Escritores de todas as faixas etárias e de vários estados inscreveram seus textos
CARATINGA – O lugar escolhido para a cerimônia de premiação do Concurso Literário da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas (AMLM) é bastante simbólico: a Sala dos Pioneiros da Fundação Educacional de Caratinga. Além disso, representantes da Academia Caratinguense de Letras, da Assembleia Geral da Funec, da Polícia Militar, da Prefeitura de Caratinga e de diversas instâncias educacionais e culturais prestigiaram o evento, em reconhecimento da importância do ato de escrever.
O concurso foi idealizado pelo professor Eugênio Maria Gomes, presidente da AMLM e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Unec e autor de mais de quarenta livros. “Escrever é tornar as ideias realidade, é ter oportunidade de motivar as pessoas a refletirem e incentivar mudanças”, comenta o escritor.
“É sensacional essa oportunidade que nossas academias têm dado para essas consciências literárias se manifestarem. Porque aquilo que fica calado em mim, o que penso, não é enquanto eu não o manifesto. Essa é uma grande oportunidade e estar se manifestando, e quero, inclusive, cumprimentar as pessoas que aceitam essa proposta, que encaram esse desafio e se revelam, se mostram através da palavra nestas oportunidades”, declarou a vice-presidente da Academia Caratinguense de Letras, a escritora Lígia Matos.
O Concurso Literário da AMLM recebeu dezenas de inscrições de pessoas de diversos estados do Brasil. “É uma alegria muito grande estar concretizando, com essa premiação, a realização do primeiro concurso literário Professor Antônio Fonseca. Essa é uma forma de nós incentivarmos a leitura. Aquelas pessoas que se dispõem a escrever, a transferir para o papel as suas ideias, são pessoas de coragem”, contou o acadêmico Geraldo Elísio Fontoura, 1º Secretário da AMLM. Um júri selecionou 12 textos e os primeiros colocados foram: “Boneca de pano”, de Pâmella Paula da Silva, “Caminhando a sessenta”, de Evandro Valentim de Mello e “O desinteresse pelo interessante”, Willian Ribeiro.
A escritora Pâmella da Silva hoje é estudante de Direito e completará 19 anos no próximo domingo (4). Ela conquistou o primeiro lugar no concurso literário com o texto “Boneca de Pano” e é um exemplo de que para ser escritor não importa a idade. “Foi uma experiência maravilhosa, uma honra participar do concurso. Eu comecei a escrever ainda pequena porque a minha mãe sempre me incentivou. Eu sempre falava para ela todas as profissões que eu queria ter, e dentre elas, eu falava que queria ser escritora. E mais tarde, na escola, fui incentivada a participar de algumas competições escolares, como a Olimpíada Nacional e Língua Portuguesa. E desde a Olimpíada eu comecei a ter um interesse ainda maior pela escrita, porque eu percebi que a escrita poderia levar felicidade para as pessoas e isso começou a trazer alegrias para minha família também, pois eles ficavam muito orgulhosos. Foi então que eu percebi que através da escrita eu poderia realizar os sonhos que eu sempre tive”, compartilha a vencedora do concurso.
Em seu discurso, professor Antônio compartilhou, emocionado, que ficou muito feliz com essa homenagem. “Fazer as pessoas escreverem não é uma tarefa tão fácil, porque as pessoas preferem, à vezes, falar ou ler. Esse terceiro estágio do processo de Comunicação [escrever] causa muitos conflitos internos. Mas escrever é muito importante na vida das pessoas e da gente, que às vezes incentiva”, refletiu o educador
O texto da psicanalista, poetisa e pianista Graça Loures também estava entre os 12 selecionados pelo júri. Ela é de Juiz de Fora e ressaltou que é uma honra imensa estar entre os agraciados pelo concurso. Ela é grande defensora e incentivadora da expressividade através da fala e da escrita. “A fala cura qualquer loucura. Por isso é que temos que falar, que temos que escrever. Porque a arte é livre, a arte não tem barreiras”, complementa a escritora.