Alerta para a obesidade como fator de risco da doença renal crônica
CARATINGA- Ontem foi comemorado o Dia Mundial do Rim. Foram realizadas ações em todo o mundo com objetivo de divulgar as informações relacionadas à prevenção das doenças renais.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia coordena essa campanha no Brasil. Ao longo dos anos, essa Campanha de Prevenção tem-se intensificado, ampliando cada vez mais o número de pessoas atingidas com informações sobre prevenção e a importância do diagnóstico precoce da doença renal crônica.
Para 2017, o tema do Dia Mundial do Rim foi “Doença Renal e Obesidade. Estilo de vida saudável para rins saudáveis”. Neste ano o foco foi alertar a população com relação à obesidade e em Caratinga não aconteceu diferente. Durante toda a manhã e tarde de ontem, profissionais da Clirenal e parceiros realizaram atendimentos, orientações nutricionais e de atividade física; aferição de pressão arterial e glicemia; em stands montados na Praça Cesário Alvim.
Considerando Caratinga e municípios da microrregião, a Clirenal atende a mais de 180 pacientes em diálise, considerado o estágio final da doença. Se considerarmos o estágio não dialítico, há um número ainda maior de pacientes.
De acordo com a nutricionista da Clirenal, Lorena Rosa de Oliveira, a campanha está relacionada também às doenças que são correlacionadas à obesidade e à doença renal crônica. “O ideal é que haja prevenção da obesidade por ela estar ligada à diabetes, hipertensão e dislipidemia que são doenças chave no desenvolvimento da doença renal crônica. A obesidade aumenta a resistência à insulina que predispõe a pessoa ao desenvolvimento do diabetes, por exemplo. Ela desencadeia um aumento da pressão arterial também e o ideal é a prevenção por hábitos de vida mais saudáveis, não a obesidade em si, porque no foco de combatê-la muitas vezes as pessoas recorrem a métodos mais inadequados, que acabam piorando a saúde”.
Os sintomas se desenvolvem lentamente e não são específicos da doença. Algumas pessoas não apresentam sintomas e são diagnosticadas por um exame laboratorial. “A pessoa normalmente apresenta inchaço, principalmente nos membros inferiores, tem vários sintomas que a pessoa pode desenvolver. A urina apresenta um aspecto estranho, o ideal é que a função renal seja avaliada pelo menos anualmente. A doença renal crônica tem estágios, então a pessoa tem que fazer a dosagem, por exemplo, da creatinina sanguínea, da ureia sanguínea e o exame de urina de rotina para ver se não tem nenhuma alteração que possa predispor a pessoa ao desenvolvimento da doença, principalmente quando existe o fator genético”.
Raimundo Perez Ferraz, ex-presidente da Associação dos Portadores de Doença Renal de Caratinga (Asdoerc) e paciente em hemodiálise há 11 anos fez questão de colaborar com a ação promovida ontem e se emocionou. “Se não existisse a Clirenal, nós todos já tínhamos morrido. Isso tudo é muito bom, salva muitas vidas. Achei que minha mulher ia ficar viúva, quem ficou fui eu (lágrimas). Tem seis anos que estou viúvo, há 11 anos faço esse tratamento e agradeço ao doutor Eli Nogueira por isso”.