Com a melhor média das escolas públicas do município, no Enem de 2014, escola de São João do Jacutinga se destaca e mostra a força das escolas rurais
SÃO JOÃO DO JACUTINGA – Uma escola pequena. Apenas uma média de 200 alunos. Localizada na zona rural de São João do Jacutinga, com condições totalmente diferentes da cidade de Caratinga. Mas, é na sala de aula que os alunos se destacam: a melhor média das provas objetivas de escolas públicas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014, no município de Caratinga.
O DIÁRIO DE CARATINGA esteve na Escola Estadual Mary Lucca Chagas e conversou com a vice-diretora, Maria Elizia de Oliveira Silva. Com uma média de 510,15 nas provas objetivas, a instituição de ensino mostra a força das escolas rurais, ultrapassando até mesmo a marca de escolas já reconhecidas pelo seu desempenho na cidade.
Para Maria Elizia, a receita para o bom resultado é simples e pode ser resumida: dedicação e trabalho em equipe. “A gente fica feliz em saber que tudo isso é fruto dos trabalhos que realizamos; os professores. Sempre que tem uma avaliação como Proeb (Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica), mobiliza os alunos, tanto ensino médio, quanto o fundamental. O Proalfa (Programa de Avaliação da Alfabetização), por exemplo, ficamos satisfeitos com os resultados, os alunos tiveram 100% de aproveitamento”.
A vice-diretora destaca que os bons resultados alcançados pelos alunos, se refletem em um trabalho realizado desde a infância. É possível perceber pelos olhares atentos dos alunos. Livros, lápis, caderno. Materiais essenciais para os estudos. “É um trabalho realizado desde os anos iniciais. Tem o reforço, o professor trabalha com plano de intervenção. Aqueles alunos que têm dificuldade, a gente já começa desde o primeiro ano. A comunidade é participativa, os pais contribuem. Há uma porcentagem que poderia melhorar, mas, mesmo assim, no geral, temos o apoio deles”.
Os bons resultados prometem aos estudantes um futuro promissor. Segundo a Maria Elizia, a escola tem sido caminho para que adolescentes possam ingressar no ensino superior. Ainda há o incentivo para que participem de competições, desafiando o conhecimento e a curiosidade. “Este ano mesmo tem um aluno estudando em uma federal de Viçosa. Nossos alunos também participam da Olímpiada de Matemática, sempre ganham certificado. Nós ainda não conseguimos a medalha, mas trabalhamos para isso. Redação também há um trabalho intensificado durante todo o ano”.
A escola ganhou novas formas a partir de uma reforma ocorrida, em 2008. De lá para cá, a estrutura teve melhorias significativas, como avalia a vice-diretora. “Era mais simples. Foi uma grande mudança. A estrutura melhorou bastante e isso contribui para o ambiente escolar. Temos a sala de informática, que era uma coisa que não tinha; o refeitório, a quadra coberta. Muitas vezes as pessoas questionam que a quadra daqui, escola de zona rural, é melhor. Mas, isso é uma conquista em parceria com a diretora, Flávia; os banheiros têm espelhos, um conforto para os alunos”.
Para seguir em busca de bons resultados, a escola já prepara alguns projetos, como de folclore e conservação dos bens patrimoniais, que acontece ao longo do ano. “Nossos alunos são bons, participativos. Por exemplo, fizemos uma campanha para consertar o piso; e os alunos, em conjunto, vão ajudando; colaborando com a escola. Sempre conversamos com eles e com os pais. Graças ao trabalho de equipe, direção, professores, alunos. É feito o mesmo trabalho com professores e alunos, se a gente sente que não está bem, conversamos e orientamos”.
Com este incentivo, a escola espera alcançar ainda melhores resultados. “Não vamos parar. Seguiremos em busca de cada vez mais destaque aos nossos alunos. Ganha a escola, ganham os alunos. Todos ficam felizes”, finaliza.