Doce, pequena e pacata. Adjetivos comumente atribuídos às cidades do interior e que aos poucos vão deixando de ser tão comuns assim.
A onda de explosões a caixas eletrônicos e assaltos a agências de correios e demais correspondentes bancários vai aos poucos espalhando medo, trazendo apreensão e prejuízo às pessoas que escolheram viver longe da correria e violência das grandes cidades.
Os municípios menores e mais pacatos, consequentemente possuem menos policiais, menos viaturas e maior vulnerabilidade as ações dos bandidos. Assim, nós moradores das cidades do interior, cada dia nos tornamos mais reféns da violência, da insegurança e do medo.
O caloroso bom dia, antes comum nas ruas, vai dando lugar a olhares desconfiados. Os embornais que carregavam as economias do trabalho vão sendo substituídos por carteiras lacradas e escondidas. As cercas, viraram muros cheios de câmeras. Aos poucos a doçura e delicadeza do interior vão se tornando amargo sabor de descrença, descrédito e incertezas.
Há quem diga que o progresso traz consigo tais percalços, não concordo. Insegurança e violência não significam progresso, pelo contrário é regresso à barbárie, falta de educação, ausência de humanidade.
Em um país carente de tanta coisa: cultura, educação, saúde, segurança… vemos nosso povo mais simples, honrado e trabalhador perder o pouco que lhe restava, o sossego.
Diante de tanta violência, medo e apreensão começo a concordar que precisamos urgente de reformas. Mais que isso, que elas se tornaram imprescindíveis.
É preciso reformar os políticos, mais que a política, fazendo-os entender que são funcionários do povo e não seus patrões. Reformar a forma de fazer política, sem trocas de favores, sem jeitinho, sem politicagem.
A reforma de trabalhadores e empregadores me parece muitas vezes mais urgente que a trabalhista. Dignidade para os trabalhadores, respeito às leis e salários dignos. Responsabilidade com o emprego e para com os empregadores, com cumprimento de deveres e sem abuso de confiança.
A reforma das providências (na saúde, segurança e educação), é bem mais urgente que a da previdência. Afinal, se o povo for atendido pelos serviços básicos de saúde, tiver segurança e acesso a educação haverá mais qualidade de vida, menor taxa de mortalidade entre jovens, maior média salarial e assim será justificável trabalhar mais e por mais tempo.
Se quisermos ter paz e tranquilidade, precisamos reformar a nós e ao nosso país. Mas, para tal, existem perguntas fundamentais: Estamos dispostos a reformar? Queremos realmente sair da inércia? Vamos deixar o estado de catalepsia?
Esse é o ano que podemos deixar o papel de meros expectadores e colocar a mão na massa. Há disposição ou apenas especulação? Espero, ansiosamente, por ação.
Prof. Msc Noé Comemorável.
Escola “Prof. Jairo Grossi”
Centro Universitário de Caratinga – UNEC
Escola Estadual Princesa Isabel