E eu que achava que “a televisão me deixou burro demais”

 *Simone Aparecida de Sousa Capperucci

 

A geração de adolescentes e jovens foi acusada do uso exagerado da televisão, usada como babás pelos pais e entretenimento inútil pelos adolescentes e jovens. Mal sabíamos que algo maior estava por vir e a televisão foi substituída por tecnologias muito mais modernas: os celulares e smartphones.

Algumas vezes, quando observo determinadas situações pergunto-me se não seria verdade que alienígenas já invadiram a terra e nem percebemos, pois para todo lado que se olha, todas as faixas etárias estão conectadas e teclando.

Hoje mais importante que viver é postar. Postar no máximo de redes sociais possíveis: Instagram, WhatsApp, Face, e para provar que valeu a pena são necessárias milhares de curtidas e comentários. Nas reuniões familiares, cada um em seu aparelho, conectado ao mundo e afastado das pessoas. Estranha vida essa. O vício é grave e sério, não é uma diversão, é uma necessidade, guardar ou deixar o celular é perder a vida, ou no que se transformou a vida.

A televisão funcionava como uma espécie de controle, é verdade, as pessoas deixavam de conversar para assistirem aos programas televisivos, também era verdade, mas o que está acontecendo com a disseminação dos aparelhos celulares e seus correlatos nessa era tecnológica é algo inimaginável dez anos atrás. E a inquietação nos faz questionar para onde iremos seguindo essa direção.

O número de pessoas, principalmente adolescentes, que devido às pressões sociais angustiam-se e, muitas chegam ao suicídio, aumenta a cada nova estatística; enfeitiçados pela vida exposta no face, muitos desligam-se da realidade, outros se sentem frustrados por não conseguirem ter na realidade o que vivenciam dos outros na virtualidade e a desesperança faz com que os milhões de conectados sintam-se cada dia mais solitários e frustrados. Difícil conciliar o que se pode ver com o que é possível ter e viver.

 

 

*Mini Currículo: Formada em Língua Portuguesa e suas literaturas pelo Centro Universitário de Caratinga (UNEC) em 1997, pós -graduada em Língua Portuguesa em 1998 pelo UNEC, especialização em Literatura e Linguística aplicada em 2005 pelo Unec, mestre em Educação e Linguagem pelo UNEC em 2010.Professora de Língua Portuguesa nas séries finais do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino do Estado de Minas Gerais, desde 1996. Professora do Curso de Letras no UNEC, desde 2005.

-Mais informações sobre o autor: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4245469E9

 

Abrir bate-papo
1
Fale com a Redação
Olá 👋
Bem-vindo a redação do Jornal Diário de Caratinga! Como podemos ajudá-lo?