CARATINGA – Na edição da última terça-feira (3), o DIÁRIO DE CARATINGA trouxe ao leitor as primeiras propostas daqueles que concorrem à prefeitura de Caratinga, sobre saúde, mobilidade urbana, escolha de secretariado e geração de emprego.
Para isso, fizemos a mesma pergunta para todos os candidatos e hoje trazemos mais respostas dos candidatos, desta vez, sobre os temas abastecimento de água, iluminação pública, habitação e queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Reiteramos ao leitor que a colocação das respostas obedece à ordem alfabética dos candidatos.
Ressaltamos aos leitores do DIÁRIO que as questões foram enviadas aos candidatos na quinta-feira (8) e pedimos que as respostas fossem concedidas até às 10h de ontem. Somente a assessoria do PT não enviou as respostas, mas fez a seguinte justificativa: “Devido a renúncia do Enoque e ainda não ter feito o registro de candidatura, fica impossibilitado João Bosco responder o questionário. O registro está previsto para acontecer na tarde deste sábado (ontem)”.
Mais precisamente, nos últimos dois anos a cidade de Caratinga passou por momentos difíceis em relação ao abastecimento de água. Caso eleito, como o senhor pretende solucionar esse problema?
Dr. Welington – Vamos cobrar uma ação mais eficaz da Copasa no município. O problema da água é grave e não apenas Caratinga, mas a região precisa de uma solução. Falam do reservatório, falam de trazer água de outra fonte. Ambos são projetos caros, possíveis, mas são as melhores soluções? Vamos trabalhar, por meio da nossa articulação política, deputados, Governo do Estado e Governo Federal para que novos recursos sejam destinados para a cidade. Para que estes recursos? Para melhorar a captação de água atual, e amplia-la, buscando novas fontes de captação de água, fazendo um trabalho de limpeza de nascentes, e etc. Tudo pensando não só no momento atual, mas no futuro de Caratinga. Em nossa gestão vamos estabelecer um convênio de cooperação, Prefeitura e Copasa, para melhorar as condições da atual fonte da captação. Mas o trabalho mais importante para resolver a questão a longo prazo é a recuperação das nascentes e reflorestamento do leito do rio, isto sem sombra de dúvidas. E para isso, além da Copasa, vamos estabelecer parcerias com o IEF, IBAMA e empresas privadas. Temos um bom exemplo neste setor, o Instituto Terra de Aimorés, que tem tido sucesso na recuperação de nascentes, e vamos utilizar este know-how em nossa cidade, o que vai nos ajudar a mudar a nossa história para termos um futuro mais tranquilo.
Márcio Didi – O atual administrador tem tratado do problema de uma forma ineficiente. Como ele mesmo já sustentou, inclusive nas redes sociais, a prefeitura de Caratinga não levará a questão para a esfera jurídica. O atual prefeito acredita fielmente que irá resolver tamanho problema através de um mero acordo de conduta na esfera administrativa. Tal solução não é rápida nem obriga a Copasa a trabalhar com urgência. A real solução seria a recuperação e reflorestamento das nascentes por toda sua extensão e do Córrego Lage. Porém, não podemos fazer com que os caratinguenses fiquem reféns da espera demorada dessa obra. Precisamos que esse problema seja resolvido agora. O município precisa entrar na justiça com um pedido liminar obrigando a Copasa a construir represas ou reservatórios de água dentro de um prazo razoável, levando em conta a urgência que vivemos, sendo aplicada multa diária em caso de atraso. Assim teremos todo um aparato de curto e longo prazo para resolver definitivamente o problema de agua e Caratinga
Marco Antônio – A Copasa tem um contrato de concessão com o município de Caratinga de 30 anos, desses 18 já foram cumpridos. Porém as administrações passadas não fiscalizavam os serviços e nem o contrato. Na nossa gestão cobramos da Copasa um estudo e resposta para a crise hídrica, que já se anunciava em algumas partes de nosso país. Ai então, a Copasa nos apresentou um estudo em que Caratinga só enfrentaríamos a crise hídrica daqui a 30 anos. Porém veio o erro técnico de avaliação e, no ano passado já sofremos com a falta d’água.
Com todas as irresponsabilidades de governos passados e da Copasa, nossa gestão além de enfrentar a crise política, financeira e moral que o país esta passando, ainda, vem passar pela crise hídrica. Por esses motivos montamos um comitê de crise dos recursos hídricos, composto por personalidades de representatividade do município, para que pudéssemos junto ao contrato de concessão fazer um estudo para que a Copasa invista no que ela deixou de investir.
O relatório final ficou pronto e nós emitimos a Copasa um pedido de resposta. Ela nos atendeu em parte. Mas ainda faltam concluir e entregar à sociedade de Caratinga de: água tratada nos distritos e Cordeiro de Minas e Dom Lara; concluir a obra de canalização e captação da rede de esgoto domiciliar na cidade de Caratinga, que também só iniciou por conta da nossa interferência e gestão, e que correspondem a 75% e projetar os outros 25% que ficaram faltando; fazer um estudo de crescimento de abastecimento acompanhando o crescimento das cidades e ainda não o fez; fazer o reservatório pra quando chegar o período de estiagem ela ter águia para oferecer; cuidar das nascentes e reserva que envolve o Córrego do Lage e não fez. Todas essas avaliações estão sendo feita em nossa gestão.
Começamos a fazer negociação junto ao Ministério Público para que a Copasa possa resolver estes problemas. Se ela não aceitar através do TAC – Termo de Ajuste de Conduta o avanço do cumprimento de suas responsabilidades, iremos à justiça. Mas sem duvida a Copasa negligenciou, durante todos esses anos, o investimento, baseada num relatório técnico de que não haveria necessidade, nesses próximos anos, de se fazer investimento.
A nossa responsabilidade é cobrar dela que atue, resolva e cumpra o contrato. Se isso não acontecer iremos à justiça, mas, com responsabilidade, as negociações estão sendo feita. A exemplo disso cobramos uma solução de médio prazo, resolvendo a situação do desabastecimento, que é a captação de água do Rio Preto trazendo para nossa cidade, e, segundo informações da Copasa, já foi liberado recursos e estão aprovando a licitação para começar agora em novembro a captação. Queremos deixar bem claro que estamos cobrando da Copasa o cumprimento de suas obrigações para com o município de Caratinga.
Odiel – Como uma das primeiras medidas da nossa gestão será enfrentar o estado de calamidade pública que é a falta de abastecimento de água potável na sede e distritos do Município de Caratinga. A Copasa não tem mais o direito de apresentar “desculpas” para a população de Caratinga. A culpa da falta de água é de responsabilidade da Copasa que não fez o acompanhamento da situação e não tomou as medidas necessárias para evitar a falta de agua em nosso município.
1) Decretar imediatamente Estado de Calamidade Pública em face da falta de abastecimento de agua potável no Município de Caratinga para facilitar o processo de licitação de concessão pública visando atrair empresas com capacidade econômica e técnica.
2) Abrir imediatamente um processo administrativo amigável para extinção do contrato da Copasa com Município de Caratinga tanto na gestão do esgoto como da questão da distribuição da agua. E caso não seja possível resolver a situação mediante um acordo, serão tomadas as medidas judiciais para encerrar imediatamente as atividades da Copasa.
3) Determinar a suspenção imediata da cobrança indevida da taxa de esgoto e obrigar a Copasa a devolver todo o valor cobrado da população de Caratinga.
4) Convocar um processo licitatório com amplo chamamento de empresas com capacidade e interesse de investir imediatamente recursos para resolver definitivamente o abastecimento de agua para o Município de Caratinga, incluindo a sede e os distritos.
5) A empresa interessada deverá imediatamente aprovar os projetos e executar a construção de um grande reservatório de agua para garantir o abastecimento ininterrupto da sede do município durante todo o período de estiagem.
6) A empresa interessada deverá imediatamente comprovar aprovar os projetos e executar a construção de reservatórios em cada um dos distritos para garantir o abastecimento ininterrupto da população da sede do distrito.
7) A empresa interessada deverá apresentar e executar um plano de ações para garantir imediatamente o abastecimento de agua potável para toda a população da sede do município.
8) Determinar a suspenção imediata da cobrança indevida da taxa de esgoto e obrigar a Copasa a devolver todo o valor cobrado da população de Caratinga.
Van Gogh – Dos candidatos a prefeito sou o único que por mais de três anos vem batendo nesta questão. São dezenas de vídeos que fiz lá na captação do Córrego do Lage mostrando a gravidade da questão, os outros candidatos nem devem conhecer o local. Existe um inquérito no Ministério Público por pedido nosso, através da Câmara Voluntária, vamos exigir da Copasa a imediata construção de um grande reservatório e um grande projeto de recuperação da Bacia do Lage. O reservatório, além de garantir água para Caratinga, se tornará um local de lazer para a população. A situação somente chegou a este ponto dramático por total e criminosa irresponsabilidade dos prefeitos de Caratinga e da Copasa. A população está praticamente sem água e eles dizem que não tem culpa de nada. É muito fazer o povo de palhaço.
Desde 1° de janeiro de 2015, todas as prefeituras ficaram responsáveis pelos ativos de iluminação pública, conforme resolução nº 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Qual é a sua proposta de gestão da iluminação pública, contemplando a eficiência energética?
Dr. Welington- A questão da iluminação pública entra também na área de segurança pública da população. Muitos crimes são cometidos exatamente nos locais onde a iluminação não é eficiente. Embora a legislação tenha transferido a responsabilidade da iluminação pública para os municípios desde janeiro de 2015, só um ano depois a Prefeitura de Caratinga passou a prestar o serviço efetivamente, por meio de uma empresa contratada por licitação, que não tem se mostrado eficiente na execução do serviço. Precisamos fazer com que isso funcione efetivamente e a lei nos garante os direitos no caso de não cumprimento do contrato. O caminho é mesmo a terceirização do serviço, para não inchar a máquina pública, mas é preciso ser eficiente. Não se trata apenas de manter as lâmpadas acesas, mas economizar energia. Em nossa gestão vamos desenvolver um projeto de incentivo a projetos de eficiência energética nas construções particulares e nos planos de habitação social com aquecedores solares e lâmpadas de baixo consumo, além de promover, gradativamente, a troca da iluminação pública atual, com lâmpadas fluorescentes, por lâmpadas de LED, projeto aplicado em outras cidades que tem mostrado excelentes resultados. São lâmpadas econômicas, reduzindo o custo e o consumo, benefício para todos.
Márcio Didi- É evidente ou facilmente percebido que este serviço também vem sendo prestado em Caratinga de forma inadequada. Portanto, uma vez que mais essa responsabilidade foi transferida para os municípios teremos que fazer um processo licitatório rigoroso e eficiente para podermos cobrar qualidade e assiduidade por parte do contratante. É inegável a necessidade de terceirizar esse serviço devido à sobrecarga da prefeitura, que por conta disso acaba sendo mal prestado. Portanto, assim como qualquer outro serviço e ou produto adquirido terá acompanhamento rigoroso por parte de fiscais e controladores internos da prefeitura municipal.
Marco Antônio- Licitamos uma firma que ganhou um dos preços mais baixos de Minas Gerais, com o valor de R$2,90 (dois reais e noventa centavos) por ponto e ela tem que cumprir com a sua tarefa. A nossa função quando licitamos é acompanhar a eficiência das empresas licitadas. E não resta duvida, que ela está longe da eficiência na troca e na rapidez. Montamos um Call Center na secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos onde as pessoas ligam e fazem a cobrança. Também temos os fiscais que acompanham a eficiência dessa empresa, que já foi notificada mais de uma vez. Então, estamos observando a eficiência e seguindo os tramites legal para que ela possa ter o prazo que é de direito. Se continuar dessa forma, continuaremos notificando até que se rompa o contrato e abra nova licitação. Mas deve-se deixar bem claro à população, de que ela começou com esse preço. Conseguimos fazer um reajuste dentro legalidade e, mesmo assim, ela não está cumprindo com eficiência. E para o serviço público existem trâmites legais de notificações até que se rompa o contrato, e já estamos fazendo isso. Se ela não se ajustar, em breve, será notificada e cortada o contrato e então aberta uma nova licitação.
Odiel – A transferência das responsabilidades pela manutenção e ampliação dos serviços de iluminação pública para municípios do porte de Caratinga é muito vantajosa, pois os recursos são mais do que suficientes para manter um serviço de qualidade para a população.
O que a população precisa saber é que os recursos recebidos pelo Município de Caratinga são mais do que suficientes para manter um serviço público de qualidade e que atenda todas as áreas da sede e dos distritos. Ocorre que atualmente estes recursos não estão sendo aplicados na iluminação pública, sendo utilizados com desvio de finalidade em outras áreas.
A nossa proposta para a gestão da iluminação pública municipal é justamente investir integralmente o recurso primeiramente para substituir todas as lâmpadas queimadas dos pontos de iluminação, depois implantar um cronograma de troca das lâmpadas mais antigas por modelos mais modernos, econômicos e eficientes. Concluídas estas etapas emergenciais iremos implantar um programa de ampliação da iluminação nas áreas mais carentes, e nas áreas indicadas pela Polícia Militar visando a inibição de ocorrência de delitos e consequente melhora na segurança pública.
Van Gogh- É inaceitável o que está acontecendo em Caratinga. Você paga a iluminação pública e fica no escuro por meses esperando que uma lâmpada seja trocada, é prefeito frouxo, é preciso ter autoridade. Se a empresa não funciona, manda embora, foi contratada para fazer o serviço, se não o faz, não serve. A população paga pela iluminação publica, e tem mais, nas periferias quando trocam uma lâmpada, estão colocando lâmpadas muito mais fracas que nem iluminam debaixo do poste. Se quiserem ver podem vir aqui em frente a minha casa, tem uma aqui, isto é crime contra o cidadão.
Outra questão é da habitação. Caratinga tem um déficit de 3.000 moradias. Quais suas propostas para este setor?
Dr. Welington- O déficit habitacional é um problema que o país enfrenta em todos os municípios, agravado pela desigualdade social. No nosso Governo vamos buscar alternativas para sanar o problema de forma ágil e prática. Por isso vamos firmar parcerias com os governos estadual e federal, com objetivo de colocar em prática no município, a médio e longo prazo, um programa de Habitação Social para alcançar as classes D e E, e vamos buscar parceiros para uma Parceria Público Privada (PPP), com objetivo de estimular a construção de Habitações de Interesse Social, com a participação do município na diminuição do valor, como por exemplo, com a doação de terrenos. Mas o problema habitacional do município não se restringe ao déficit, mas passa também pela regulamentação fundiária. Vamos trabalhar de forma acelerada nessa questão, para que as pessoas sejam donas, efetivas de suas moradias, legalizando o que for possível. Para fechar esse tema não poderia deixar de lembrar a necessidade de reurbanização de assentamentos precários em nosso município. Vamos tornar o seu lar um local digno, levando calçamento, água, luz e rede esgoto aos locais que ainda não tem infraestrutura básica.
Márcio Didi- A construção de novos conjuntos habitacionais populares seria a solução ideal, inclusive vale lembrar que o primeiro conjunto trazido para Caratinga foi um dos programas de governo implantado por meu tio João da Costa Mafra (João do Tino). Assim sendo, pretendo dar continuidade a estas obras, sabendo que hoje nosso município possui apenas dois conjuntos, o que não atende toda a demanda.
Sabemos também que hoje existem em Caratinga casas de amparos, ou seja, projetos sociais, que precisam do apoio da prefeitura para continuarem trabalhando e aprimorando o serviço desenvolvido de acolhimento e cuidado de pessoas em situação de rua, buscando a diminuição da desigualdade e da inclusão social. Esse apoio (subvenções) precisa ser pago rigorosamente em dia por parte da prefeitura para não comprometer o funcionamento regular das mesmas.
Vale ainda dizer que temos também inúmeras moradias sem registro público, o que impede a formalização adequada da propriedade. Nosso programa de governo prevê a legalização fundiária de todos imóveis, para resolver definitivamente esse problema.
Marco Antônio- Nós já estamos com o projeto pronto e aprovado na Caixa Econômica Federal para a construção de 872 casas. Todos os projetos estão aprovados aguardando a liberação do Governo Federal. Estamos aguardando o PAC 3 para que este investimento seja feito. Acredito que em breve, com o Governo Federal readequando as suas contas e a reabertura do PAC 3, Caratinga será uma das primeiras cidades a receber este investimento e avançar neste déficit. É claro, que a gente reconhece a deficiência, mas 872 moradias é um salto muito grande. Sinto pelos atrasos e sinto pelos atropelos do Governo Federal, porque o projeto está há mais de ano, no Ministério das Cidades, aguardando o recurso. Aguardamos afinal somente o Ministério dar o sinal verde.
Odiel – A questão da habitação deve ser tratada com muita seriedade e critério, pois muitas famílias realmente estão em casas em condições precárias ou mesmo em locais impróprios para construção, outras famílias precisam de regularização da documentação do imóvel, por diversos motivos. É preciso um levantamento de todo o zoneamento urbano e rural para identificar estas necessidades e qual é realmente a demanda habitacional, suas urgências e características.
Os investimentos na habitação deverão vir principalmente do Governo Federal através dos seus vários programas de habitação incluindo a popular e a regularização urbana, pois não faltam recursos, mais faltam projetos, força de vontade e capacidade para buscar estes investimentos.
O que não pode mais acontecer é perdemos os investimentos por falta de projetos ou capacidade técnica para buscar e disponibilizar a aplicação destes recursos. Fato grave ocorrido recentemente com a perda de um investimento para a construção de mais de 800 unidades populares, sem qualquer explicação da administração municipal.
Van Gogh- É uma questão muito importante, não podemos tratar o pobre como objeto de politicagem como tem acontecido. Creio que mais importante que dar casa é trabalhar com honestidade em busca do desenvolvimento, da geração de emprego e renda. Pessoas simples de Caratinga tem conseguido construir suas casas, o poder público pode contribuir de outra forma, não é arrumar terrenos de péssima qualidade e dizer que vai construir casa para os pobres, fazendo politicagem em cima dos mais simples e humildes. Milhares de pessoas construíram suas casas nestes morros de Caratinga, com dificuldade e com luta, enquanto aqui embaixo na prefeitura, vereadores e prefeitos imundos e suas quadrilhas lhes roubam o dinheiro que com sacrifício pagam em impostos, como vimos em vídeos no desgoverno passado em Caratinga, depois vem posar de humildes e amigos dos pobres, são marginais malditos.
A queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) é uma realidade em várias localidades e costuma ser a principal queixa dos prefeitos. Para o senhor, qual o grau de impacto desse dinheiro para a gestão municipal? Há uma via alternativa sem comprometer o orçamento?
Dr. Welington- A queda no repasse do FPM é sim uma preocupação de todos os que querem assumir como gestores a partir de 2017. O país vive uma crise financeira e isso afeta a todos, porque se falta dinheiro, todo mundo arrecada menos. Para você ter uma ideia em janeiro de 2016 Caratinga recebeu mais de 2 milhões e trezentos mil de FPM e em agosto o valor repassado foi de pouco mais de 2 milhões, o que significa uma perda de mais e 10%. Mas, o município ainda tem os repasses do ICMS, que também caiu, porque o consumo caiu e o do IPVA também. Precisamos enxugar os gastos da máquina pública e fazer as ações emergenciais que a cidade precisa. E não adianta ficarmos lamentando ou colocando desculpas na queda de arrecadação para justificar todos os problemas da cidade. Eu tenho responsabilidade. Coloco o meu nome como candidato para resolver o problema. E vamos resolver. Temos que procurar outras formar de trazer crescimento para Caratinga. E o melhor caminho é a geração de emprego e renda, o investimento em educação, o incentivo ao agronegócio e todas as possibilidades que nossa cidade já tem. Temos que fazer a cidade funcionar da melhor forma possível. Precisamos otimizar os recursos para fazer a cidade crescer. Municípios já gastaram muito à toa, vamos fazer todas as ações que a cidade precisa, sempre de forma transparente e responsável. Aplicando os recursos que temos de forma eficiente e com planejamento, projetos, sem desvios, sem corrupção, podemos fazer Caratinga voltar a crescer.
Márcio Didi- Toda administração passa por altos e baixos. É evidente que uma crise financeira a nível nacional afeta a esfera municipal diretamente. Porém, é por isso que é necessário que haja competência e capacidade por parte do administrador, além de claro, técnica administrativa e contábil.
Para suprir perdas e/ou diminuição de receitas, em especial a do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), temos que incentivar o pagamento das receitas municipais e se possível em dia. Exemplo: precisamos rever completamente os cálculos do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de nossa cidade, com valores mais justos, cálculos (mapeamento) de toda área municipal atualizada. Com o retorno desta receita para infraestrutura urbana, a população pagará o IPTU com satisfação.
Quanto à luta para o aumento da participação do FPM, atuaremos junto a Associação Mineira dos Municípios – AMM e da Confederação Nacional dos Municípios – CNM para distribuirmos melhor esta participação.
Vale lembrar que a participação dos municípios do pacto federativo em toda receita da União é de apenas 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento); dos estados 21,5% (vinte e um inteiros e cinco décimos por cento); ficando o Governo Federal com 49,00% (quarenta e nove por cento) de toda arrecadação nacional. O aumento desta participação dos municípios é a grande reivindicação dos mesmos.
Marco Antônio- Uma das dificuldades de nossa gestão além de todas as dívidas que estamos pagando, dos 22 milhões de dividas até agora, a queda da arrecadação impactou. A solução é fazer o que fizemos com rigor administrativo, avaliação de enxugamento da máquina e tentar adequar á nova realidade financeira. Temos o índice de funcionalismo altíssimo de 2524 funcionários e que temos de convier com isso, com uma folha de pagamento que chega a 5 milhões e 800 mil reais e as dificuldades de gerenciar. Mas acreditamos que, mesmo nessa crise, somos vitoriosos, porque conseguimos colocar o pagamento em dia a todo o funcionalismo. O que se observa é que há uma expectativa de crescimento no próximo ano de 5%, ai então a cidade começa a melhorar. Mesmo com esse crescimento há necessidade de se colocar mais recursos nos municípios. Precisamos rever o Pacto Federativo para que os municípios possam receber uma maior parcela da arrecadação. O Governo Federal fica com mais de 65% da arrecadação. O município fica somente com apenas 18% e o Estado com o restante. Há necessidade de um movimento político, e isso já estamos fazendo, junto à Associação Mineira dos Municípios, para que o governo coloque uma cota maior de recursos para podermos gerenciar, porque as pessoas vivem nos municípios, não é no Estado e nem na União.
Odiel – Ao contrário do que muitos acreditam nos últimos anos não houve queda significativa no volume de recursos provenientes do FPM – Fundo e Participação dos Municípios, especificamente no caso de Caratinga. A variação do repasse do FPM de Caratinga não causou um impacto que justifique a falta de investimentos ou interrupção de serviços públicos.
Caratinga é uma cidade que possui vários outras fontes de recursos, provenientes do estado (ICMS) e próprios; o que ocorre é falta de eficiência e desvio de finalidade das verbas públicas, tendo como exemplo o caso da iluminação pública, as contratações desnecessárias de pessoal ou de empresas sem o devido retorno de serviços para população.
A variação dos recursos do FPM não é motivo de preocupação, pois o que desequilibra as finanças do município são a má gestão, a falta de capacidade e os desvios de finalidade na aplicação dos recursos públicos.
A má gestão pública, a falta de capacidade técnica, e os desvios de finalidades dos recursos correspondem a um prejuízo de aproximadamente 50 milhões nos quatro anos de um mandato. Ou seja, são 50 milhões desperdiçados que não foram aplicados em serviços de saúde, em obras e na educação.
A nossa proposta, ou seja, via alternativa é justamente acabar com a má gestão, o desperdiço do dinheiro público, com a reorganização da estrutura da administração para se gastar menos com a Prefeitura e gastar mais com a população de Caratinga.
Van Gogh- Sei que o dinheiro recebido pelo município de Caratinga não é lá grandes coisas, mas se o prefeito fizer tudo com total transparência, se não comprar peças de carros e remédios superfaturados, como faz este atual, que ainda tem a cara de pau de dizer que a sua responsabilidade faz a diferença; se não empregar parentes e amigos, se não tirar dinheiro do povo para pagar vereadores marginais, se não pagar consultorias fajutas, como vimos na quadrilha do imundo governo passado, se não fizer todo este tipo de pilantragens que temos visto acontecer em Caratinga nos últimos governos, poderemos fazer um bom trabalho. Aprendi a ser honesto com meu pai e minha mãe e esta é uma herança imensamente valiosa para minha vida.