1994: deu Verdão de novo
Aquele abraço amigo do esporte, amigo da bola, depois de homenagear o eterno rei do futebol em seus 75 anos, a coluna de hoje volta a contar um pouco da história dos campeonatos brasileiros. O Palmeiras que havia conquistado o país em 1993, não deixou por menos e repetiu o feito em 1994. Mais uma vez o sistema de disputa foi por grupos. Os 24 clubes são divididos em 4 grupos de 6, com jogos dentro de cada grupo, em dois turnos. Classificam-se os 4 primeiros de cada grupo, sendo que os vencedores dos grupos já começam a Segunda Fase com um ponto extra; os dois últimos colocados de cada grupo vão para a Repescagem. Os 16 clubes classificados jogam todos contra todos, em turno único, porém organizados em 2 chaves de 8 (E e F) para efeito de classificação. Na primeira etapa (7 rodadas), os jogos são apenas dentro das chaves; na segunda etapa (8 rodadas), os clubes da chave E enfrentam os da chave F. Classificam-se para as finais o vencedor de cada etapa em cada chave, além dos dois mais bem colocados independentemente de chave. Os 08 clubes jogam todos contra todos, em turno e returno. Os dois primeiros classificam-se para as finais; os dois últimos são rebaixados. Observando o regulamento de 94, gosto cada vez mais dos pontos corridos.
O Campeão
Ainda comandado por Wanderlei Luxemburgo (na época disparado o melhor técnico do Brasil), o Palmeiras continuava impressionando. Sem Edilson, mas com Rivaldo inspirado, o Palmeiras passou fácil pelas quartas de finais vencendo o Bahia por 2 a 1, e depois pela semifinal encarando o Guarani vencendo os dois jogos, 2 a 1 e 3 a 1. Assim o Verdão mais uma vez chegou a final do Brasileirão. Na decisão, adivinhem quem esperava por ele?
A decisão, para delírio dos palestrinos, foi, novamente, contra o Corinthians, o rival derrotado nas finais do Paulistão e do Torneio Rio-São Paulo de 1993. “Era um momento único, cheio de expectativa. Era a primeira vez que Palmeiras e Corinthians se enfrentavam na final de um Brasileiro”, expôs o ex-goleiro Velloso, um dos destaques daquela campanha. Na primeira partida, realizada no Pacaembu, o Alviverde sobrou. Com dois de Rivaldo e um de Edmundo, o Verdão ganhou por 3 a 1. No segundo embate, mais uma vez no estádio municipal, o Palmeiras, com uma mão na taça, viu Marques abrir o placar para os rivais. Mas foi só. A equipe palestrina tomou as rédeas do confronto e, aos 35 minutos do segundo tempo, Edmundo cruzou para Rivaldo balançar a rede alvinegra mais uma vez e sacramentar. Muitos vão se lembrar apenas das estrelas daquele timaço. Porém, o grupo também era formado por “operários” os laterais Cláudio, Wagner, o zagueiro Tonhão, são bons exemplos. Entretanto, Roberto Carlos, César Sampaio, Zinho, Edmundo, Evair e Rivaldo eram as estrelas.
Lamentavelmente para os palmeirenses, e alívio dos rivais esse grupo começou a se desmanchar. Roberto Carlos foi para Europa, Evair para o Japão, Edmundo para o Flamengo, Mazinho para a Espanha.
Campeões: Cléber, Veloso, César Sampaio, Cláudio, Wagner, Antônio Carlos, Edmundo, Flávio Conceição, Evair, Rivaldo e Zinho. Técnico Luxemburgo.
Semana que vem voltaremos com a conquista histórica do Botafogo em 1995 com a colaboração direta de Marcelo Alves.
Rogério Silva