PM localiza recém-nascida que foi retirada ainda na maternidade. Militares também efetuaram a prisão da mulher suspeita de ter cometido esse crime
MANHUAÇU – Um caso que começou desesperador, mas terminou com final feliz. Assim pode ser descrito o fato ocorrido na noite dessa segunda-feira (25), quando uma mãe, 23 anos, teve a filha recém-nascida tirada de seus braços ainda dentro da maternidade, porém a Polícia Militar foi acionada e localizou a criança e também efetuou a prisão da mulher, 26, que cometeu esse ato. O hospital emitiu nota ontem explicando que caso está sendo apurado.
O CASO
A ocorrência teve início quando a enfermeira responsável pela maternidade do Hospital César Leite acionou a Polícia Militar e contou o que houve. Ela passou as características da suspeita, identificada como “Dulcilene’, moradora da zona rural de Durandé. Segundo informou a enfermeira, essa mulher deu entrada às 22h23 como paciente, relatando que estaria grávida, com fortes dores no abdome e sangrando. A mulher foi levada para o quarto 216, onde estavam internadas várias mães e seus respectivos filhos recém-nascidos. Conforme consta no boletim de ocorrência, ao chegar no quarto perguntou quem era ‘Maria Jéssica’, após este questionamento a mulher se identificou como funcionária e que precisava levar sua bebê para ser medicada. A mãe da recém-nascida apesar da suspeita não portar crachá e nem uniforme da unidade de saúde, não desconfiou e entregou a criança.
Porém, a mãe logo ficou preocupada, pois houve a demora em lhe entregar sua filha. Então, ela perguntou onde estava a enfermeira que havia levado sua bebê. De imediato a enfermeira chefe foi até a portaria e fez contato com uma funcionária, tendo ela informado que a suspeita deixou o hospital às 22h52. Conforme relatado na ficha de saída, não foi observada nenhuma criança, mas foi informado que a mulher tinha um cobertor marrom pequeno sobre o peito.
AÇÃO RÁPIDA DA PM
Prontamente a PM foi acionada e após saber a identidade da suspeita e seu endereço, no povoado de São João da Figueira, zona rural de Durandé, os militares fizeram contatos nos pontos de táxi do centro e da rodoviária. Eles obtiveram a informação de que a suspeita teria contratado um taxista para uma corrida até a zona rural de Durandé.
Foi feito contato com a Polícia Militar em Durandé e equipes foram até a casa da suspeita. Ela foi localizada em seu quarto e com a criança recém-nascida enrolada em um manto de cor marrom, “mesmo manto com o qual tinha saído do hospital com a criança”, conforme consta no boletim de ocorrência. A mulher estava sentada na cama e dava ‘Leite Nan’ para a criança. Uma vizinha estava auxiliando.
Inicialmente, Dulcilene disse que a criança era sua filha e que ela tinha acabado de dar à luz. Porém, os militares retiraram a criança e reconduziram a recém-nascida até o Hospital César Leite, em Manhuaçu, onde foi reconhecida pela mãe biológica Maria Jéssica. A mulher, emocionada, agradeceu a ação dos policiais militares. Em seguida, a criança passou por avalição médica, onde não foi constatada nenhuma lesão.
Mãe e filha permaneceram internadas, uma vez que a criança nasceu nesta segunda-feira (25) por parto cesariano.
‘NÃO ESTAVA GRÁVIDA’
A suspeita foi levada para Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde a médica de plantão relatou que atendeu essa mulher durante a parte da tarde e ela reclamava de dores abdominais. No entanto, a médica observou que Dulcilene “não estava grávida”. Ainda sobre a suspeita, os policiais levantaram que ela saiu de casa às 12h desta segunda-feira e disse que estaria indo consultar, pois estava grávida.
Diante dessas informações, a mulher, segundo a PM, disse que foi até o hospital e conversou com a mãe da recém-nascida. Ela falou que precisava levar a criança para ser medicada, “já com pretexto de subtrair a criança, levá-la para casa e ficar com ela como se sua fosse”, relata o boletim de ocorrência, constando também que ela “disse que no momento em que decidiu pegar a criança a intenção era dar-lhe um lar e criá-la como filha”.
Durante o exame clínico, a médica de plantão relatou que a mulher respondia bem aos questionamentos e não apresentava nenhuma perturbação biológica naquele momento, reafirmando, ainda, que ela não estava grávida.
A mulher foi presa em flagrante delito e encaminhada a delegacia de Polícia Civil.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A respeito dessa situação, o hospital emitiu a seguinte nota de esclarecimento:
“O Hospital César Leite esclarece que instaurou procedimento para apurar as circunstâncias em que uma mulher conseguiu retirar uma criança da maternidade na noite de segunda-feira, 25 de maio.
A mulher chegou ao hospital alegando que estava grávida e sentindo fortes dores e foi encaminhada para o centro obstétrico. Ela foi atendida pelo médico e orientada para retornar para casa.
Ao invés de ir embora, a mulher se dirigiu até um quarto e fingiu ser uma enfermeira.
Ressalta-se que ela chegou ao hospital com uma mochila e um cobertor.
Para sair pela portaria, ela utilizou o cobertor para cobrir a criança e apresentou a guia de liberação da consulta para a portaria.
Ressalta-se que houve empenho e total colaboração da equipe da enfermagem e demais funcionários junto à Polícia Militar para a localização da criança.
O Hospital César Leite está prestando assistência à mãe e ao bebê e colabora com as autoridades para que todo o fato seja esclarecido”.
Assessoria de Imprensa do Hospital César Leite