UNEC e Sindicato dos Taxistas trabalham para estreitar diálogo com o órgão e conseguir intervenções urgentes na faixa de competência federal
CARATINGA – No recente encontro na Câmara Municipal que debateu iniciativas que possam contribuir para reduzir o alto índice de acidentes nos pontos de travessia do trecho urbano da BR-116, representantes do Executivo chegaram a anunciar o fechamento da Regional do Dnit em Caratinga como um facilitador para ações de intervenção nos trechos mais perigosos. O secretário municipal de Defesa Social, Isaías Borges, chegou até a anunciar para dezembro o fim dos atendimentos da Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) em Caratinga.
“A partir de dezembro nós não teremos mais o Dnit em Caratinga. Nós estamos perdendo mais um órgão federal. Se vai ser bom ou ruim, vai partir agora da responsabilidade da Regional de Rio Casca. A gente vai ter que fazer contato lá agora com o gerente Agnaldo (Miranda). Tudo o que foi negociado até agora ficou perdido”, disse o secretário municipal de Defesa Social, Isaías Borges, durante a reunião.
A rodovia é de competência federal, mas segundo os representantes do governo municipal, o Dnit não age e não
deixa agir. “O grande desafio disso tudo é ter uma autorização do Dnit para que possamos fazer qualquer intervenção na faixa do Dnit, principalmente numa rodovia importante como é a BR-116. O primeiro passo é apresentar um projeto para que eles possam viabilizar.
A gente sabe que a responsabilidade é deles, mas quem mora aqui tem uma grande esperança agora com a municipalização do trânsito, esperando que as ações atendam rapidamente aos anseios de quem mora aqui. Com isso imaginamos que possamos conseguir alguma interferência no perímetro urbano de Caratinga”, declarou o secretário de Obras, José do Carmo Fontes.
A respeito da situação da Superintendência Regional do Dnit, a assessoria do órgão emitiu a seguinte nota: “Tudo permanecerá como está na Unidade Local do DNIT em Caratinga após a aposentadoria do engenheiro Milton Genelhú (que responde atualmente pela Superintendência Regional de Caratinga)”.
Independente da permanência da Regional do Dnit em Caratinga, a reunião na Câmara movimentou os setores da sociedade. O psicólogo Caio César Gomes – especialista em comportamento no trânsito e coordenador do curso de Graduação Tecnológica em Segurança no Trânsito do UNEC antecipa outras ações já previstas.
“Existe um trabalho sendo feito pelo UNEC e pelo sindicato de se discutir de forma prática e de boa relação com o Dnit para conhecermos o outro lado da moeda, tentando mostrar para os representantes deste órgão através deste debate que existem questões extremamente importantes para serem resolvidas hoje no nosso município. A cidadania passa também pela educação, saúde, segurança, pelo direito de ir e vir. Percebemos neste trabalho feito na Câmara que cidadania também é a inclusão de pessoas no trânsito, como os idosos, cadeirantes, e outras pessoas que têm alguma dificuldade de locomoção, e essa cidadania não está sendo atingida, já que as pessoas têm medo de atravessar a BR-116 na atualidade. A cidade é cortada pela rodovia. Quem mora no Bairro Santa Zita tem o viaduto, mas e quem mora no Esplanada, no Limoeiro, continuarão com medo?”, questiona o psicólogo.
Só entre os anos de 2012 e 2014 foram registrados mais de 400 acidentes no trecho urbano da rodovia e o município já admite que poderá adotar medidas próprias para reduzir o alto índice de acidentes nos trechos mais perigosos. “O momento agora, com o sindicato (dos Taxistas) tendo essa preocupação com a BR-116, traz esperança. Quando a gente entra na vida pública focamos alguns temas e este é um tema que se o sindicato abraçar, contando com nosso apoio e da população, a chance de bons resultados é grande”, espera José do Carmo Fontes.