Operação da Polícia Militar de Meio Ambiente teve por alvo barramento no ponto de captação
CARATINGA Uma operação desencadeada pela Polícia Militar de Meio Ambiente, no Córrego do Lage, terminou com a autuação da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). De acordo com o sargento Gleyson Martins, durante a fiscalização foi constatado no ponto de captação um barramento feito pela empresa com pranchões de madeira.
Como foi relatado por moradores das imediações, a estrutura instalada pela Copasa estava garantindo o abastecimento dentro da cidade de Caratinga, mas prejudicando o abastecimento de moradores das imediações. “Com certeza como subiu o barramento a água diminuiu na cachoeira. E devido à seca não está tendo vazão para que a água vá pela cachoeira, por isso, os moradores do condomínio e das casas isoladas estão se sentindo prejudicados, além do prejuízo à fauna aquática, pela falta de água na cachoeira”.
Sargento Gleyson explica que a Copasa poderia realizar esse trabalho, mas monitorada e com documentação, o que não teria sido apresentado pela empresa, quando procurada pela PM de Meio Ambiente. “Conversamos com o representante legal deles, que nos comunicou que não tem documentação para fazer aquele serviço. Devido à urgência, emergência, pela seca, segundo ele, se não fizesse aquilo a cidade ficaria sem água, por isso foi necessário fazer sem documentação”.
A PM de Meio Ambiente lavrou o auto de infração por intervenção no recurso hídrico, que altera em regime, qualidade e quantidade do curso d’água. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil e a Promotoria e Justiça, que decidirá se a estrutura será retirada.
Em tempos de crise hídrica são muito comuns os episódios de disputa pela água, principalmente entre produtores rurais. Essas ocorrências passam atentas pelos órgãos ambientais. “As pessoas têm dificuldade de conversar, se entender e acabam denunciando. Quando chegamos ao local, existem os desvios, o córrego diminui devido à seca, mas também diminui devido aos desvios. A pessoa quer que aquela água passe perto da sua propriedade ou quer que aquela água só passe na sua propriedade. Na verdade é bom dizer que a água é um bem comum, a gente sempre torce para que tenha ela em abundância, mas em períodos de seca a gente tem que entender que a água tem que ser fiscalizada. Então, é o que a gente faz nessas operações, comparece no local, verifica se essa água está sendo utilizada corretamente e documentada para evitar abusos”, finaliza.