CARATINGA – O caratinguense Rodrigo Soares Ribeiro Rodrigues, de 29 anos, foi escolhido pela equipe do DIÁRIO DE CARATINGA, como destaque do esporte, devido à sua atuação pelo Montes Claros, na Superliga 2015/2016.
O filho de Renato Soares Rodrigues e Rosa Maria Ribeiro, foi anunciado em maio de 2015 como levantador do Montes Claros. Ele já atuou pela equipe na temporada 2010/2011. Depois defendeu São Bernardo, Volta Redonda e em 2014/15 o Juiz de Fora. Neste retorno, ele garante: “Acho que a maior diferença é a experiência e o amadurecimento”.
Nesta entrevista concedida ao DIÁRIO, Rodrigo relembra sua trajetória profissional, rotina de treinamentos e fala da emoção de ser um jogador de vôlei.
Como foi seu início de carreira ainda em Caratinga?
Comecei a aprender o voleibol com minha mãe, ela jogava vôlei de areia no CTC com uma turma de amigas e sempre me incentivou, mesmo eu praticando outros esportes. Meus pais sempre incentivaram e me colocaram para praticar esportes, fui pegando gosto pelo vôlei à medida que fui me destacando. Comecei a jogar no colégio e passei por professores competentes. No Pingo de Gente fui aluno do Júlio e na Jairo Grossi, com o Vagner Freris, me aprofundei um pouco mais no vôlei. O Vagner me ensinou muito. Meu primeiro time fora da escola foi na Escolinha do Cleitinho, tendo como técnico o Clayton Rocha. Foi aí que comecei a sonhar em ser jogador de voleibol. Aprendi muito com o Clayton, que sempre foi um grande amigo e incentivador. Comecei a jogar com ele em 2001 e no ano seguinte já estava jogando em Governador Valadares.
Como surgiu a oportunidade para atuar profissionalmente?
Eu passei por toda a categoria de base. Com a ajuda de Deus, familiares, amigos e muito esforço próprio, fui subindo degrau por degrau. Joguei em Joinville/SC, Banespa/SP, Sorocaba/SP e quando estava em Suzano/SP, no último ano de juvenil, recebi o convite pra jogar a primeira Superliga, pelo Vôlei Futuro de Araçatuba/SP. Foi espetacular. A realização de um sonho. Quase não joguei e o salário era bem pouco, mas a satisfação e a felicidade eram sem tamanho. Lembro-me da minha estreia como se fosse hoje. O levantador titular foi suspenso e eu fui escalado pro jogo, estava na reserva e o time perdendo de 1×0. Entrei no segundo set e viramos o jogo. Ganhamos de 3×1 e ganhei o troféu VivaVôlei, que é dado ao melhor jogador em quadra. Foi mágico.
Antes do voleibol, você arriscou jogar outra modalidade?
Como já disse, meus pais sempre me incentivaram a praticar esportes. Já pratiquei futebol, futsal, handball, judô, capoeira e natação.
Você já atuou pelo Montes Claros na temporada 2010/2011. Depois defendeu São Bernardo, Volta Redonda, em 2014/15 o Juiz de Fora e agora retornou para o Montes Claros. O que mudou no Rodrigo daquela temporada para agora?
Acho que a maior diferença é a experiência e o amadurecimento. Eu procurei aproveitar e absorver ao máximo e de forma positiva a vivência desses anos que se passaram desde a minha primeira passagem por Montes Claros. Aprendi muito com tudo que vivenciei e sei que ainda tenho muito que aprender. O aprendizado nunca tem fim.
Como é participar da Superliga? Qual a maior dificuldade da competição?
É muito emocionante e difícil disputar a Superliga. A Superliga é hoje um dos melhores campeonatos de vôlei do mundo, por isso exige uma preparação física e psicológica muito alta. Preciso chegar em um bom nível físico e psicológico e me manter assim, que na minha opinião é o mais difícil, por se tratar de um campeonato longo e desgastante. São muitos jogos e todos os jogos difíceis, muito disputados. Isso exige o máximo dos jogadores, é um desgaste muito grande.
A torcida do Montes Claros é conhecida pela maior média de público nos jogos. Qual é a sensação de jogar com um ginásio lotado?
A torcida montesclarenses é um espetáculo à parte. É sensacional ouvir o ginásio lotado me apoiando. Eles torcem de verdade e cobram quando o time não vai bem, são realmente apaixonados pelo vôlei. É sempre um incentivo a mais.
Como é sua rotina de treinamentos?
Treino em média cinco horas por dia, menos em dias de jogos. Nos dias de jogos tem um treino leve pela manhã, de uma a uma hora e meia. Nos dias normais os treinos são divididos em dois períodos, de manhã e de tarde, cada período de duas horas e meia em média. Pela manhã musculação e treino na quadra. O treino na quadra é específico por posição. Na parte da tarde o treino é tático, só na quadra.
A Superliga é uma dos melhores campeonatos de vôlei do mundo, então é uma ‘vitrine’. Você planeja jogar fora do país?
Já joguei fora do país. Fui por duas vezes disputar as finais do campeonato Libanês. Já tive propostas para jogar na Europa e acabei recusando. Não me achava preparado e financeiramente não eram propostas irrecusáveis, preferi ficar. Hoje me acho preparado e jogar no exterior passou a ser uma possibilidade real para a próxima temporada.
Quais seus maiores ídolos no vôlei?
A minha principal referência no vôlei é o Maurício. Quando comecei a jogar ele era o melhor levantador do mundo. Achava mágico o que ele fazia.
Quais são as qualidades que um bom jogador de vôlei precisa?
Determinação, dedicação e persistência. Tem que saber o que quer, se dedicar e não desistir diante dos tropeços da vida. Perder e cair também faz parte da vida de um atleta, um atleta tem que saber dar a volta por cima.
Nas duas últimas Olimpíadas, o Brasil ficou com a medalha de prata no vôlei masculino. Acha possível o ouro no Rio de Janeiro?
Acho completamente possível. Não vai ser fácil, o Brasil não é unanimidade hoje, mas eu sou brasileiro, acredito e torço muito para que isso aconteça.
Quais suas considerações finais?
Gostaria de agradecer a Deus, a minha família, em especial minha mãe; Rosa, meus irmãos; Rogério e Romário e meu pai; Renato, e amigos, por estarem sempre comigo, me apoiando e me incentivando. Sem vocês eu não teria chegado até aqui. Meu eterno agradecimento. E um beijo especial para minha namorada, Taíra Maciel, que se juntou a mim nessa caminhada. Sou feliz com vocês do meu lado.