Regional: Rescaldos da decisão
Quando se fala em decisão de campeonato, seja lá de qual esporte for, imagina-se equilíbrio técnico, disposição de ambos e ânimos mais exaltados que o normal. São ingredientes obrigatórios. Numa final de campeonato Regional ainda mais. Muito por conta disso, não me surpreendi com o cenário no estádio Mário Tristão, em Bom Jesus do Galho, para a decisão entre Limoeiro x Caratinga. Tecnicamente equipes muito parecidas, esquemas tático similares, e uma “dose cavalar” de vontade de ambos. Porém, nada justifica chutar o adversário caído, tampouco, torcedor tomar as dores e tentar agredir jogador em campo e colocar mais brasa numa fogueira que já estava muito quente. Por outro lado, a opção do árbitro Marcial Alves, em deixar o jogo correr desde o início, também influenciou na atitude de alguns mais nervosinhos. Afinal, quando se tem entradas mais duras e manda o jogo seguir, alguns entendem que estão recebendo uma “licença” para bater. Isso numa final de campeonato, entre duas equipes rivais, apesar da diferença histórica, é um convite para o que aconteceu. Assim, durante a semana, espero que os comandantes possam trabalhar o emocional de suas equipes evitando que se leve para a partida final os resquícios do confronto em Bom Jesus.
Mineiros: O Coelhão voltou!
Normalmente o América não conta com o mesmo espaço de Atlético e Cruzeiro na mídia. Mas, depois da ascensão a elite do futebol brasileiro isso tende a mudar. A vaga teve uma dramaticidade para testar cardíacos. Porém, o América fez valer o mando de campo e conseguiu o ponto que faltava. Acredito que o maior desafio da diretoria agora, será manter os destaques, e reforçar o elenco com qualidade.
A vaga no G4 foi apenas um sonho que passou na vida cruzeirense. Porém, não conseguir realizá-lo, não ofusca a reação excelente desde a chegada de Mano Menezes. A Raposa demonstrou que tinha time pelo menos para brigar na parte de cima. A peça da engrenagem que estava atrapalhando o bom funcionamento era exatamente aquela que comanda o restante. A passagem de Luxemburgo pela Toca dessa vez teve apenas um bom momento: A estreia e a quebra da invencibilidade sobre o rival. Agora é planejar 2016 que tem tudo pra dar certo.
O Atlético se garantiu na fase de grupo da Libertadores. Esse é o maior triunfo da reta final da temporada. O empate com o Goiás em casa é uma demonstração que o time já vê seu dever como cumprido. A falta de atenção em alguns lances é típica de quem já esta com a cabeça nas férias. Sobre a permanência de Levir Culpi, acho que seria o mais correto. Porém, não sei se acontecerá.
Timão Campeão
O Corinthians esta a 14 pontos do segundo colocado na tabela. Conquistou o título com três rodadas de antecedência. Portanto, não tem como contestar. Os erros de arbitragem a favor do time de Tite em algumas rodadas realmente incomodaram, deixaram uma pulga atrás da orelha de quem acompanha futebol á muitos anos. Mas, a regularidade do Timão, o equilíbrio defesa, meio e ataque, a recuperação de alguns nomes dados como acabados. E principalmente á incompetência da concorrência, legitimaram a conquista corintiana. Fosse o Corinthians campeão com dois ou três pontos de diferença, estaríamos todos questionando um jogo aqui, outro ali. Mas, com 14 pontos não dá. Se não é o mais brilhante, é de longe o mais competente e seguro do futebol brasileiro. 24 vitórias, 08 empates, 04 derrotas, 70 gols a favor e apenas 28 contra. Aí não dá pra reclamar.
Rogério Silva
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