Por outro lado, provedor afirma que momento é de diálogo sobre o que seria mais viável e eficiente para reabertura do hospital
CARATINGA- A Prefeitura de Caratinga emitiu nota oficial sobre o fechamento do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Dentre os aspectos abordados, o executivo buscou rebater críticas da população sobre responsabilidade da prefeitura em relação à crise na saúde, frisando que não é de sua competência administrar o hospital.
Outro ponto destacado foi um “consenso” em transferir a administração do hospital para uma empresa com experiência em gestão hospitalar. Sobre este ponto, o provedor do HNSA fez a seguinte consideração: “As decisões competem a administração do hospital. Estou em constante diálogo com a Comissão de Acompanhamento, e quanto ao que será para reabertura, vamos ver o que seria mais viável e eficiente para a continuidade da prestação de serviços e reabertura do hospital”.
A prefeitura ainda descreveu o atual momento do HNSA como “instituição falida, sem fluxo de caixa, sem reservas financeiras, com duas folhas de pagamentos atrasadas e o corpo clínico em fase de paralisação”. Confira a nota na íntegra:
“Sobre o fechamento do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, a Prefeitura de Caratinga, em nota, apresenta considerações e dá transparência sobre esta questão.
O Governo Municipal compreende ser o seu fechamento uma lamentável perda para Caratinga e região. Por isso, dentro das condições legais, vinha buscando fortalecer o hospital e seu papel na região.
Como é sabido por muitos os hospitais filantrópicos de Minas Gerais vêm passando por grave crise financeira. E a situação do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora já estava frágil antes desta crise.
Em 2017 quando os serviços foram paralisados em razão da crise financeira o Governo Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde de Caratinga participou ativamente de todos os espaços de discussões que buscavam construir soluções para o hospital, inclusive com atuações na Secretaria Estadual de Saúde, quando foi alocado cerca de 6 milhões de reais em 12 parcelas de 500 mil reais para o ano de 2018 como reforço aos outros recursos já alocados.
Apesar dos vários esforços a crise persistiu e os serviços continuaram sendo ofertados de forma precária e novamente houve trocas na coordenação do hospital. Pois diferente do que pode ser pensado, não cabe ao Governo Municipal, não cabe a Secretaria Municipal de Saúde administrar o hospital, mas sim propor meios e saídas que viabilizem seu funcionamento. E assim a secretaria tem feito. Especialmente porquê a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) é a principal “compradora” dos serviços oferecidos pelo hospital.
No entanto, as sucessivas trocas no comando do hospital, a ausência de uma estrutura administrativa mais consolidada reflete no déficit quanto às receitas e despesas, e isso fragilizou ainda mais a situação.
No dia 23/02 o Governo Municipal participou da reunião conjunta com a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, com a participação de técnicas do Nível Central e do Superintendente Regional de Saúde, do Ministério Público, do Poder Executivo Municipal também na pessoa do Prefeito Dr. Welington Moreira, do Conselho Municipal de Saúde, do Poder Legislativo, do Cosems e Mesa Provedora do Hospital. E nesta reunião consensuou-se a criação de uma Comissão de Acompanhamento composta por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde e Secretários Municipais de Saúde com intuito de propor medidas corretivas para o hospital.
Porém tal comissão deparou-se com uma instituição falida, sem fluxo de caixa, sem reservas financeiras, com 02 folhas de pagamentos atrasadas e o corpo clínico em fase de paralisação. Considerando a responsabilidade com a vida e o bem estar dos cidadãos caratinguenses e da região ali internados e que mesmo recebendo todos os recursos financeiros previstos para o mês de março de 2019, não haveria melhora na situação exposta, foi consenso do provedor padre Moacir com a comissão encerrar os serviços e transferir a administração à uma empresa com expertise em gestão hospitalar.
O Governo Municipal entende que nesse momento de crise é necessário unir forças, construir soluções no menor espaço de tempo possível pois esta é novamente uma fase difícil para o Município, e por isso a pretensão da Prefeitura de Caratinga é fazer o que estiver ao seu alcance para que esta fase seja superada em tempo breve.
As primeiras medidas foram tomadas pelo Governo Municipal nesta sexta-feira (15) em reunião emergencial com um grupo de técnicos e secretários de saúde para a elaboração de um fluxo emergencial que dará organização e condições de atendimento de toda a microrregião de saúde através da UPA 24h de Caratinga e do Hospital Casu-Irmã Denise, e a partir de parcerias com outros hospitais da região.
O plano de contingência compreende 60 dias, e tivemos o primeiro parto acontecendo dentro do plano nesta sexta-feira (15) no CASU, e tudo ocorreu com tranquilidade.
Apesar da conjuntura adversa, a Prefeitura de Caratinga está trabalhando arduamente para garantir o direito constitucional do acesso à saúde e não decepcionar nossos cidadãos, e sustenta a fé de que em breve o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora retornará na sua totalidade. E que somemos fé para atravessarmos essa adversidade”.