Casal, dono de instituto de beleza, teve que se reinventar em virtude da pandemia do coronavírus e partiu para colher café
MANHUAÇU – O Instituto Técnico D’Marcus é uma referência em Manhuaçu. O casal Marina Helmer e Marcos Fonseca é conhecido pelo ensino inovador para formação de cabeleireiros, maquiadores, designers de sobrancelhas e depiladores. Porém, a pandemia do coronavírus alterou a rotina, e justamente esse tipo de estabelecimento foi um dos mais afetados. Diante dessa situação, Marina e Marcos não pensaram duas vezes. Eles encontraram uma maneira para ganhar o seu sustento: foram trabalhar na lavoura de café.
Com muita determinação e bom humor, eles contam nas redes sociais como está sendo essa experiência e mostram que atitudes assim são essenciais neste momento tão conturbado.
Marina conta como o casal tomou essa decisão. “A princípio foi decretado que nenhum comércio de nossa cidade poderia abrir, e isso trouxe algumas consequências para todo mundo. Ficávamos pensando que voltaria ao normal, que era passageiro, mas não foi. Respeitamos esse tempo e pensamos o que poderíamos fazer para sermos úteis durante esse momento, já que poderíamos abrir o instituto. As aulas também, tanto nas escolas normais, tanto na nossa escola, não podem funcionar. Então decidimos dar esse tempo, pois os salões ficaram na ‘onda vermelha’, ou seja, não poderiam abrir. Desta maneira, decidimos ir para as lavouras de café. Está sendo uma experiência muito top. É o que a nossa região oferece, a ‘panha’ de café, veio na hora certa pra todo mundo que não está podendo trabalhar ou está desempregado, é um cuidado de Deus”, avalia Marina.
Ela ressalta que não é fácil, mas o casal encontrou uma maneira de ‘tirar de letra’ essa situação. “Nossa cabeça fica tranquila, conseguimos rir muito, tudo vira festa, os bichos que aparecem, aranha, as “janaínas e as primas delas” Quem não conhece vai em nosso Facebook (https://pt-br.facebook.com/dmarcus.marina) para saber”.
Com o bom humor de sempre, Marina relata outro empecilho encontrado neste trabalho. “Já tivemos que tirar muita aranha, umas aranhas grandes, gordas, então nos divertimos muito. Nós escolhemos nos divertir nesse tempo, porque a nossa vida é feita de escolhas, então já que temos que passar por isso, porque não passar com alegria? Você tem a escolha de passar com alegria ou chateado, escolhemos passar com alegria, é o que nós temos pra hoje”.
Marcos relata que o casal respeitou todas recomendações. “Ficamos um mês na quarentena, aqui em Manhuaçu a quarentena foi bem rígida, ficamos 30 dias em casa, sem poder abrir o salão, passível de multa se abrisse. Estamos respeitando esse decreto, os salões estão na ‘onda vermelha’, meu sogro tem lavoura na região de Luisburgo, então, fomos trabalhar na colheita de café”.
Ao final, o casal deixa seu recado. “Estamos fazendo esse trabalhando com muita alegria, Não ficamos esperando tipo assim: “será que vai dar certo?”. Encaramos e estamos fazendo esse trabalho que está sendo muito bacana, estamos com nossos familiares, meu pai e minha mãe, e ajudando eles com tudo que precisam. Está sendo um tempo muito bacana”.