No último domingo (25), foi celebrado o Dia Internacional do Futebol. Mais que um esporte, muito além de um jogo, futebol é uma paixão mundial. Como todos da minha geração, fui forjado assistindo grandes craques do futebol regional no começo dos anos 80. Mais que isso, tive o privilégio de passar meus dias, sendo criado e educado numa casa onde se respirava futebol 24 horas por dia. A casa do lendário treinador Zé Canuta, cresci na companhia de dois craques: Élvio, um volante clássico, daqueles que tratava a bola com enorme intimidade, inteligência em campo, ótimos passes, detestava dar carrinho. Jogava sempre de cabeça erguida com estilo elegante.
César, considerado pela enorme maioria dos companheiros e até adversários como o maior jogador da história do futebol regional. Craque da camisa dez, era completo. Ambidestro, driblava com facilidade, finalizava com muita qualidade. Para os marcadores, tirar a bola de César sem fazer falta era missão quase impossível. Na minha humilde opinião, ainda não apareceu em nosso futebol, craque com a qualidade dele. Foi assistindo esses caras, convivendo diariamente com eles, que aprendi a amar futebol.
Foto pesada II
Ainda falando sobre história e paixão pelo nosso futebol, minha infância também foi marcada pelo timaço do Esplanada, campeão de 1982. Em 2023, num dos jogos do Campeonato Regional da LCD, pude registrar um encontro épico de três lendas daquele time imbatível.
Carlinhos Marcelino era o meia direita daquele time. O mais habilidoso que tive o prazer de ver jogar. Fica impressionado como Carlinhos enfileirava os marcadores e passava por eles como se fossem cones. Um craque.
Miltinho era o camisa 11, rápido, habilidade rara para driblar em velocidade, os marcadores simplesmente não o achavam em campo. Além disso, entrava na área e marcava muitos gols.
Amarildo era o mais jovem do time. Goleiro de apenas 18 anos, vindo de Ubaporanga, corajoso, arrojado, com uma elasticidade que fazia lembrar o personagem homem elástico. Fez defesas incríveis na vitória por 4 a1 na primeira partida da final contra o Caratinga na Grota. Definitivamente, minha geração foi privilegiada. Quem viu, viu!
Futebol presente
Enquanto temos muita história pra contar, impossível não ficarmos preocupados com nossa realidade atual. Muitos dos clubes tradicionais desapareceram, assim como estádios históricos também. Pior ainda, quando não conseguimos enxergar com otimismo o futuro.
Rogério Silva
@rogeriosilva89fm