* Bruna Lívia Lage Ladeira
Neste mês pude vivenciar nas redes sociais uma discussão calorosa dos prós e dos contras, e por vezes nada maternais, do parto normal e do parto cesariana. A afirmativa de que o ato de parir está veiculado apenas ao parto normal trouxe debates calientes. Mais será? Será que a via de parto torna a mulher “parideira” ou mãe ou ambas?
Nem contra nem a favor apenas observo que as opiniões se divergem tanto pelas experiências quanto pelas orientações médicas pessoais somadas a suposta facilidade do parto cesariana e aos mitos que ainda envolvem o parto normal.
A modernidade trouxe a cesariana, o sutiã, a mamadeira, a fralda descartável, o lenço umedecido, a máquina de lavar, o micro-ondas em sumo a liberdade feminina. Mais será? Será que estas facilidades nos limitam ou nos capacitam?
Assim como qualquer decisão, a escolha da via de parto deve ser orientada e escolhida durante o trabalho de parto ou dependendo das complicações até antes pela gestante e seu obstetra. E a família é peça chave nesta escolha levando em conta a saúde materno fetal, mas também o natural.
Em um trabalho de parto onde o organismo responde satisfatoriamente a expulsão fetal via vaginal retrata a finalização de uma gestação em sua plenitude. E demonstra que o natural continua sendo usual apesar da modernização mundial.
Mas caso a gestante por motivos diversos tenha que se submeter a um parto cirúrgico esta deve ser orientada dos riscos mais também acalentada sobre a necessidade de ser assim.
A minha experiência foi determinante para entender que o parto normal é possível e saudável, porém se necessário a cesariana auxilia o obstetra na preservação da vida materna e fetal.
Simples não?
Nem tanto. Enquanto os argumentos calorosos disparam via redes sociais ainda lembro outra forma de parir. A adoção é hoje o parir do coração e este, ah, este também é uma sublime forma de ser mãe e pai. A família adotiva se depara com uma gestação e um parto demorado e às vezes doloroso, já que além da espera pela chamada na lista ainda tem se vê obrigada a explicar a sociedade o porque desta escolha.
Parir, o significado no Aurélio pode ser um, mas o significado no coração de uma família é outro. E poder encontrar a herança que DEUS te enviou é um momento tão sublime que independente da forma da chegada, os sonhos e a rotina se tornam realidade. E que realidade doce e feliz.
Qual a melhor forma de parir? Sei lá? Só sei que a chegada de uma criança traz paz, amor e DEUS para a sua casa e sua vida.
Por isso não escolha a via de parto, escolha AMAR.
* Bruna Lívia Lage Ladeira, graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário de Caratinga (2003), Pós graduação Lato Sensu pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (2005) em Fisioterapia aplicada a Ginecologia, Obstetrícia com aspectos em Urologia, Pós-graduação Lato Sensu em Aperfeiçoamento de Formação de Facilitadores de Educação Permanente em Saúde pela Fiocruz- RJ(2006) e Mestrado em Ciências da Saúde, aréa Saúde da Criança e do Adolescente, pela Faculdade de Medicina da UFMG (2007-2009). É fisioterapeuta do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora desde agosto de 2009, e da Casa de Saúde União desde junho de 2010. Atualmente é docente do Centro Universitário de Caratinga – UNEC. É auxiliar pedagógica e administrativa dos cursos de Extensão em Medicina do UNEC
Mais informações sobre o autor (a), acesse: http://lattes.cnpq.br/0245068933760911