1993: Era Parmalat
Aquele abraço amigo do esporte, amigo da bola, chegando mais uma vez pra contar um pouco da história do campeonato mais importante do país. Depois de relembrar o Flamengo campeão em 1992 comandado pelo maestro Júnior, desembarcamos agora em 1993. Começou aí a era das grandes parcerias que renderiam times maravilhosos. Porém, antes de falar do timaço do Palmeiras campeão depois de 20 anos, preciso dizer que novamente nossos cartolas conseguiram estragar o que estava dando certo.
Para esta edição, deveriam ter sido rebaixados os dois últimos colocados no campeonato de 1992, Náutico e Paysandu; bem como deveriam ter sido promovidos apenas o campeão e o vice da Série B do ano anterior, Paraná e Vitória. Porém, depois de cinco anos consecutivos cumprindo os regulamentos internacionais de acesso e descenso recomendados pela FIFA, a CBF resolveu “virar a mesa”: antes mesmo de iniciar-se o campeonato de 1992, decidiu-se que subiriam doze clubes, e que ninguém cairia. Tudo porque, o Grêmio de Porto Alegre, rebaixado no Brasileirão de 1991, não conseguiu subir à elite em 1992 terminando a Série B somente em nono. Não houve Segunda Divisão em 1993. O Campeonato Brasileiro de Futebol ficou inchado e desequilibrado nessa edição com 32 equipes divididas em quatro grupos.
O CAMPEÃO
O início da década de 90 não estava sendo nada boa para os palmeirenses. O Corinthians ganhando seu primeiro título brasileiro e o São Paulo ganhou o mundial. Que sofrimento. A receita pra mudar isso veio dos cofres da empresa de laticínios italiana Parmalat. Só mesmo com muito dinheiro daria para contratar jogadores aos montes como a diretoria fez. Edmundo, Evair, Zinho, Edilson, César Sampaio, Mazinho, que timaço. O investimento valeu muito a pena. Depois de encerrar um jejum de 16 anos sem título, o Palmeiras massacrou o Corinthians na final do paulista e venceu por 4 a 0. Mas, o melhor estava por vir.
Chegou a hora de acabar com a fila também no Brasileirão. A campanha foi estupenda. 22 jogos, 16 vitórias, 04 empates e apenas 02 derrotas. Além disso, o melhor ataque com 40 gols marcados. Chegar a final depois de fazer isso tudo não foi surpresa. Porém, o adversário sim foi surpreendente. O Vitória-BA apresentou ao Brasil um time jovem e com alguns jogadores que iriam brilhar mais tarde em outras equipes e até na seleção. A começar pelo goleiro Dida, Alex Alves e Paulo Isidoro – estes dois últimos chegaram a vestir a camisa alviverde – entretanto, na decisão, prevaleceu a força do time comandado por Wanderlei Luxemburgo. No primeiro jogo em Salvador, o Verdão se impôs e venceu por 1 a 0, gol de Edilson. Assim, a tarefa para o jogo da volta ficou ainda mais fácil. Num Morumbi lotado por 88 mil palmeirenses, Evair e Edmundo trataram de dar a alegria para galera e acabar com o jejum de 20 anos sem comemorar um título brasileiro. Final, Palmeiras 2 x 0 Vitória. Começou assim uma das parceiras mais vitoriosas da história do nosso futebol. Semana que vem tem mais conquistas do alviverde imponente.
Campeões: César Sampaio, Gil Baiano, Cleber, Roberto Carlos, Sérgio, Antônio Carlos, Edmundo, Mazinho, Evair, Edilson, Zinho. Técnico Wanderlei Luxemburgo.
Rogério Silva
Leia mais comentários acessando o site: www.diariodecaratinga.com.br