Foro Eleitoral de Caratinga, Funec e parceiros encerram o projeto ‘Cidadão Consciente’, com premiação e lançamento de livro de autoria de 54 estudantes
CARATINGA- Promover o contato direto dos jovens com a Justiça Eleitoral, levando noções de cidadania e participação para estudantes do 3° ano do ensino médio de 28 escolas selecionadas da rede pública de ensino, os chamados, eleitores em potencial. Esta foi a proposta do projeto Cidadão Consciente, desenvolvido numa parceria entre o Foro Eleitoral de Caratinga, a 6ª Superintendência Regional de Ensino, Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas (AMLM), Lions Clube Caratinga Itaúna, A.R.L.S. obreiros de Caratinga e Fundação Educacional de Caratinga (Funec).
O encerramento do projeto aconteceu ontem, com a premiação dos alunos autores do primeiro volume da obra ‘Construindo Cidadania’, que teve organização do chefe de cartório da 72ª zona eleitoral, Arilson Oliveira de Carvalho; do diretor do foro eleitoral e titular da 72ª zona eleitoral, Consuelo Silveira Neto; e de Eugênio Maria Gomes, presidente da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas.
Compuseram a mesa principal, o juiz da 71ª zona eleitoral, Anderson Fábio, representando o diretor do foro eleitoral e titular da 72ª zona eleitoral, Consuelo Silveira Neto; o juiz auxiliar da vice-presidência e Corregedoria Regional Eleitoral, Joemilson Donizetti Lopes, representando o desembargador Pedro Bernardes, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais; o chefe de gabinete, Hernandes Huebra; o presidente da AMLM e da Academia Caratinguense de Letras, Eugênio Maria Gomes; a diretora da diretora da 6ª Superintendência Regional de Ensino, Landislene Gomes; o venerável mestre da Loja Maçônica Obreiros de Caratinga, Marcos Mattos Curvello; o chefe de cartório da 72ª zona eleitoral de Caratinga, Arilson Oliveira de Carvalho; o presidente do Lions Clube Caratinga Itaúna, Giovani José Vieira e o instrutor do Tiro de Guerra, sargento Carlos Heleno.
O juiz Anderson Fábio destaca que o projeto teve papel fundamental na reflexão de cidadania e processo eleitoral. “Nesse ano de eleição, quando estávamos no preparativo, foi pensada na ideia de estimular a participação dos jovens que estariam se alistando pela primeira vez. Então surgiu essa ideia do projeto, começou com o juiz eleitoral indo até as escolas, ministrando palestras para os alunos do 3° ano de todos os municípios que abrange a comarca de Caratinga. E depois disso os alunos foram estimulados a produzir textos a respeito do tema. As redações foram analisadas, compiladas e formando esse livro que hoje está sendo lançado. Nós acreditamos em estimular o jovem, esclarecer, o papel dele no exercício da cidadania, pelo direito do voto, participação política e estimular que esse jovem ocupe o lugar dele, que é de participação na comunidade”.
A diretora da SRE de Caratinga, Landislene Gomes, afirma que a seleção das 54 redações, entrega do certificado de participação no concurso e de um exemplar do livro aos três melhores autores de cada escola participante, que também receberam troféus de 1°, 2° e 3° lugares, representa incentivo à escrita e conscientização. “Para a Superintendência é um projeto grandioso, nós abrimos as portas de todas as nossas escolas do Ensino Médio, para que o doutor Consuelo juntamente com o Arilson, fossem às escolas colocar em prática o ‘Cidadão Consciente’ e tivemos o resultado grandioso, livro de mais de 124 páginas, onde nossos alunos são os protagonistas. Alunos conscientes de uma política sem corrupção, onde o cidadão participa de forma ativa e consciente”.
De acordo com Eugênio Maria Gomes, a AMLM, que participou do processo de correção e seleção das redações, o projeto teve um resultado bastante positivo. “O trabalho tem duas importâncias para a Academia, especialmente. Tem todo o trabalho feito pelo doutor Consuelo, Arilson e a Superintendência de levar para a escola a discussão sobre o papel cidadão do aluno do Ensino Médio e transformar isso num texto, que foram selecionados e transformados nesse belo livro. A Academia tem uma participação honrosa, ficamos muito felizes de ajudar a implantar o concurso literário, a corrigir a redação e eleger os três melhores, além da editoração do livro. O objetivo principal do projeto era a discussão do cidadão. Através dessa discussão, estimulamos a produção de texto, a literatura, leitura e escrita”.
O juiz auxiliar da vice-presidência e Corregedoria Regional Eleitoral, Joemilson Donizetti enaltece o elo entre a Justiça e a comunidade. “O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais está aqui para parabenizar e louvar esta iniciativa do Foro Eleitoral de Caratinga. O projeto representa, sem dúvida alguma, abrir as portas da Justiça Eleitoral para o povo, o cidadão, o eleitor do futuro. Envolve os jovens estudantes de terceiro ano do Ensino Médio, alcança cerca de R$ 1400 jovens que são os verdadeiros protagonistas do futuro, ou seja, são pessoas que estão sendo informadas, empoderadas com o conceito de cidadania, para que amanhã possa ser eleitores conscientes e, sobretudo, líder na comunidade”.
PREMIAÇÃO
Foram premiados com troféus os alunos Juliana Aparecida de Paula Silva, da Escola Estadual Padre Dionísio Homem de Faria, Bom Jesus do Galho (3º lugar); o aluno Warlen Ferreira Fernandes, da Escola Estadual Moacyr de Mattos, Caratinga (2° lugar) e aluna Phâmella Paula da Silva, Escola Estadual Monsenhor Rocha, Santa Bárbara do Leste (1° lugar).
Representando os alunos premiados, Warlen Ferreira explica a satisfação de participar do livro e ressalta o aprendizado. “Grande conquista. Foi muito gratificante ter ficado em segundo lugar, porque esse concurso serviu também para que pudéssemos pesquisar um pouco mais sobre a importância do voto consciente. Eu também não tinha essa noção da importância que o voto tem na sociedade. É muito importante que votemos conscientemente, porque o futuro da nação depende disso. No início não tinha muita noção do que escrever, mas depois fui pesquisando, gostando do assunto e acrescentou muito conhecimento”.
Ao final, foi realizada entrega de certificado de honra ao mérito aos representantes das instituições que contribuíram no desenvolvimento do projeto.
Os textos vencedores são os seguintes:
VOTO E CIDADANIA: PILARES DE UMA SOCIEDADE CONSCIENTE
Phâmella Paula da Silva
E.E. Monsenhor Rocha
Consoante o sociólogo britânico Thomas Humprey Marshall, a cidadania é a extensão dos direitos civis, políticos e sociais para todo povo de uma nação. Isto é, o exercício da cidadania é a garantia da participação popular na construção do país. No Brasil, a legitimidade dessa atuação é executada por meio da escolha dos representantes: o voto- que tem grande poder de mudança, e por isso, deve ser consciente.
O direito ao voto foi uma conquista para muitos grupos sociais no passado. As mulheres, por exemplo, tiveram garantia do voto apenas em 1932, e mesmo assim, de maneira restrita. Na contemporaneidade, graças a Constituição Cidadã, promulgada em 1988, o voto passa a ser uma forma de inserir diferentes grupos- historicamente excluídos – na sociedade, visto que não há restrição por gênero, classe social ou etnia. Destarte, tais grupos têm a oportunidade de escolher os governantes que melhor lhes representam. Nesse sentido, cidadania deixa de ser um conceito e se torna pilar para a eficiência da democracia.
Outrossim, para que a população desfrute de efetivas mudanças na nação, somente votar não é suficiente. Parte importante em ser cidadão é ter consciência que a escolha de um governante não deve ser pautada em interesses pessoais, mas no bem comum. Ou seja, buscando informações verídicas acerca da trajetória política dos candidatos, histórico do partido e propostas de governo que eles defendem. Os cidadãos, munidos de informação, adquirem maior criticidade; e assim, terão condições de escolher aqueles que salvaguardam os direitos do povo e representem melhorias para o coletivo. Isso configura um voto consciente.
Em suma, voto e cidadania são as bases do equilíbrio da sociedade. Para que coexistam de maneira eficaz, torna-se indispensável maior participação popular, examinando os projetos dos candidatos, fiscalizando as ações dos governantes, exigindo respeito aos direitos da população e se inteirando das problemáticas sociais. Tornar isso possível significa inserir nas escolas projetos de educação política, que visem informar os alunos sobre a importância do voto, os direitos e deveres dos cidadãos e exaltar a soberania do coletivo. Dessa forma, ter-se-á uma nação em que todo poder emana de cidadãos conscientes.
Phâmella Paula da Silva
E.E. Monsenhor Rocha
Sou uma jovem sonhadora, apaixonada por literatura e pela escrita. Acredito que não há limites para a imaginação de quem escreve e para a mente de quem sonha. Fui finalista da quinta 5ª edição da Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa e desde então tenho me aprimorado na escrita, publicando textos em blogs e jornais locais, como o Diário de Caratinga. Sou focada em alcançar meus objetivos, sou apaixonada pela minha família e por isso faço o possível para dar orgulho a eles. Pretendo cursar Direito em uma universidade Federal, e num futuro próximo, escrever um livro. A escrita me faz acreditar num mundo melhor.
CONTRIBUINDO PARA UMA CIDADANIA EFETIVA
Warlen Ferreira Fernandes
- E. Moacyr de Mattos
Na Colônia e no Império brasileiro, as votações eram restritas a homens que detinham certo nível de renda (voto censitário), e ainda controlado por coronéis (voto de cabresto), com a República, o voto foi estendido aos demais homens. Já as mulheres só puderam participar das eleições a partir da Reforma do Código Eleitoral em 1932, porém, o sufrágio universal só foi instituído na Constituição de 1988, permitindo que todo cidadão a partir dos 16 anos dentro das normas legais tenha direito ao voto, entretanto, no contexto atual, é perceptível que não é dado esse devido valor ao voto, e que a prática de cidadania através do voto não é exercida de forma correta pelos cidadãos. Isso se deve dentre outros motivos à falta de conhecimento dos eleitores.
É importante destacar que voto consciente é aquele que é exercido com reflexão, avaliação e questionamentos, entretanto, não é o que se vê na prática, visto que boa parte dos eleitores vota por obrigação ou de maneira inconsciente devido à falta de conhecimento, dessa forma, muitos acabam indo ao acordo com o senso comum. Logo se torna um voto que não leva em consideração a razão cívica, pois, não basta só comparecer as urnas e votar, deve-se ter a responsabilidade de votar em pessoas que mudem o rumo do país, proporcionando educação e saúde de qualidade para a população, afinal, como bem ressalta o sociólogo Herbert de Souza, vulgo Betinho, “só a participação cidadã é capaz de mudar o país”.
Há também pessoas que não votam por estarem frustradas e decepcionadas, isso devido aos candidatos corruptos que estiveram no poder e não cumpriram com o que prometeram nas campanhas eleitorais, dessa forma elas não tem uma opção de voto por desacreditarem e perderem a esperança de que um dia o Brasil terá um governo justo.
Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a mídia promova campanhas através de propagandas nos canais de televisão e nas redes sociais, visando informar os cidadãos sobre a importância de exercer o voto consciente e do forte papel que o mesmo exerce no destino do país em exercício de democracia. Em adição a isso, cabe ao governo usar a educação como forma de conscientização para que desde cedo na escola, o jovem seja informado através de debates e palestras realizadas por pessoas voluntárias do foro eleitoral, também é importante que professores de história, filosofia e sociologia trabalhem com seus alunos essa questão política da democracia, do voto e cidadania, visando formar cidadãos com senso crítico na sociedade, pois, o jovem de hoje será o adulto do amanhã.
Warlen Ferreira Fernandes
- E. Moacyr de Mattos
Warlen Ferreira Fernandes, natural e residente em Caratinga – MG, aluno do 3ºano do Ensino Médio da Escola Estadual Moacyr de Mattos, tem 17 anos. Formado em Técnico em Recursos Humanos e em Informática Básica pela. Apreciador de literatura, história e filosofia, nas horas vagas gosta uma boa leitura relacionada às três disciplinas citadas.
CIDADANIA – RESPONSABILIDADE DE TODOS
Juliana Aparecida de Paula Silva
- E. Padre Dionísio Homem de Faria
A primeira eleição ocorrida no Brasil data da época de 1532. Contudo, o direito ao voto não foi sempre universal e democrático, passando por vários estágios até chegar aos moldes encontrados hoje, diante disso, percebe-se que fazer a escolha de um bom representante é de suma importância para o desenvolvimento do país, haja vista que eles são os responsáveis por elaborar e executar as leis que interferem na vida de todos. Entretanto, atualmente, o que se observa é a ausência de confiança na política e uma falta de conhecimento sobre esse cenário por parte da população.
O Brasil, marcado desde o início por ser uma colônia de exploração, se tornou uma república em 1889. Porém, o conceito de exploração é a idéia que a população continua tendo do país, em que os eleitos só governam em prol de seus interesses pessoais. Tal situação gerou uma enorme descrença no poder do voto, conforme comprovam os dados do Datafolha que aponta que cerca de um em cada três brasileiros pretende anular o voto para presidente nas próximas eleições.
Além disso, de acordo com Immanuel Kant, “o ser humano é aquilo que a educação faz dele.” Nesse sentido, depreende-se que a falta de conhecimento a respeito da estrutura política do país e informações detalhadas sobre cada candidato corrobora, para o voto de forma alienada e errônea. Essa situação advém, principalmente, sobre a falta de discussão desse assunto nas escolas e nas mídias, ocasionando assim o cenário atual, em que as pessoas são levadas pela opinião de terceiros.
Percebe-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Cabe às escolas trabalhar o tema nas aulas ou promover palestras apresentadas por juízes e outros servidores públicos, abordando sobre como votar, como fiscalizar os recursos, como ter acesso aos dados públicos etc. Será dever dos alunos impactados por esse projeto repassar a aprendizagem a seus familiares e conhecidos. Os canais de TV aberta farão campanhas divulgando os sites e aplicativos que possibilitam ter conhecimento sobre a política brasileira. Por fim, será dever do indivíduo pesquisar e se informar sobre o assunto, a fim de construir uma sociedade da qual, no futuro, possa se orgulhar.
Juliana Aparecida de Paula Silva
- E. Padre Dionísio Homem de Faria
Filha de: José Vicente da Silva e Cleusa Maria de Paula. Aluna do 3º ano B da Escola Estadual Padre Dionísio Homem de Faria em Bom Jesus do Galho
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