Superintendência Regional de Ensino de Caratinga sai à frente das demais cidades mineiras e registra 1250 inscrições de pessoas que desejam voltar aos estudos
CARATINGA – Em setembro do ano passado, a Secretaria de Estado de Educação deu início a um chamado aos jovens que desejassem voltar a estudar em 2016 em qualquer nível da Educação Básica. A iniciativa faz parte da Virada Educação Minas Gerais (VEM), movimento que quer criar uma escola sintonizada com a realidade da juventude a partir do envolvimento de toda a comunidade escolar e da sociedade.
A 6ª Superintendência Regional de Ensino de Caratinga (SRE) convocou a imprensa, pois havia uma preocupação quanto ao andamento da campanha, que tinha registrado somente três inscrições no total de 24 municípios que fazem parte da jurisdição. Após a divulgação da campanha nos veículos de comunicação e a intensificação do trabalho da SRE, através dos inspetores, diretores de escola e coordenação pedagógica esse quadro se reverteu.
Segundo a diretora Landislene Gomes Ferreira, a ‘Landinha’, Caratinga saltou de três para o total de 1250 inscrições, figurando em primeiro lugar no estado. “Se tratando da volta do aluno para a escola, aquele que perdeu a oportunidade de estudar, evadiu; o estado tem todo o compromisso de abrir a escola para recebê-lo novamente. Entramos nessa campanha com força total, contamos com a imprensa que divulgou, nos ajudou nesse processo e tive a felicidade de receber esta notícia”.
De acordo com a coordenadora Diretoria Educacional, Lucy Rosane Vieira Raposo, essa é uma oportunidade para aquelas pessoas que por alguma razão não puderam terminar os estudos. “Foi muito importante esta campanha porque despertou muitas pessoas que tinham parado, estão inseridas no mercado de trabalho, mas estavam sem estudar porque houve no governo anterior uma diuturnização da escola. Então quem trabalhava de dia não tinha aula à noite e ficava difícil. Esse governo retomou o direito à educação ao ensino noturno tanto no nível regular quanto na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos)”.
Mas, após as inscrições terem sido realizadas, agora é necessário que estas pessoas procurem as escolas para realizarem suas matrículas. “Essas inscrições foram muito importantes, mas precisam ser efetivadas em matriculas. Então é preciso ir à escola para que possamos receber as listas e organizar esse fluxo. Temos até o dia 31 para enviar esses dados para Belo Horizonte e organizar essa oferta de ensino noturno”.
Segundo Lucy, as escolas têm a consciência de que o espaço precisa se tornar atrativo aos alunos para que eles desejem permanecer. Por isso, o diálogo será uma importante ferramenta. “Precisamos exatamente ouvir esses alunos. Uma metodologia que a Secretaria tem utilizado é a roda de conversa. Ao sair da escola eles tiveram várias experiências no mundo do trabalho, relações que estabeleceram. Então a juventude quando sai da escola e volta tem toda uma experiência de vida que precisa ser compreendida pela escola”.
Além disso, outra forma de facilitar o estudo a esse público vem com a reestruturação da matriz curricular. Eles terão quatro aulas começando às 19h e terminando às 22h15. “Exatamente para que ele não chegue atrasado à aula, porque trabalha e não dá tempo de pegar a primeira aula. Terão quatro aulas, módulos de 45 minutos e há uma proposta de uma disciplina interdisciplinar onde três professores irão trabalhar simultaneamente que é Diversidade, Inclusão e Mundo do Trabalho”.
Os alunos devem comparecer à primeira opção de escola que escolheu na inscrição, munidos de certidão de nascimento ou casamento, documento de identidade e a declaração da última escola em que estudaram.