INHAPIM– A Secretaria de Assistência Social em parceria com as pastas de Saúde e de Educação, lembraram essa semana, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Com uma intensa programação, o dia 18 teve caminhada de conscientização pelas ruas Osvaldo Silva Araújo e “Alberto Azevedo no centro da cidade, e contou com a participação dos alunos das escolas municipais Dr. Alípio Fernandes, Ione Ambrosina de Siqueira, Pré-Escolar Municipal Tia Odaísa de Melo Marques, Creche Municipal Enedina de Lima Sayago, e ainda da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Inhapim – Apae, grupos da terceira idade, servidores de diversos departamentos e secretarias municipais, guarda mirim, projeto social “Barui Bão”, servidores e usuários do Centro de Atenção Psicossocial Adulto e Infantil, além de secretários municipais, vice-prefeito, entre outros.
A caminhada contou com apoio das policiais Militar e Civil de Inhapim, e foi encerrada com o pronunciamento do vice-prefeito Sandro Adriano na praça de esportes “João Felisberto Pereira”.
No salão nobre da prefeitura ocorreu uma série de palestras com o tema “Entender pra Combater a Violência e o Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes”, promovidas por integrantes do poder judiciário, ministério público, conselho tutelar, conselho municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, secretarias de Saúde e de Assistência Social.
O juiz da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Inhapim, João Fábio Bomfim Machado de Siqueira, lembrou a importância de se combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, com ênfase nas consequências penais dos abusos e na importância da denúncia, para que haja a devida apuração. “A ideia foi esclarecer e orientar ao público presente como todos devem agir diante de situações de exploração e abuso sexual infantil, destacando-se os sinais de abuso e como fazer a denúncia, para que possamos criar uma verdadeira rede de proteção, com a participação de toda a comunidade local”, explicou o magistrado.
O representante do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Igor Peixoto Marques, promotor de justiça da Infância e Juventude disse em sua palestra que o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes é um dos temas mais caros para o Ministério Público. “A eficiência na prevenção e repressão do abuso e da exploração sexual depende do trabalho articulado de toda rede de proteção da infância e juventude, mas também de toda a sociedade e das famílias, especialmente no que diz respeito à adoção de providências quando se verificam tais violações de direitos. O abuso é caracterizado por todas as ações que busquem a violação sexual de crianças e adolescentes, desrespeitem sua intimidade ou tenham por finalidade a satisfação sexual do abusador. Quando sofrem abuso sexual, a criança e o adolescente costumam demonstrar alguns sinais, como mudanças bruscas de comportamento, irritabilidade ou agressividade excessiva, comportamento arredio, desejando ficar sempre sozinho, estado de alerta constante: tenso, ansioso e assustado, além da regressão em seu desenvolvimento, apresentando-se muito infantil para a idade. Devemos nos manter vigilantes diante dos sinais que podem indicar uma possível violação de direitos” orientou.
A presidente do Conselho Tutelar, Ana Paula Ribeiro Lopes, disse que a criança ou adolescente que é vítima de abuso ou exploração sexual, nunca é culpada por tal crime, pois a culpa sempre é do abusador. “Quem é vítima e não denuncia, carrega as marcas do abuso e também do silêncio. O abuso sexual contra crianças e adolescentes geralmente parte de pessoas conhecidas, que usam da confiança para cometer os crimes. Ela afirmou ainda que a maioria dos casos acontecem dentro de casa, então essas vítimas se veem sem apoio. No entanto, elas devem procurar ajuda de alguém de confiança, como outro familiar, os pais de amigos ou um professor” afirmou.
Palestrou ainda sobre o tema, o comandante da 288ª Companhia de Polícia Militar em Inhapim, tenente Alessandro Moraes Silva.
O enfermeiro e vice-prefeito “Sandro da Saúde” disse que as novas gerações se colocam em posição de empoderamento desde cedo, lutando por ser quem querem ser. Ele disse que essas vivências jamais devem ser interrompidas por experiências tão traumáticas como o abuso sexual. “As consequências do abuso sexual deixam marcas para a vida inteira, desde as marcas físicas, como possíveis doenças advindas dos crimes, às marcas psicológicas, como traumas que fazem com que as vítimas busquem por abusadores como parceiros futuros. Crimes de cunho sexual contra crianças e adolescentes ocorrem principalmente dentro da própria casa. Muitas vítimas não têm coragem de pedir ajuda, ou nem mesmo sabem identificar que estão sendo vítimas. A importância de momentos como esse é justamente levar informação desde cedo as crianças e adolescentes, que precisam ter essa consciência, essa proteção de saber o que pode e o que não pode ser feito com seus corpos. Precisam saber impor limites a quem quer que seja. Precisam ouvir, ver e sentir que há possibilidade de serem protegidos caso isso aconteça”, ressaltou o vice-prefeito.
Para finalizar o evento foi exibido o filme “Soul”, uma parceria com a secretaria de Cultura e Assistência Social para o entretenimento de crianças e adolescentes.
Assessoria de Comunicação