Sumiços de Júlio Batista e Waldemar Rodrigues intrigam a Polícia. Não há pistas do paradeiro dos dois
CARATINGA – Duas famílias ainda sofrem a angústia diante do incerto. Não se sabe o paradeiro de Júlio Batista de Souza, de 27 anos, morador do Bairro Santo Antônio, em Caratinga; e Waldemar Rodrigues Sobrinho, 47 anos, de Vargem Alegre.
O DIÁRIO DE CARATINGA conversou com os familiares dos dois desaparecidos. Eles relembraram o desaparecimento e lamentaram a falta de notícias.
Waldemar desapareceu no dia 12 de março de 2015. Os familiares do lavrador moram em Vargem Alegre. Ele trabalhava em uma residência no Córrego do Oriente, zona rural de Entre Folhas e passava dias fora de casa.
A esposa de Waldemar, Gerusa de Souza, lembra que deu por falta do lavrador após ter efetuado diversas ligações em seu celular, todas sem sucesso. Ela afirma que costumava se comunicar com frequência com o marido. “Eu sempre conversava com ele. Nesse dia não consegui falar e fui insistindo, devia ter mais de 60 chamadas só minhas. Meu coração começou a apertar, fui tremendo. Falei para os meus filhos que eu pensava ter acontecido alguma coisa com o pai deles”.
Gerusa destaca que ainda espera notícias do paradeiro do esposo. “Até o momento não tem nada dele. Gostaria muito de saber o que aconteceu, porque alguma coisa aconteceu para ele desaparecer desse jeito”.
A moto de Waldemar foi encontrada na residência, além das roupas e de seu celular. O fato intriga a Polícia, pois não havia nenhum sinal de violência ou algo do tipo. O lavrador desapareceu sem deixar rastros.
Caso semelhante ao de Júlio Batista. Ele reside na Rua Tiradentes, no Bairro Santo Antônio, em Caratinga. Desaparecido desde o dia 1° de outubro de 2015, o caso é considerado um mistério. Ele morava sozinho e na residência foi encontrado o seu celular, mas nada de suspeito foi identificado.
A mãe de Júlio, Rosa Maria de Souza vem empreendendo buscas pelo filho desde o desaparecimento. De lá para cá, ela vem recebendo inúmeras ligações de possíveis pistas. No entanto, nada foi confirmado. Em uma dessas buscas, nas imediações do Córrego do Caratinguinha, a motocicleta de Júlio foi localizada.
A Reportagem esteve na casa de dona Rosa e foi informada por seu esposo, Albídio Felício da Silva, que ela está viajando, “para distrair um pouco e tentar esfriar a cabeça”.
Segundo Albídio, a família ainda não tem qualquer informação concreta sobre o paradeiro de Júlio e segue em busca de notícias. “Estamos pedindo a Deus que ele apareça, vivo ou morto, temos o direito de saber o que aconteceu com ele. Esperamos que tudo termine bem”.
INVESTIGAÇÃO
O DIÁRIO DE CARATINGA esteve com o delegado Luiz Eduardo Moura Gomes, que falou que ambos os casos ainda estão sendo investigados pela Polícia. “Sobre o caso do Waldemar já foram ouvidas várias pessoas, a Polícia Civil ainda trata como um desaparecimento, mas não exclui a possibilidade de um homicídio. É um caso um pouco difícil porque todos os pertences dele ficaram na casa, documentos, celular, motocicleta, então não tinha a intenção de permanecer um longo período como está desaparecido desde março. Está sendo apurado pela Delegacia de Crimes Contra a Vida, mas não está descartado ainda o fato de estar desaparecido”.
O caso de Júlio também intriga a Polícia, como explica o delegado. “Não tem nenhuma pista, do mesmo modo em relação ao Júlio. Foi encontrada a motocicleta, roupa de cama, lona e mais nada. Não foi encontrado corpo e ninguém sabe do paradeiro dele”.
Se alguém tiver alguma informação sobre ambos os casos, pode entrar em contato com a Polícia Civil, pelo telefone da Delegacia, 3322-6500, o telefone de emergência 197 e ou através do 181, dique-denúncia. “Não precisa se identificar, é protegido o sigilo de todas as formas. Nenhum dos dois está descartado a possibilidade de estarem vivos. Há possibilidade de se apurar um homicídio sem corpo, para isso precisa-se de elementos, mas por enquanto, temos apenas elementos que levam a crer que essas pessoas estão apenas desaparecidas”.