Dia 16 de dezembro perdemos dona Anita. Família e amigos lamentaram muito o corrido.
Dona Anita sempre foi uma pessoa simpática na maneira de tratar as pessoas que tiveram a alegria de conviver com ela. Dona de um coração generoso e aberto para contribuir com os necessitados. Não podia ver alguém precisando de alguma coisa, que logo chegava com sua ajuda pronta.
Casada com o Sr. Dário Grossi, tiveram 8 filhos, pessoas honradas. Ele foi eleito Prefeito de Caratinga, marcando sua passagem com uma gestão muito eficiente. Ela não entrava na vida política do marido, sempre discreta mantinha-se alheia, embora sendo companheira de incentivo. Mas na hora de ajudar a Igreja e aos pobres, ela mostrava o seu valor. Muitas vezes, levava a Banda de Música nas procissões do mês de Maria na catedral e no mosteiro que ficava à rua Moacir de Matos. Participava atentamente quando era festeira e quando era solicitada.
Minha família e a família dela mantiveram um relacionamento de amigos de verdade. Sr. Dário e papai eram companheiros de estarem sempre se ajudando. Eram avalistas um do outro, fato que me traz à lembrança um episódio em que o senhor Dário pediu o aval do papai. Foi ao Banco e o gerente disse que não aceitaria o avalista porque ele e o papai eram dois sacos vazios. O tempo passou e os dois, graças a Deus, ficaram bem de vida.
A amizade era tão grande, que dona Anita e o Sr. Dário foram padrinhos de batismo de minha irmã, Norma, e papai e mamãe foram padrinhos de batismo do filho deles, o Rinaldo.
Dona Anita era muito carinhosa com os filhos e netos. Nos aniversários dos filhos, mamãe confeitava bolos lindos para eles soprarem as velhinhas. Com os netos, dona Anita se desdobrava para agradá-los, não perdendo aniversários nem formatura deles nas escolas. Sempre presente com seu zelo de avó-doçura. Um dos netos, o Armando, colocou na filha o nome dela, num gesto de gratidão e carinho, e sempre a visitava levando seu abraço todas as semanas.
Quem a conhecia bem, sabe de suas palavras sempre boas, de sua ternura em todos os encontros, de seus gestos de pessoa do bem.
Católica praticante, não perdia missa, comunhão, atos de espiritualidade. Sua filha Rina, a acompanhava sempre nos atos religiosos e em outros momentos dando sua presença de filha amorosa. Dona Anita frequentava muito a capela de São Sebastião. É bom lembrar que na construção dessa capela ela e o marido juntos com as famílias do Barro Branco e Monsenhor Rocha foram os que a construíram.
O coração de dona Anita era tão manso e sublime, que certa vez ela foi assaltada em Guarapari onde tem uma casa. Teve um grande susto, mas os assaltantes já iam saindo sem fazer mal a ela e aos outros que estavam com ela. Então, dona Anita pediu para a empregada dar um cafezinho com bolo para eles porque quem assalta deve estar passando fome.
Mãe abnegada, esposa dedicada e amiga que deixa marcar indeléveis de seu afeto.
Por suas virtudes, ela já está usufruindo da presença de Deus, por isso rezamos pedindo que ao Pai lhe faça uma festa bonita com os anjos cantando e Nossa Senhora, que ela tanto amou na terra, oferecendo-lhe seu colo de mãe sob o manto de luz.
À família enlutada, o nosso profundo pesar.
Que as lembranças, sempre maravilhosas, inundem os nossos corações e nos sirvam de exemplo.
Marilene Godinho