*Álvaro César Netto
Dizem que quem não é comunista quando jovem não tem coração e, se continua a sê-lo mais velho, não tem cérebro.
Até que flertei com as ditas esquerdas. Convidado por um amigo quando estudante, frequentei duas reuniões do PCdoB e nunca mais voltei. Não cabia em minha cabeça como transportar um regime da Albânia para o Brasil. Depois fiquei próximo do MR-8, mais pragmático e sem a doideira albanesa. Mas, tal proximidade deu-se mais em razão dos amigos que lá fiz do que propriamente por qualquer proximidade ideológica.
Assim, nunca me conquistaram. Passando no vestibular ganhei uma viagem para os Estados Unidos de um mês e acabei ficando lá por oito meses. Foi uma vacina contra o esquerdismo fácil que, na volta, encontrei em minha entrada na Universidade.
Lá vi respeito às instituições, lei igual para todos e uma administração pública que não brinca com a opinião pública porque, se o fizer, com certeza o americano vai defenestrá-lo na próxima eleição que, ao contrário do Brasil, tem seus períodos mais curtos.
Aqui, ao contrário, vi nos últimos trinta anos as esquerdas abarcarem o discurso de que somente elas seriam capazes de promover uma sociedade mais igualitária e justa.
Ledo e rotundo engano. Prova disso são os cem anos de tentativas frustradas das utopias marxistas, em todos os quadrantes do planeta; os resultados, sem exceção, nos levam a crer que inteligência mesmo é nunca ser de esquerda.
No Brasil, o Marxismo cultural esticou a corda por demais, entrando em franco conflito com o pensamento médio brasileiro e causando imediata repugnância.
Ainda que nossa sociedade tenha certa tendência ao jeitinho, passando longe da dura ética anglo-saxônica, o povo não aceitou ver nossa bandeira queimada pelos movimentos ditos sociais mas que, em verdade, nada mais são que braços do PT.
Peças de teatro e exposições ditas culturais mais parecendo os pornôs da boca do lixo paulista não caíram bem. Até o dito do “rouba, mas faz” foi elevado à enésima potência, culminando com a rapina das riquezas do Estado “como nunca se viu na história deste pais” desaguou em um repudio nunca visto no que se relaciona à corrupção.
Resultado (na verdade a falta deles) das políticas de esquerda, aqui e além mar, é que o mundo está vendo o seu declínio com o que estão chamando de “onda conservadora”. Argentina, Chile, EUA, Áustria, Filipinas, Indonésia, Japão, Israel, fizeram vitoriosas as propostas ditas conservadoras, assim como as bancadas conservadoras cresceram na França sob a batuta de Marine Le Pen e na Holanda com a liderança de Geert Wilds.
Enfim, parece que a história nos leva a um novo patamar de desenvolvimento social, onde a verdadeira esperança de dias melhores nos afasta do canto da sereia esquerdista e nos leva a outra posição, onde o povo não é escravo do Estado!
ÁLVARO CÉSAR DOS SANTOS NETTO é Advogado, Mestre em Direito, Membro da Loja Maçônica Mestres do Vale, de Governador Valadares e Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Lese de Minas – AMLM