Denúncia de que materiais estariam sendo descartados por um caminhão da Prefeitura de Caratinga não era de conhecimento do executivo
CARATINGA – A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) decidiu por acabar com os lixões a céu aberto e determinou que os municípios mineiros organizassem seus projetos até 2003. Neste mesmo ano, peritos apontaram várias irregularidades no “Lixão da Saibreira”, que recebia cerca de 50 toneladas de lixo recolhidas diariamente na área urbana de Caratinga.
Os técnicos da Feam concluíram que o lixo no local era depositado a céu aberto, apresentando grande quantidade de fumaça no maciço. A área também não possuía equipamentos para compactação e recobrimento dos resíduos. Foram constatados ainda queima de resíduos hospitalares após o despejo, inexistência de sistemas de drenagem pluvial e de gases e de poço de acumulação de chorume. Após toda a polêmica do “Lixão da Saibreira”, Caratinga recebeu o aterro sanitário. O DIÁRIO DE CARATINGA acompanhou na época a discussão em torno do antigo lixão.
E esta semana, a Reportagem recebeu a denúncia de uma possível “reativação” do local, atuando como um lixão clandestino, com o descarte irregular de resíduos. Segundo moradores próximos e pessoas que passam com frequência pelo local, os materiais diversos, que deveriam ter a destinação correta, estariam sendo acumulado por um caminhão da Prefeitura de Caratinga.
As imagens mostram materiais tais como madeiras, pneus, sacolas plástica, móveis antigos e até mesmo lâmpadas fluorescentes tubulares. Uma placa afixada ainda chama atenção: “Área degradada em recuperação. Proibido a entrada”. Muitas pessoas questionam que trabalho estaria sendo feito no local para garantir esta “recuperação”.
Em reposta ao DIÁRIO, a Prefeitura de Caratinga afirma que a denúncia de que um caminhão da Prefeitura estaria depositando lixo no local, ainda não havia chegado ao conhecimento do executivo. Mas, ainda assim, há cerca de dois meses, a Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos teria interditado a área do antigo lixão, a fim de coibir o descarte ilegal e irregular, que estava sendo realizado sem qualquer tipo de autorização dos órgãos competentes. “Durante estes dois meses de interdição, a Secretaria precisou repor por seis vezes o cadeado utilizado, já que por atos de vandalismo estes foram quebrados. Devido a esses atos, comunicamos à Polícia Militar Ambiental e Patrulhamento Rural para intensificar rondas no local a fim de identificar e coibir tais infratores”.
Sobre a recuperação da área, a Prefeitura afirma que “atende as determinações legais e específicas da Legislação Ambiental interposta pelos órgãos fiscais competentes”.