Convite
No próximo dia 19 de setembro estaremos lançando dois livros infanto-juvenis: Cadê o palhaço? e Mãe com mel. O primeiro fala sobre o circo, um tema que já me inspirou quatro obras. Sempre me encantei com espetáculos circenses. Na infância, passada no nosso Barro Branco, tive muitas oportunidades de ir aos circos armados na praça da estação. O gosto por malabaristas, mágicos e palhaços veio de meu pai, que de tanto apreciar esse tipo de divertimento, levava-nos até em Belo Horizonte para assistirmos ao Circo Garcia, uma companhia renomada e famosa em todo país. Certa vez, o meu deslumbramento foi tanto que desejei acompanhar um circo por causa do palhaço, chamado Bibi. Peguei uma trouxinha e saí pela calçada. Papai ficou bravo e me fez voltar depressa pra casa. E, hoje, volto às lembranças, e me detenho naquele palhaço simples que virava cambalhotas e contava anedotas engraçadas, sem xingamentos ou palavrões. Eram piadas cheias daquela graça pura acompanhadas de gestos e mesuras desengonçadas. E a gente ria das brincadeiras que se sustentavam mais no talento dos palhaços, no colorido e na magia de acreditar que os artistas eram seres irreais: vinham e iam no fechar da cortina. Sem se importar com nossa admiração, o circo partia deixando sonhos no coração da gente. E essa saída, muitas vezes, na calada da noite, surpreendia e fazia-nos acreditar que tudo não passava de truque do mágico Salomão. Ainda com cara de tacho e alma enlevada, a criançada ficava aguardando o próximo circo para ver de novo o ladrão de mulher. E é justamente esse palhaço brincalhão que tento resgatar e apresentar às crianças. Hoje, os circos são sofisticados e primam pelo suspense, deixando o respeitável público ansioso, em tempo de engasgar com o pacote de pipocas.
O outro livro é uma homenagem para as vovós, que eu chamo de mãe com mel. Na verdade, toda avó tem muito de mãe açucarada. Não mede esforços e carinho para tornar feliz a vida dos netos. Dizem até que avó estraga os netos, por causa do excesso de mimos e cuidados. Não creio nessa acusação injusta. Carinho não estraga ninguém. Mãe é mãe, avó é avó. Que as mães tratem de não mimar, e deixar as avós com seu papel de fada, doce e terna, que marca para sempre a vida dos netos.
O prefácio do “Cadê o palhaço?” foi escrito, magistralmente, pelo nosso querido escritor e amigo Eugênio Maria Gomes. Indulgente, deixou transparecer a bondade de seu grande coração num texto lindo e poético, que o fez transportar aos encantos de sua infância.
O “Mãe com mel” foi prefaciado por outro Eugênio, o Ferraz que é diretor-geral da Imprensa Oficial de Minas Gerais. Ele que também é escritor, retratou com palavras generosas os traços de minhas obras.
Para receber meus convidados, ofereço um coquetel de arte. Música, bailados, poemas, alegria. Tudo junto para festejar o livro, as crianças e o público que sempre me honrou com a presença e incentivo. Artistas de casa e de fora darão seu recado de beleza. Penso que neste mundo tão cheio de violência e más notícias, nada melhor que viver momentos de congraçamento, alegria e sublimidade.
São 37 anos de livros e festa para uma das mais seletas plateias. Escolas e famílias ligadas à cultura, aos livros e ao desejo de enriquecer nossas crianças.
Convido todos e espero que gostem dos livros e do espetáculo que lhes preparei com a alegria de quem prepara um banquete à luz de velas. Até lá, meus amigos.