ardendo em mim, mesmo que não saiba, como se fosse uma morada.
Sophia Elize
Aluna do Núcleo de Ensino Professor João Martins-NEPJM