CARATINGA- O advogado Carlos Roberto Baraky apresentou sua pré-candidatura ao cargo de prefeito pelo PP. Em entrevista ao DIÁRIO, ele comentou sua trajetória política e a organização do partido para o pleito 2020.
Fale um pouco sobre sua trajetória na política.
Sou advogado desde 1999. Iniciei na vida política em 2008, participando da eleição então candidato e, posteriormente, prefeito João Bosco. Na época foi uma experiência muito intensa, muito interessante, o João Bosco naquela época tinha vindo com uma aprovação popular muito grande, porque o PT naquela época estava no auge político, principalmente com o ex-presidente Lula. E nós participamos da campanha e saímos vitoriosos no pleito eleitoral e depois participei da gestão como assessor jurídico da Secretaria de Saúde, com o secretário doutor Roberto Carlos. Posteriormente, fui assessor da presidência da Câmara, participando também de forma política. Nesse período, participamos intensamente das organizações dos partidos, na época organizamos o PV e conseguimos eleger uma vereadora que foi a Rosilene de São Cândido, na eleição passada organizamos o Republicanos, antigo PRB, a Neuza foi eleita vereadora e desta vez organizamos os Partido Progressista, Podemos e Cidadania. Hoje nosso grupo tem 67 pré-candidatos a vereadores.
Por que você decidiu ser um pré-candidato?
Nós pedimos que um instituto de levantamento estatístico fizesse uma sondagem sobre o cenário eleitoral em Caratinga. De posse dessa sondagem, nós comparamos com outros grupos que também tiveram a necessidade e interesse. Constatamos que uma grande parcela da população está muito indecisa ou descontente com as atuais opções postas. Nós entendemos que é o momento de colocar uma proposta alternativa ou ajudar no debate político na questão majoritária.
Como está a composição em torno de seu nome?
Temos partidos com a chapa completa de pré-candidatos. E temos conversas e entendimentos em andamento com outros partidos e outros grupos. Na verdade, eu sempre imaginei que esse momento eleitoral já teria que ter uma definição em relação aos grupos, mas, como houve a mudança na questão das filiações que alterou o prazo de um ano para seis meses e a questão da pandemia, isso criou um ambiente de desconexão entre as pessoas, entre os próprios partidos e grupos. E realmente a coisa está um pouco indefinida, alguns boatos de pessoas que talvez não possam ser candidatos por falta de condições de registrar, mas a Justiça Eleitoral que vai definir essa questão. Tivemos agora uma resolução, “permitindo” que candidatos ficha suja possam concorrer. Mas, na verdade quem vai determinar isso é a Justiça Eleitoral quando da análise da condição de registro de cada pessoa. Acho importante participar, que nós podemos contribuir, temos experiência de grupo. Por exemplo, nós conseguimos organizar esses 52 pré-candidatos sem estrutura financeira, sem troca de cargos, porque fazemos uma proposta honesta. Montamos dois grupos, temos o Podemos com três vereadores, que são a Neuza, o Guerra e o Cleidinho e mais dois suplentes, vários candidatos de expressão; e temos outro grupo, que é o PP, com pessoas mais novas, que estão tentando a candidatura pela primeira vez. Todos têm oportunidades iguais, o Podemos com a necessidade maior de captação de votos com 26 pré-candidatos, o PP com o mesmo quantitativo concorrendo e o Cidadania com 15 pré-candidatos. Isso foi organizado sem vantagens ou trocas, só realmente na proposição positiva para cada um.
A data da convenção do partido já está definida?
A lei estipula a data limite 16 de setembro. Mas, tivemos uma desorganização no calendário, por exemplo, até hoje não tivemos a reunião com o juiz eleitoral para orientações de registros de atas de convenções e candidatura; deve ocorrer neste final de semana. Então, nós estamos preparando para publicar o edital com chamamento para o dia 13 de setembro, domingo. Com essa pandemia é diferente de tudo que nós já participamos, vivemos e tínhamos como um padrão de pré-campanha ou de período eleitoral.
Quais são suas considerações finais?
Tenho ouvido muitas pessoas nesse período de pandemia, que forçou uma reflexão pessoal e profissional em vários sentidos. Muitas pessoas me questionaram, por exemplo, o que é necessário, importante na vida, se você não pode sair, conviver, ter convivência social e uma delas me chamou atenção para o nosso novo fórum. Sou advogado, foi uma luta nossa durante muitos anos conquistar esse Fórum maravilhoso, muito gratificante. Mas, uma pessoa me falou: “Temos um Fórum que custou em torno de R$ 40 milhões e não temos um hospital capacitado, bem estruturado, para atender a nossa população”. Será que aquela estrutura era a nossa necessidade? Agora na pandemia, lógico que não. Então, o recurso público existe, nosso Hospital Nossa Senhora Auxiliadora tem uma história muito interessante, até 2008 ele não tinha problemas financeiros, quando o ex-prefeito Ernani deixou o mandato, deixou aquele hospital saneado. E, a partir de 2009, por questões de decisões administrativas equivocadas, decisões políticas mal encaminhadas, proveitos talvez indevidos; o hospital se encontra na situação de hoje. Então, a política é feita, primeiramente, com pessoas e para pessoas. Se você olhar e colocar como foco a pessoa, você dificilmente vai errar. Deixo registro do nosso Fórum, que hoje não é o que nós precisaríamos, precisaríamos do hospital. E incrível que a estrutura dele realmente parece um grande hospital. Como Caratinga hoje seria muito feliz, como os empresários teriam muito mais tranquilidade de saber que seus funcionários têm uma retaguarda, se aquele prédio ali não fosse um Fórum e fosse um grande hospital.