A polícia de Minas Gerais está à procura de Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos. Considerado foragido de um presídio, ele é procurado também por gravar e publicar um vídeo em um perfil em mídia social com conteúdo racista, que viralizou no fim de semana. O vídeo pode ser assistido no fim da notícia.
Ao puxar a ficha do acusado, a polícia confirmou que além do crime de racismo praticado no vídeo, gravado em um bar em que trabalhava em Belo Horizonte, Alessandro tem 66 registros policiais em seu nome e já passou quatro vezes pelo sistema prisional.
Atualmente, é considerado foragido após não retornar de uma saída temporária concedida em março deste ano. Entre os crimes registrados estão ameaças, agressões e várias ocorrências de estelionato, além de difamação e violação de domicílio.
Conforme a ficha criminal do indivíduo, Alessandro é natural de Governador Valadares, onde grande parte dos crimes que cometeu foram registrados. Segundo informações da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), ele esteve preso em diversas ocasiões, incluindo períodos entre julho e agosto de 2017, janeiro de 2018 até 2019, e novamente em setembro de 2022 até março de 2023.
Em um dos crimes, em 12 de Julho de 2017 foi acusado de estelionato em Governador Valadares. Ele se apresentava como Léo Nardoni ou Léo Bacardi, dentre outros nomes, e aplicou golpe em várias pessoas prometendo levar para os Estados Unidos. Pegou carros e até uma casa como pagamento e depois de embolsar o dinheiro destes bens, sumiu. Ele residiu nos bairros Turmalina e Atalaia, em Valadares.
Beneficiado pela Saidinha, fugiu
No cumprimento de sua última prisão, ele recebeu o benefício de saída temporária no dia 26 de março, mas não retornou para o presídio e passou a ser considerado foragido desde então.
Alessandro já respondeu processo judicial por violência doméstica, perseguição, violência psicológica, e divulgação de material com conteúdo sexual. Apesar de seu extenso histórico criminal, o homem conseguiu o benefício de liberdade temporária, porém, não cumpriu as condições estabelecidas pela Justiça.
Investigado agora por racismo
O crime de racismo envolvendo Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, está sendo investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial (Decrin), após a instauração de um procedimento de investigação pelo promotor de Justiça Allender Barreto Lima, coordenador de Combate ao Racismo do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
No vídeo que publicou no fim de semana, Alessandro faz declarações ofensivas contra pessoas negras, afirmando, entre outras coisas, que “preto tem que entrar no chicote” e que “tem que tomar água do vaso”.
Além disso, ele critica a Lei Áurea e a Princesa Isabel, responsável pela abolição da escravidão no Brasil. O crime causou grande revolta, inclusive entre os familiares da namorada de Alessandro, muitos dos quais são negros.
Segundo relatos, os parentes ficaram indignados com as falas racistas e lamentaram o impacto que o vídeo teve sobre a família. Alessandro trabalhou por mais dois dias após a gravação do vídeo em um bar na região da Pampulha, em Belo Horizonte, mas fugiu assim que percebeu a movimentação policial.
Por mandado de prisão expedido pela Justiça, Alessandro será preso independentemente do andamento do inquérito sobre o crime de racismo. (Com informações da Sejusp e do TJMG)
Fonte: Diário do Aço