Ação de conscientização pelo fim da violência contra a mulher será desenvolvida em Dom Lara, Santa Luzia e Santa Efigênia
CARATINGA- A Prefeitura de Caratinga através da Secretaria de Desenvolvimento Social está realizando a Campanha Agosto Lilás de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.
O objetivo intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes. Este ano especificamente, o trabalho será desenvolvido nos distritos de Dom Lara, Santa Luzia e Santa Efigênia, devido à preocupação com os crescentes casos nessas localidades.
A secretária de Desenvolvimento Social Sara Cristina da Silva Araújo destaca os trabalhos que estão sendo realizados durante este mês. “Essa campanha tem desenvolvido ações nas escolas municipais e privadas, teremos ações nos distritos de Dom Lara, Santa Luzia e Santa Efigênia, teremos uma passeata também na Praça Cesário Alvim no próximo dia 15. As ações dos distritos, levaremos além da Campanha Agosto Lilás, todos os serviços da Secretaria de Desenvolvimento Social, Cadastro Único, parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e o grupo Movimente”.
A intenção, conforme Sara, é sensibilizar o maior número de pessoas na atenção à situação da violência doméstica intrafamiliar. “São comportamentos que acontecem dentro do núcleo familiar e muitas vezes passam despercebidos. Que mais pessoas tomem conhecimento desses números que vêm aumentando. Esses distritos foram escolhidos para desenvolvimento de uma ação comunitária em razão inclusive do grande índice de violência doméstica”.
Dionatan Carlos Alvarenga Pereira Barroso, que é psicólogo do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), explica que 41 mulheres são assistidas semanalmente e acompanhadas devido a denúncias que foram efetuadas se tratando de violência doméstica. “Temos recebido encaminhamentos, tanto do Poder Judiciário quanto da Polícia Civil, Polícia Militar, uma parceria constante, mas, também dos órgãos públicos. Recebemos também dos postos de saúde, da UPA, esse contato é feito rotineiramente. Caratinga possui uma rede fortalecida de enfrentamento à violência contra a mulher. No Creas, a equipe de abordagem que está de frente sou eu e Gisele, que é assistente social. Lá fazemos o acompanhamento dos casos, visitas domiciliares, acolhida, atendimento especializado, encaminhamento para rede de saúde, acompanhamentos psicológico e psiquiátrica. Temos a advogada parceira nossa nesse apoio à mulher que precisa fazer uma denúncia formal, principalmente de requerimento de pensão, guarda, dessa separação que é tão difícil na hora de romper com o vínculo da violência”.
O psicólogo ainda faz um chamado especial para a população masculina, que participem das ações desenvolvidas. “O Agosto Lilás vem nesse ano com um viés um pouco diferente, a nossa vontade de fortalecer as famílias. É não só um chamamento para as mulheres e as crianças, mas, especificamente, para os homens de bem, que amam as suas mulheres, que querem o bem dos seus lares e o bem das famílias da nossa cidade, para estarem conosco, a começar no dia 15 já nessa passeata no centro de Caratinga, partindo da Praça Cesário Alvim, às 8h. Para que estejamos juntos na proteção dos direitos da mulher, que é a base da nossa família, sem a mulher não temos família”.
Dionatan acrescenta que ainda é importante reforçar os canais de denúncia, sendo uma ferramenta fundamental o Disque 100, sendo um mecanismo de denúncia anônima. “Essa denúncia não precisa de identificação da pessoa, mas, é importante que esses dados sejam concretos com nome da vítima, do possível agressor, do autor da violência. Uns anos atrás costumávamos dizer que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, só que isso é o pior ditado que alguém poderia ter inventado. Diante de uma violência intrafamiliar, se assistirmos isso, é nossa obrigação fazer a denúncia. Nosso dever social como indivíduos, como cristãos, pessoas de família, defender não só o direito da nossa família privada, da nossa vizinha, romper com o ciclo da violência”.
Se tratando da área rural, o desafio de disseminar as informações. “A zona rural, exatamente pelo fato dela estar distante do município, esse conhecimento chega um tempo depois e dependendo de quem leva, leva muito fragmentado. Por isso a Secretaria de Desenvolvimento Social pensou esse ano em levar essa campanha para os distritos, porque as pessoas têm a dificuldade de fazer essa denúncia, às vezes, pelo conhecimento. A ideia é levar de uma forma lúdica essas informações, canais de denúncia e parcerias, para que elas se empoderem e percebam que não precisam ficar à mercê de qualquer tipo de violência”.