Reeleito pelo PSD com 19.868 votos, ele ainda comentou possíveis mudanças no governo para 2021
CARATINGA- Dr. Welington (PSD), reeleito prefeito de Caratinga com 19.868 votos (46,50%) concedeu entrevista exclusiva ao DIÁRIO na manhã de ontem. Ele fez um balanço do primeiro mandato e da campanha, analisou a nova Câmara Municipal e não descartou uma reforma administrativa para 2021 com “movimentação de peças” dentro do governo.
Qual balanço o senhor faz da campanha, que garantiu a vitória nas urnas?
Fazemos um balanço positivo da campanha. Sofremos muito durante toda a gestão com todas as dificuldades que nós passamos, mas fizemos um trabalho dentro daquilo que era possível e a população soube responder nas urnas, no dia e tarde de ontem. E agora teremos mais quatro anos pela frente para conseguirmos trabalhar e desenvolver tudo aquilo que nós esperávamos ter feito nessa gestão, mas, em razão das dificuldades não conseguimos, podermos estão cumprir esses compromissos agora em 2021 a 2024.
É comum que prefeito e vice sigam caminhos diferentes ao longo do governo. Mas, durante sua campanha, o senhor disse que Caratinga terá dois prefeitos, Dr. Welington e Ronaldo Milla. Fale um pouco sobre a relação com o vice-prefeito.
É uma situação que vínhamos discutindo durante a campanha e até antes, quando nós estávamos preparando para compor chapa. Eu dizia sempre que o grande problema entre o prefeito e o vice seria e foi com certeza porque geralmente as candidaturas de vice eram impostas por algum grupo que pretendia se agregar ao grupo do candidato a majoritária. Entendemos que praticamente todas as eleições aqui em Caratinga funcionaram dessa maneira. E nessa nós dissemos que a candidatura do vice seria uma escolha pessoal nossa e foi realmente. Vínhamos estudando, conversando com o Ronaldo desde o início em que ele assumiu, alguns meses depois e preparando essa composição de chapa. Fomos muito felizes com o convite feito ao Ronaldo e aceitação por parte dele. Tenho certeza absoluta que será diferente de todos os outros em razão de nós termos feito uma escolha pessoal. E quando você faz essa escolha pessoal é porque você tem certeza de que realmente quem você está convidando é a pessoa ideal para estar nos acompanhando, ao nosso lado durante a próxima gestão, que foi o caso em que saímos vitoriosos nessas eleições.
O senhor sempre relatou dificuldades dos primeiros anos de mandato e disse que estava arrumando a casa no primeiro ano de governo. Pois bem, quais são as prioridades para 2021?
Você disse muito bem, nós encontramos todas as dificuldades possíveis. Por isso, entendemos que o percentual de voto que nós tivemos e, obviamente, transformado em quantitativo, foi de forma satisfatória, pois o sofrimento foi grande em todos os sentidos, principalmente financeiro, mas, nós soubemos lidar com essas dificuldades, passar por cima de todas elas e, dentro do possível, conseguimos realizar muito em Caratinga. E temos certeza absoluta, com essa casa agora organizada teremos inúmeras possibilidades de conseguirmos fazer aquilo que a população realmente sempre esperou da gente e foram expectativas positivas. Em função dessas dificuldades nós não conseguimos realizar tudo aquilo que a população esperava da administração. Mas, nos próximos quatro anos, certamente, teremos condições de fazer aquilo que nós pretendíamos ter feito no início do governo.
Na formação dos 17 vereadores, 11 estão na formação do grupo de situação. Qual a expectativa da relação do executivo e legislativo para a próxima gestão?
Se formos comparar ainda essa gestão que estamos nela, tivemos dificuldades na verdade com quatro vereadores. Tivemos em quase todos os procedimentos que nós encaminhamos para a Câmara, a maioria dos vereadores com 13 votos. E entendemos que para a próxima legislatura teremos plenas condições de estarmos conversando com os vereadores que foram eleitos pela oposição, até porque o voto do vereador é diferente do voto do prefeito. O voto do vereador é muito mais pessoal do que propriamente político, diferente do executivo. Acredito que não teremos dificuldade nenhuma para estarmos conversando com os vereadores eleitos, obviamente, os vereadores que já são base do governo e aqueles forem eleitos também pela coligação majoritária e proporcional que estavam junto conosco; esses outros acreditamos que eles terão o senso de responsabilidade e entendendo que o melhor caminho será nós trabalharmos em prol de Caratinga.
Foram eleitos nove vereadores que nunca sentaram na cadeira legislativa: Zelinha e João Catita (DEM), Giuliane (PT), Altair Nego e Careca (PSL), Rômulo Gusmão e Ramon Alacrino (Avante), Silvio da Cachaça (PL) e Ricardo Angola (PP). Qual sua mensagem para esses novos parlamentares?
Dizer para eles que o trabalho do legislativo é muito importante. É preponderante para que nós consigamos no executivo realizar tudo aquilo que nós pretendemos realizar. O papel do vereador é servir de canal de acesso da população até o executivo para que realmente as ações cheguem até a população, ou seja, ao destino que realmente deve chegar. Que eles tenham bastante consciência, porque no início é tanto quanto difícil até você aprender a entender como funciona. Talvez demore um pouquinho, mas, nada que provoque uma situação que vai atrapalhar o relacionamento do executivo com o legislativo ou deles mesmo, vereadores, com a população. Entendemos que alguns destes vereadores apresentaram algumas situações durante as eleições e talvez antes delas também. Temos aí casos de pessoas que já conhecem um pouco da máquina administrativa como é o caso da Zelinha, João Catita, Silvio da Cachaça já esteve trabalhando na prefeitura. Acreditamos que não teremos nenhum problema de relacionamento com esses vereadores e eles saberão de forma plena entender o verdadeiro funcionamento da Casa Legislativa e trabalharão em prol da população de Caratinga, que acho que é o objetivo de todos nós.
O PSD, que é o seu partido, foi o que mais fez vereadores neste pleito, sendo um deles, Dete, o mais votado em Caratinga. O senhor acredita que esse seja um bom nome para presidente da Câmara?
Acredito que é sempre bom que haja esse relacionamento principalmente durante a eleição para presidência da Câmara. Automaticamente, vamos conversar com todos eles e num consenso, entendendo qual será o melhor nome para assumir a presidência da Câmara e isso será decidido por eles. Podemos pedir, interceder, mas, a decisão caberá aos vereadores. E, automaticamente, às vezes na situação do Dete, ter sido como foi com a votação maior, expressiva, talvez não seja de interesse dele também, pessoal, estar como presidente da Câmara. Então tudo isso tem que ser entendido, conversado. Tenho certeza absoluta que nesse diálogo acontecerá aquilo que será melhor para a Câmara de Vereadores, principalmente e, automaticamente, para a prefeitura porque se houver uma falta de sintonia entre presidente e prefeito, as coisas não costumam andar da melhor maneira possível.
Para a segunda gestão está prevista uma reforma administrativa?
É sempre necessário fazer algumas mudanças, precisamos realmente fazer algumas adequações, de repente até com movimentação de peças dentro do próprio governo, para que tenhamos a possibilidade de funcionamento melhor do que foi esse ano. Tivemos durante essa gestão praticamente todos os secretários e cargos comissionados, com exceção de pouquíssimos que não tinham ainda um conhecimento de funcionamento da máquina administrativa. Na totalidade, temos como positivo esse funcionamento, mas, automaticamente, há alguns reajustes a serem feitos. Tanto é que deu certo o governo, que todos sabem, a reeleição é sempre complicada e se formos comparar a eleição passada, onde tivemos quase 43% dos votos, nessa eleição chegamos a 46%, quase 47% dos votos. É difícil uma reeleição você conseguir manter, geralmente, se perde e nós além de mantermos, conseguirmos ampliar nossa votação, nosso quantitativo de percentual. Temos certeza que isso foi um reflexo do trabalho realizado, da aceitação da população e tivemos também um número menor de candidatos que na eleição passada, isso também pode fazer a diferença e fez. Acredito que se tivéssemos tido mas candidatos teríamos aumentado ainda mais essa diferença de votos para o segundo colocado.
Após a conclusão do segundo mandato, quais são suas perspectivas políticas?
Óbvio, estamos no meio político e funciona como a vida. Acho que se um dia nos sentirmos totalmente realizados a vida perde o sentido. E na política também, quando você sentir totalmente realizado, acreditamos que a carreira política chegou ao fim e não temos a pretensão de estar encerrando a carreira política como prefeito de Caratinga, pretendemos sim levar o mandato nosso, próximos quatro anos, fazer tudo aquilo que nós objetivávamos fazer e iremos procurar fazer agora. Trabalhar para que tenhamos em Caratinga não um grupo político, uma busca pelo poder, mas de pessoas que intencionam em fazer o melhor para Caratinga, se doar e transformar a cidade em um lugar melhor para vivermos.