CARATINGA – Produtos disponíveis a preços especiais, com uma estrutura completa. A ordem do dia: fazer negócios. Assim se resume a ‘I Feira de Negócios Agropecuários’ do Sicoob Credcooper. O primeiro dia do evento, que se estende até às 18h de hoje, foi sucesso e atraiu pessoas de toda a região.
A abertura da feira, que está sendo realizada no sítio Ycambi Ranch, situado à MG-425 (km 01), conhecida como Rodovia do Álcool, contou com a presença de empresários, associados, além do diretor presidente do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), Marco Almada e o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Central Crediminas, Alberto Ferreira.
Além da visitação aos expositores, aconteceram duas palestras, com os temas “Conjuntura econômica e as perspectivas para o agronegócio” e “Criar marca para agregar valor (opções de agregação de valor aos produtos do agronegócio)”.
Ao todo, são R$ 30 milhões de créditos disponíveis para os associados. Por meio da feira, os quase 50 expositores puderam montar seus estandes e oferecer produtos com condições diferenciadas. Para o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Credcooper, Kdner Andrade Valadares, são inúmeras vantagens atingindo toda a cadeia do agronegócio. “Disponibilizamos recursos de forma que no máximo no dia 15 de setembro toda instituição, empresa, que fizer alguma venda aqui receberá o fruto do produto vendido. São recursos subsidiados, juros em torno de 9% ao ano. Nós já não temos IOF, com certeza é algo que vai dar uma alavancada bem grande nas nossas instituições comerciais e industriais, toda nossa comunidade. Essa é a nossa expectativa e Deus vai iluminar que isso será concretizado”.
Kdner acrescentou que para que o evento acontecesse, foi necessário um trabalho antecipado de equipe. A cooperativa trabalha com a expectativa de atingir sua meta. “Nossa equipe de gerentes de negócios e de agências já vem trabalhando nisso há mais de 30 dias, desde que soubemos da disponibilização do recurso. 80% da feira já está negociada e concretizada”.
AGRONEGÓCIO EM ALTA
Durante o 4° Fórum de Agricultura da América do Sul, o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Ribeiro e Silva, disse que o agronegócio pode tirar o Brasil da crise. A opinião surtiu como bastante otimismo, mas, na avaliação do diretor presidente do Bancoob, Marco Almada, há dados que demonstram que realmente o setor vive um bom momento. “Se nós pegarmos a economia brasileira e separarmos em três setores: serviços, indústria e agronegócio, o único que está tendo desempenho positivo é o agronegócio. Inclusive, esse ano; vamos ter um decrescimento do nosso produto interno bruto do país, mas o agronegócio dentro dessa conta está crescendo, o que está puxando pra baixo são a indústria e os serviços”.
Marco acrescenta que o objetivo do Bancoob, juntamente ao Sicoob, é reativar a economia e os resultados têm se mostrado satisfatórios. “Enquanto os bancos convencionais estão se retraindo, nós estamos buscando estimular a economia. E no agronegócio temos uma presença muito forte. Hoje o sistema Sicoob, por intermédio do Bancoob financia mais de R$ 10 bilhões de reais para o agronegócio brasileiro. A cooperativa é um bem comum colaborativo. Quando o estado ou a iniciativa privada não estão fazendo algo importante para o desenvolvimento, tem uma terceira alternativa, que é as pessoas se reunirem e formarem a sua cooperativa, que é uma empresa associativa, que ocupa os espaços deixados, ora pelo estado, ora pela inciativa privada convencional e ajuda a formar o melhor contexto econômico”.
O diretor presidente do Bancoob elogiou a organização e formato da feira que teve início ontem. “A ideia da feira é contribuir para o aquecimento da economia local. Precisamos que as pessoas façam negócio e a feira tem esse ‘mote’. Aproximar as pessoas para que elas possam fazer negócio. Está muito positivo, bem prestigiado e frequentado, nossas expectativas são as melhores possíveis”.
OPORTUNIDADES
Alberto Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Sicoob Central Credminas, acredita que o evento se mostrou como uma grande oportunidade de negócios. “Esse evento que o Sicoob Credcooper está promovendo é de fundamental relevância. Realmente uma grande oportunidade para as empresas que têm insumos, equipamentos, disponibilizando produtos à venda, fazendo a junção com os consumidores, associados da cooperativa; certamente fortalecendo a região, expandindo os negócios, trazendo o progresso. Os empresários têm seus produtos à disposição e os associados ou produtores têm o interesse em adquirir produtos, necessidade mesmo. Disponibilizando o crédito que é uma ferramenta extremamente relevante na evolução dos negócios, com isso o Sicoob Credcooper está cumprindo sua missão de promover o desenvolvimento da região de Caratinga”.
O empresariado também se mostrou satisfeito com o evento. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Caratinga (ACIC), Ary Soares, relembrou a necessidade de um evento deste porte, considerando o perfil da região. “Quero parabenizar a Credcooper por essa iniciativa, que é muita válida para Caratinga, somos carentes há mais de oito anos. Tínhamos um Parque de Exposições que foi eliminado, hoje (ontem) a gente vê um evento como esse, tantas pessoas frequentando, um ambiente muito bom, isso engrandece muito a nossa cidade e também aos comerciantes, que querem fazer bons negócios. Estava há um tempo esquecido, mas temos aqui a agropecuária junto com o Sicoob, o que vai trazer economia e conhecimento de nossa cidade também. Já pude ver quantas pessoas vieram de fora nos visitar, isso é muito importante, pois conhecem também os produtos que nós temos”.
A opinião é compartilhada pelo empresário Geraldo Rodrigues de Carvalho, que acrescentou que espera que o evento entre para o calendário oficial de Caratinga. “Falávamos ainda há pouco com os amigos sobre a importância dessa feira voltar a acontecer, porque todas as vezes que tivemos aqui em Caratinga a exposição agropecuária foi sucesso e era mais ou menos isso aqui. Era uma feira de negócios comercial, industrial e rural, então acredito que isso precisa acontecer. Isso aqui é o início para a Sicoob Credcooper, que acho que é quem deve liderar isso, principalmente direcionado ao produtor rural, que volte a acontecer a exposição agropecuária. Esse foi o pontapé inicial”.
O associado Ubaldino Francisco da Silva também marcou presença na feira. O produtor rural estava em busca de produtos acessíveis para o tratamento de sua lavoura. “Está muito bom. O Credcooper ultrapassou as expectativas, ficou muito bem montado, está lindo. É um evento que precisava; que a gente sonhava e a realidade chegou hoje. Estou em busca de bons preços e bons produtos”.
A feira segue hoje, mas, após o credenciamento de 8h30 às 9h, o calendário tem uma alteração em relação ao dia anterior, a visitação aos 48 expositores será a primeira da programação. Às 10h, Sergio D’Alessandro, consultor Illy Café, abordará o tema: “Boas práticas de colheita e pós- colheita para obtenção de cafés especiais”. A tarde toda será para visitação aos stands e mais uma oportunidade de negócios, encerrando às 18h. Paralelamente ao evento, ainda acontecem sorteios para os associados e espaços específicos para entretenimento de mulheres e crianças.
BOX
“Safra Segura”
A Polícia Militar também montou um estande na I Feira de Negócios Agropecuários. O objetivo é apresentar aos produtores rurais as vantagens de participarem das operações promovidas para combater os crimes mais comuns na zona rural.
De acordo com o capitão Wesley Flávio Soares, no ano passado, no período de safra de café foram 25 registros de ocorrências de roubo na zona rural, com prejuízo para os produtores rurais em torno de R$ 260 mil. Por isso, a PM decidiu dar início à operação ‘Safra Segura’. “Isso considerando somente em espécie, fora o que foi levado nas fazendas em saca de café, mobiliário, alguns eletrodomésticos e eletroeletrônicos, isso não foi contabilizado. Em parceria com o Sicoob, fizemos reuniões comunitárias ao longo desse ano para convidar os cafeicultores para participarem da operação, porque se não tiver adesão, não tem um resultado satisfatório. Fizemos vários convites e quatro reuniões para tratar desse assunto, em Caratinga, Santa Luzia, Dom Modesto, Sapucaia e Santa Efigênia”.
A operação “Safra Segura” teve início em março de 2016m com a mobilização de trabalhadores rurais para o trabalho em rede, através do aplicativo WhatsApp. Os produtores compartilham informações e noticiam fatos suspeitos, recebendo ainda orientações. O seu desenvolvimento se deu por meio de um “corredor seguro” para o trânsito dos produtores rurais desde o momento do saque nas agências bancárias, até os locais de pagamento dos trabalhadores.
Mas, a PM desenvolve as ações com uma rota pré-definida e de acordo com calendário estabelecido junto aos produtores. “O primeiro objetivo era evitar essas ocorrências de ‘saidinha de banco’, assaltos que acontecem quando os produtores fazem os saques nas agências e deslocam-se com essas quantias para as suas propriedades, para fazer o pagamento dos profissionais que trabalham na colheita do café. A Polícia Militar não tem condições de fazer o patrulhamento de forma simultânea em todas as estradas que levam às fazendas, então a gente fez um calendário distribuindo essa operação por distrito e informando nosso itinerário e horário. Os cafeicultores deixavam para fazer os saques nesse horário que a operação estava montada e passava pelo itinerário que estabelecíamos na operação”.
O militar ainda acrescenta a importância da participação dos cafeicultores, para o êxito da operação. “Se eles escolhessem outra rota, seguramente ia acontecer assalto da mesma forma. Tivemos boa adesão e um dos motivos de estarmos na feira é divulgar esse trabalho, falar do que foi feito, os resultados alcançados e conseguir a adesão de mais pessoas para o ano que vem montarmos outra operação mais consolidada, com mais pessoas participando e falar do trabalho que vamos desenvolver pós-safra. Agora a gente tem outra preocupação que é a estocagem e a venda do café, há algumas ocorrências verificadas no ano passado relacionadas a isso, roubos nas fazendas, de caminhão de café, isso tudo vamos abranger nessa nossa operação”.
Em 2016, em análise comparada ao mesmo período da safra no ano anterior, foram registradas 11 ocorrências, ou seja, uma redução de 56% dos delitos. Dentro desta comparação, este ano foram R$ 18 mil de prejuízo para os produtores rurais, uma redução de 93% em relação ao ano passado. “Uma redução muito significativa, isso porque a gente não teve adesão de 100% dos cafeicultores e esse estande objetiva alcançar essa parcela que não aderiu ainda à nossa operação”.