Barulho, poeira e alterações no trânsito têm refletido em prejuízos aos comerciantes
CARATINGA – As obras de esgotamento sanitário que estão sendo realizadas no centro da cidade continuam sendo alvo de reclamações por parte dos comerciantes. Estes serviços fazem parte do projeto de implantação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no Bairro das Graças. Logo no início, a Copasa explicou que os serviços são complexos e é difícil evitar possíveis transtornos, e que para minimizá-los, a obra está sendo executada em etapas, ou seja, um quarteirão por vez.
No centro da cidade e nas margens dos córregos serão instalados aproximadamente 1,1 mil metros de interceptores, que levarão os esgotos coletados nas residências para a ETE.
Para a instalação dos interceptores dos córregos Sales, São João e Santa Cruz, estão sendo feitas alterações no trânsito. Comerciantes relatam os transtornos técnicos da obra, como a retirada de terra e operação do maquinário, o que estaria deixando as lojas e produtos sujos de barros.
O DIÁRIO DE CARATINGA conversou com alguns comerciantes, que relataram os transtornos enfrentados. Lojas vazias, à espera de clientes. É o caso de Maria
Aparecida de Fernandes, da Comercial Limpa Tudo, que afirma amargar prejuízos nas vendas. “Caíram demais as vendas. Estamos sendo prejudicados e tenho despesas. Tenho que pagar aluguel. Temos a nossas mercadorias e não tem como estacionar o carro. A rua e o trânsito estão ruins. Tem cliente que prefere ir comprar no Bairro das Graças pra fugir dessa confusão, desse transtorno aqui no centro. Não entra ninguém, calculo um prejuízo de pelo menos R$ 30 mil em vendas, estamos sofrendo demais”.
Maria Aparecida também chama atenção para o barulho das máquinas e a sujeira deixada pela obra. “Toda semana tenho que pagar uma faxineira para dar limpeza aqui, o que é uma despesa extra. São pelo menos três pessoas para conseguir manter isso aqui limpo, pois temos muitas mercadorias miúdas”.
As mesmas dificuldades são enfrentadas por Arlley Rodrigues, da Agropecuária Pintinho. Ele estima uma queda de 30% a 40% nas vendas. “Estamos prejudicados com a poeira e o barulho. O cliente acha desconfortável o barro na porta, sem contar o fato de ter que dar a volta de carro lá atrás, então acaba nem parando aqui. Desde que começou esta obra só caem as vendas. Esperamos que termine o mais rápido possível, pois estão só adiando”.
Josemar Geraldo, da Cafetear, também sente os prejuízos da obra, que só vêm aumentando nos últimos meses. “Prejudica o acesso, sem contar a poeira e o barulho que é mais prejudicial no horário de almoço. O movimento diminuiu principalmente à noite, caiu uns 80%. A gente espera que essa obra termine logo. O fim de ano, que é considerado uma melhor época para o comércio, fechei no negativo. E as despesas são altas, sem falar dos impostos”.