COLUNA DO RUDI

CASAMENTO: COMO A TEOLOGIA O ENTENDE – 1

– Fale sobre o casamento, professor! Foi assim que meu amigo Roderick (não é o nome verdadeiro dele) me fez escrever sobre este assunto tão importante.

Creio que nossos caros leitores já devem ter notado que todo e qualquer tema, elevado ou de menor significância, é de interesse da Teologia, faz parte do seu escopo.

Acontece que um dos meus temas prediletos é exatamente o casamento.

Há quase 45 anos minha esposa e eu dissemos ‘Sim’ um para o outro, na presença de Deus e de uma congregação, nesta nossa cidade de Caratinga. Eu decerto não sabia o que estava fazendo.

E, sendo o mais direto possível, duvido que haja um casal na face da terra que esteja de fato preparado para assumir um compromisso de tamanha envergadura.

Contradizendo tudo o que foi dito até aqui, a cada fim de semana e em todo o lugar há casais fazendo as mesmas promessas um para o outro, dizendo o que nossos antepassados já diziam: – Eu te aceito como meu cônjuge para os dias bons, e para os dias maus!

Ainda lembro como me sentia nos dias que precederam meu casamento: completamente inadequado, incapaz de me visualizar como o marido, e muito menos, como um pai! Por que casei, então?

É uma dessas coisas na vida que a gente assume, porque sente uma força nos empurrando, algo dentro de nós que comanda nossas palavras e ações – e está feito: Estou casado, e agora, vamos viver esta vida a dois.

Depois deste primeiro momento que eu chamaria de ‘susto’, meu caro Roderick, a gente começa a ‘remar’, isto é, começa a aprender a remar, pois antes, sozinho, o remar era totalmente diferente.

Leva um tempo até que os dois consigam fazer juntos os movimentos que vão impulsionar o ‘barco’ para frente. Sim, a gente está no mesmo barco! E tem que ser dito que há casais que passam bastante tempo (quase a vida toda?) em desarmonia tal, andando em círculos, que impede qualquer avanço.

O andar harmonioso é, então, o alvo, no qual nenhum dos dois sobressai: ambos dirigem, ambos servem, ambos se humilham, ambos se esforçam, ambos tentam agradar um ao outro. É o companheirismo, é a ajuda mútua, o apoio um para o outro, o diálogo, o feedback para ideias de um, depois do outro. Tudo visando o andar junto, lado a lado.

A Teologia se presta como pano de fundo nesta caminhada conjunta. Hoje, um tem o sonho, o outro, empresta o ouvido e, sim – muito importante, vibra com ele. Amanhã o outro acorda sonhando, e seu companheiro entra e sonha com ele.

Na revelação bíblica, o Criador se mostra como o Ser que sabe se relacionar, e que tudo faz para que haja este relacionar, esta troca de informações, de planos, desejos, alvos. É quando vemos o Filho se submeter à vontade do Pai, em amor e respeito: no caso, Deus Pai é o sonhador, e estes sonhos se tornam a prioridade máxima do Filho.

É um relacionar coerente, uma interação superdinâmica, sendo o próprio Universo com toda sua variedade e riqueza, uma pequena consequência e reflexo deste interagir e companheirismo divinos.

E isso é sempre assim, quando duas pessoas decidem fazer o outro feliz!

Por isso o amor está no centro de tudo e em todas as situações!

Ordem, harmonia, beleza, paz, amor. O que estou descrevendo não é algo que eu li, que eu imaginei, mas que colhi nessa vida de parceria e compromisso com a minha esposa.

No início, como descrevi acima, as perspectivas eram bem limitadas, pois estávamos entrando numa zona desconhecida.

A vida a dois precisa ser aprendida no dia a dia, no meio do choro dos bebês, na irritação do ter de preparar mais uma vez as refeições, de ter que pagar o aluguel, na falta de um ingrediente para um molho, no debate caloroso para decidir encomendar um móvel que não existe, e por aí vai…

Um elemento que não pode estar ausente é o perdão. Do ponto de vista da Teologia, é exatamente na atitude de reconhecer um erro que eu cresço, que eu sobressaio e alcanço novas alturas. Ouviu, Roderick? E, desta forma, ‘puxo para cima’ aquela que está comigo, ao meu lado.

A Teologia pode ensinar muito aos jovens casais, bem como àqueles, talvez, não mais tão jovens, que, por razões diversas, ainda, não conseguiram desenvolver a arte de          remar juntos, e que estão sendo atacados por ondas fortes de tédio, por estarem andando de um ‘já-te-vi’ para outro ‘sempre-a-mesma-coisa’, e que não veem uma saída honrosa.

Vai lá, portanto, e saia de sua zona de conforto, e arrisque a ser feliz!

Roderick, para início de conversa, então, seja um verdadeiro companheiro da sua jovem esposa, e não se importe com o que seus amigos da solteirice lhe disserem. Agora você está noutra e, sinceramente, vale a pena.

Da próxima, vamos conversar mais.

A FACTUAL – Faculdade de Teologia de Caratinga Uriel de Almeida Leitão é mantida pela Rede de Ensino DOCTUM. Visite nosso site WWW.doctum.edu.br ou ligue para (33)9-9915-9002 ou (33)3322-6226.

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