Com 1600 pacientes cadastrados no Departamento Oncologia, demanda do município é crescente
CARATINGA- O 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Criada em 2000, por meio da Carta de Paris contra o câncer, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, a data busca aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle da doença evitando, assim, milhões de mortes a cada ano.
Nesta data, o DIÁRIO traz uma reportagem sobre os serviços que são ofertados pelo município aos pacientes oncológicos e as medidas de prevenção.
PREVENÇÃO
As unidades de saúde de Caratinga funcionam com atendimento de prevenção, disponível nos Estratégia Saúde da Família (ESFs), Policlínica Municipal e Unidade V. Milene Luppis, coordenadora de Promoção à Saúde enfatiza que vários exames são ofertados. “Preventivo, mamografia, exames complementares e especialistas. Conclamamos à população a procurar a unidade de saúde mais próxima da sua casa, para consultar com seu médico e entender que os hábitos de vida melhor, alimentação e as consultas periódicas complementam uma ação de prevenção do câncer”.
Milene frisa que o equipamento de prevenção está disponível para toda a população. “Inclusive crianças. Hoje trabalhamos, por exemplo, a questão do tabagismo, que vai prevenir o câncer no pulmão; a questão do cuidado com a pele, que vai prevenir o câncer de pele; o preventivo para a mulher; o Papanicolau e mamografia; a questão da próstata para o homem. Se temos um paciente que faz os seus exames regulares, não podemos falar que ele não vai ter um câncer, mas se ele descobrir isso em estágio inicial, tem uma grande chance de ter a cura dessa doença”.
DEPARTAMENTO DE ONCOLOGIA
O Departamento de Oncologia, que funciona na Policlínica Municipal, contabiliza 1600 pacientes cadastrados. Disponibiliza encaminhamentos para os centros de oncologia, transporte, exames, alguns medicamentos que não são ofertados pelo estado, além de fraldas.
Neuza Maria de Freitas Paiva, coordenadora do setor de Oncologia destaca como funciona o fluxo de atendimento. “O espaço é composto por assistentes sociais e psicólogo. Ele procura o setor, orientamos quanto à documentação, preenchemos o cadastro, fazemos uma ficha e encaminhamos para o Centro de Oncologia, que no momento é Ipatinga. Ele tem direito ao transporte ida e volta, tanto ambulância quanto outros veículos. Aguardamos o retorno, daí ele vai para a primeira consulta e os demais procedimentos que virá a receber para o tratamento”.
A demanda é bastante crescente. Em média, oito pacientes por semana. “A idade depende do câncer, as pessoas acham que, por exemplo, no caso de mulheres, só as acima de 60 anos, que vão ter o câncer de útero e não. Hoje existem vários casos de mulheres acima de 25 anos com câncer de útero; existem alguns raros casos de mama também nessa faixa etária. Homens nessa faixa de 45 a 60 anos geralmente é câncer de orofaringe, por muito uso de fumo e álcool”, enfatiza Neuza.
Conforme Neuza, o aumento desta demanda é explicado pelas pesquisas como relacionado ao estresse e à alimentação. Ela ainda alerta para a importância de buscar o tratamento precoce. “Ainda existe aqueles que ficam meio perdidos, talvez por falta de orientação, mas geralmente as pessoas procuram o departamento. O acompanhamento é constante pelo SUS com todo o tratamento necessário.
SERVIÇO DE ATENDIMENTO DOMICILIAR
Para os pacientes que estão em estágio avançado da doença, o atendimento também é ofertado, pelo Serviço de Atendimento Domiciliar. São ofertadas, internação domiciliar, procedimentos a nível hospitalar, medicamentos e transporte para exame de alta complexidade/ químico e radioterapia.
Maria de Lourdes Guin, enfermeira do SAD, destaca que a equipe multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, dentre outros, é essencial no atendimento a esses pacientes. “O serviço oferece essa assistência em 24 horas, independente do dia e horário, com todo atendimento em nível hospitalar em domicílio, inclusive até mesmo atestado a óbito. Temos um número de pacientes talvez considerado até pequeno, durante esse tempo do SAD temos uma média de 503 pacientes que foram atendidos por essa equipe. 303 deles acabaram evoluindo para óbito diante do quadro clínico da patologia. E todos esses pacientes não precisaram ficar internados no ambiente hospitalar ou submetidos a uma UTI, ficaram no conforto do seu lar, recebendo toda essa assistência de uma forma humanizada, com todos seus familiares”, finaliza.